Livros de filosofia que você deve ler pelo menos uma vez na vida
No Dia Mundial da Filosofia, conheça os trabalhos mais emblemáticos para a reflexão do saber, do conhecimento e da razão humana.
O dono de uma livraria conversa com seu amigo dentro da livraria. Trieste, Itália.
Todos os anos, na terceira quinta-feira de novembro, comemora-se o Dia Mundial da Filosofia, data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Em uma entrevista com a National Geographic, dois escritores e filósofos argentinos recomendam quais clássicos devem ser lidos pelo menos uma vez na vida.
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Por que é celebrado o Dia da Filosofia?
De acordo com a Unesco, o Dia Mundial da Filosofia destaca o valor duradouro dessa área do conhecimento para o desenvolvimento do pensamento humano, para cada cultura e indivíduo.
Apesar de ser uma disciplina acadêmica, o organismo internacional entende a filosofia como uma prática que transforma as sociedades e estimula o diálogo entre as culturas. Além disso, ela nos permite compreender e responder aos grandes desafios contemporâneos.
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No âmbito desta celebração, a diretora Geral da Unesco, Audrey Azoulay, referiu-se ao uso do pensamento filosófico durante a pandemia de Covid-19. "Desde os primeiros dias, a pandemia teve uma dimensão linguística: como nomear o patógeno? Como descrever a situação? Como dar sentido às medidas de emergência necessárias? Entretanto, as palavras, às vezes, não capturam a complexidade do mundo e suas transformações".
Clássicos imprescindíveis da filosofia
De René Descartes a Michel Foucault, Darío Sztajnszrajber, escritor argentino e graduado em filosofia, compartilha seus clássicos com o filósofo Tomás Abraham, também da Argentina.
O Banquete, de Platão, é a primeira proposta de Sztajnszrajber. Para o especialista, o trabalho representa "uma explicação do amor do ponto de vista do conhecimento". Por sua vez, e continuando com os clássicos gregos da literatura filosófica, Abraão acrescenta Cartas a Meneceus, do filósofo grego Epicuro.
No ranking dos livros essenciais, o filósofo, historiador, sociólogo e psicólogo francês Michel Foucault é outro dos autores escolhidos pelos dois escritores argentinos. Neste sentido, os especialistas recomendam A Ordem do Discurso e os quatro volumes de A História da Sexualidade, textos emblemáticos para estudar o autor em profundidade. Sztajnszrajber enfatiza que o primeiro volume: "É o livro que melhor expõe as formas em que o poder foi exercido no século 20".
Na lista de clássicos da literatura filosófica, Sztajnszrajber também inclui o Manifesto Comunista, de Karl Marx, enquanto Abraham dá um lugar de destaque à Crítica da Razão Prática, de Immanuel Kant.
Finalmente, ambos aconselham a leitura de Friedrich Nietzsche, já que argumentam, tanto Assim Falou Zarathustra quanto A Genealogia da Moral são dois clássicos da disciplina. "Com uma linguagem metafórica, as obras marcam o fim da civilização humana desde sua decadência e oferecem a possibilidade do advento de outra", enfatiza Sztajnszrajber.