Duas frases célebres do filósofo René Descartes
Ilustração da vista da biblioteca do Château de Fontainebleau (Palácio de Fontainebleau), que serviu de residência à família real francesa desde a Idade Média até o século 19.
O francês René Descartes (1596 – 1650) é, provavelmente, o pensador mais influente de toda a história do Ocidente, acredita Francisco de Jesús Ángeles Cerón, doutor em filosofia, professor da Universidade Autônoma de Querétaro e membro do Sistema Nacional de Pesquisadores do México.
O especialista, que também é autor do livro Descartes e Pascal – O background espiritual da filosofia moderna (em tradução livre, sem cópias disponíveis no Brasil) e do artigo Uma poética do pensamento (2018), sugere que “nossa forma de compreender o mundo e até mesmo o que sabemos sobre como pensamos tem René Descartes como seu precursor mais importante”.
Sobre sua contribuição à filosofia, o especialista aponta a vontade de Descartes de encontrar um caminho que unisse razão e espírito, uma medida justa que respeitasse o espaço da fé nas possibilidades racionais do ser humano.
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Quais são as frases mais marcantes de Descartes?
Ángeles Cerón considera que há duas frases marcantes deste renomado pensador: “O bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo” e “Penso, logo existo”.
A primeira expressão faz parte da obra O Discurso do Método (à venda no Brasil). Com ela, o filósofo francês sublinha uma premissa básica de seu pensamento, de acordo com Ángeles. “É considerar que todo ser humano pode melhor direcionar sua razão para distinguir o verdadeiro do falso se evitar precipitar-se, e atua metodicamente na análise e síntese do problema que o ocupa, pois o bom senso é natural a um entendimento bem treinado”, comenta Ángeles.
Já a segunda afirmação “Penso, logo existo” está no livro Meditações Metafísicas, de Descartes (à venda no Brasil). Para o pesquisador mexicano, Descartes chegou a esta frase depois de ter decidido duvidar de tudo pelo menos uma vez na vida, na tentativa de encontrar algo que fosse indubitável. Ao fazê-lo, o filósofo percebeu que toda vez que pensava, ele existia. "Isso representa uma certeza absoluta sobre a qual ninguém poderia ser cético se usasse cuidadosamente a luz natural da razão."