Conheça os países que mudaram de nome ao longo da história

Saiba os motivos que levaram países a serem rebatizados — por exemplo a Suazilândia, que alterou recentemente seu nome para Essuatíni para celebrar sua independência.

Por Stephen Leahy
Publicado 6 de dez. de 2021, 07:00 BRT
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Em 2019, a República da Macedônia tornou-se oficialmente a República da Macedônia do Norte.

Foto de Robert Harding Picture Library, Nat Geo Image Collection

Em abril de 2018, o último monarca absolutista da África celebrou o 50o aniversário de independência da Grã-Bretanha com uma mudança de nome: em vez de Suazilândia, a nação da região do sul da África passou a ser denominada Reino de Essuatíni.

“Os países africanos, ao obter a independência, retomaram os nomes antigos que possuíam antes de serem colonizados”, disse o rei Mswati III a uma multidão que se reunia para as celebrações do dia da independência daquele ano. “A partir de agora, o país será oficialmente conhecido como Reino de Essuatíni.”

O rei também reclamava há muito tempo que pessoas de outros continentes além da África confundiam seu país com a Suíça. E há semelhanças: Essuatíni, “a terra dos suazis”, também não possui litoral e é um tanto montanhoso. Mas é muito menor do que a Suíça e está localizado na fronteira leste da África do Sul, ao sul do Parque Nacional Kruger. E, ao contrário da democracia suíça, o rei Mswati herdou o trono em 1986 de seu pai, Sobhuza II, que reinou por 82 anos.

Mudar o nome de um país traz complicações: atualização do papel timbrado do governo e da assinatura oficial, placas de veículos, uniformes das forças armadas e de equipes esportivas nacionais e até mesmo a moeda oficial. Conheça a seguir outros países que mudaram de nome.

Por que os países mudam seus nomes

Macedônia é o país que mais recentemente mudou de nome. Em 2019, a nação anteriormente conhecida como República da Macedônia se tornou a República da Macedônia do Norte. O primeiro-ministro do país havia promovido a mudança como um passo fundamental para melhorar as relações com a Grécia e finalmente fazer parte da União Europeia e da OTAN. A decisão ocorreu após décadas de disputa com o governo grego em Atenas sobre o uso do nome Macedônia.

Por questões de marketing, e não de identidade, a República Tcheca agora quer ser conhecida como Chéquia. Autoridades disseram que ter um nome com apenas uma palavra tornaria mais fácil a promoção de sua identidade no cenário nacional. Afinal, a França é oficialmente “República Francesa”, argumentaram. A própria República Tcheca é relativamente nova: o país originou-se em conjunto com a República Eslovaca por meio da divisão da Tchecoslováquia em 1993. O uso do nome Chéquia foi oficializado em 2016.

Em outra mudança recente de nome de país, Cabo Verde, que em inglês era denominado Cape Verde — uma nação composta geograficamente por 10 ilhas, com meio milhão de habitantes, no Oceano Atlântico — passou a adotar oficialmente o nome português “Cabo Verde” em 2013, nome original que os navegadores portugueses deram às ilhas desabitadas em 1444.

Talvez o caso mais complexo de mudanças de nomes de países envolva um país da Europa Central que não existe mais. A Iugoslávia foi construída a partir dos destroços da Primeira Guerra Mundial e foi oficialmente chamada de Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. Em 1929, foi renomeado como Reino da Iugoslávia. Após a Segunda Guerra Mundial, um governo comunista assumiu o controle e o renomeou como República Popular Federativa da Iugoslávia. Em 1963, o país foi novamente renomeado como República Socialista Federativa da Iugoslávia.

Após o colapso da União Soviética e uma série de conflitos internos brutais, a Iugoslávia se desfez em 1992. Após várias mudanças de fronteira e mais conflitos, o território da antiga Iugoslávia é hoje composto pelos modernos Estados da Sérvia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia, Macedônia e Montenegro. A Província Autônoma de Cosovo e Metóquia, na Sérvia, declarou unilateralmente sua independência em 2008.

A República Democrática do Congo também passou por muitas mudanças de nome. De 1885 a 1908, o país africano foi chamado (sem ironia) de Estado Livre do Congo, embora brutalmente governado como uma propriedade pessoal do rei Leopoldo II da Bélgica. Mais tarde, tornou-se o Congo Belga, depois Congo-Leopoldville e, finalmente, após sua independência em 1960, República do Congo. Poucos anos depois, o nome do país foi alterado para República Democrática do Congo. Em 1971, o ditador Mobutu Sese Seko renomeou o país como República do Zaire, talvez pelo fato de que Zaire pudesse representar um nome alternativo para o rio Congo. Após a queda de Mobutu, o nome foi alterado novamente para “República Democrática do Congo”, em 1997.

Outras mudanças relevantes de nomes de países:

  • Reino do Camboja → República Khmer → Kampuchea → Camboja (1991);
  • Somalilândia Francesa → Território Francês dos Afares e Issas → Djibouti (1977);
  • Ilhas Gilbert → Kiribati (1979);
  • Timor Português → Timor Leste → Timor-Leste (2002);
  • Sudoeste Africano Alemão → Sudoeste Africano → Namíbia (1990);
  • Alto Volta → Burkina Faso (1984).
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