Conheça 5 dos idiomas mais antigos do mundo

Muitos dos registros remanescentes de cada um desses idiomas representam a literatura e a religião predominantes da época. Mas há línguas que desapareceram quase sem deixar rastros de sua existência.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 25 de ago. de 2023, 16:57 BRT
Uma tabuleta de argila suméria de 4.200 anos registra as leis em cuneiforme. Universidade de Yale, ...

Uma tabuleta de argila suméria de 4.200 anos registra as leis em cuneiforme. Universidade de Yale, Connecticut, Estados Unidos (1916).

Foto de ALBERT T. CLAY

A riqueza da civilização humana é evidenciada pela existência de inúmeros idiomas em todo o mundo, por meio dos quais sociedades inteiras narram sua história. 

O idioma sumério, por exemplo, é um deles. Descrito pela Encyclopaedia Britannica (plataforma de educação do Reino Unido) como um dos idiomas mais antigos conhecidos, ele foi submetido ao domínio do império babilônico, onde quase desapareceu. 

Isso porque praticamente nada foi encontrado em fontes não-mesopotâmicas acerca da existência dos sumérios na Antiguidade, em especial durante a época de Cristo. Trata-se do oposto do que aconteceu na Assíria, na Babilônia e no Egito antigo, cujas histórias e tradições estão amplamente documentadas em fontes bíblicas e clássicas. 

Por esse motivo, reveja a história e as origens de cinco dos idiomas mais antigos que já existiram.

1. Sumério, o idioma mais antigo conhecido

Originário do sul da Mesopotâmia, o idioma sumério foi descrito pela primeira vez em 3.100 a.C. e é considerado pela Encyclopaedia Britannica como o idioma mais antigo existente. 

É uma língua que, ao contrário de outras mais amplamente faladas, nunca estendeu suas fronteiras geográficas para além da Mesopotâmia (atual Iraque e parte da Síria). De fato, a enciclopédia diz que "o pequeno número de falantes nativos era completamente desproporcional à enorme importância e influência que o sumério exerceu no desenvolvimento da região". 

Os escritos mais antigos da língua suméria são representados por textos de natureza comercial e administrativa. Até mesmo registros escolares foram encontrados na forma de exercícios simples de escrita com sinais e palavras para aprender o idioma, relata a Britannica

Esses registros compreendem o período arcaico da língua (de um total de quatro: arcaico, antigo, novo sumério e pós-sumério). Ainda hoje, a língua é pouco compreendida devido às dificuldades de leitura e interpretação dos primeiros escritos e à falta de fontes documentais sobre ela. 

2. Sânscrito

O idioma sânscrito é originário da parte noroeste do subcontinente indiano, na Ásia. É uma antiga língua indo-ariana cujos textos mais antigos são o Veda (uma coleção de poemas e liturgias indianas) e o Rigveda (o mais antigo dos livros sagrados do hinduísmo), que datam de cerca de 1.500 a.C. Também já foram encontradas peças escritas em sânscrito, embora seus autores não tenham estimado a data exata de muitas delas. 

De acordo com a enciclopédia, os textos em sânscrito ainda são publicados atualmente, embora somente em escritas regionais indianas, como na Caxemira, por exemplo, que fica ao norte do país. Entretanto, não é um idioma limitado às composições hindus. A Britannica relata que o sânscrito é considerado pela Constituição da Índia como um idioma clássico e oficial do país.

3. Hitita

De acordo com a Britannica, o idioma hitita é o mais importante entre os indo-europeus extintos da antiga Anatólia, também chamada de Ásia Menor, uma península que hoje constitui a parte asiática da Turquia. 

O idioma está intimamente relacionado a outras línguas faladas na região, como o cariano, o luviano, o lídio, o lício e o paladiano, explica a plataforma do Reino Unido.

O hitita é conhecido pelos mais de 30 mil tabletes cuneiformes preservados em Hattusa, na Turquia, a capital do idioma de acordo com a Britannica, que correspondem ao período do império hitita na cidade durante os anos de 1.400 e 1.180 a.C. 

Além disso, os textos em hitita antigo, uma forma do idioma usada entre aproximadamente 1.650 e 1.500 a.C., são preservados principalmente em cópias feitas durante o período imperial hitita. Esses documentos preservam os primeiros exemplos de uma língua indo-europeia encontrados até agora, conclui a Britannica

(Talvez você tenha interesse em: Como os cachorros entendem a linguagem humana?)

4. Tâmil

Por  obedecer três critérios precisos (ter origem antiga, uma tradição independente e um volume consistente de literatura), a Índia declarou o tâmil uma língua clássica do país em 2004. 

Segundo a Britannica, o idioma é oficial no estado indiano de Tamil Nadu, mas também é falado em Sri Lanka, Cingapura, Malásia, Ilhas Maurício, Fiji e África do Sul. No início do século 21, mais de 66 milhões de pessoas usavam o tâmil para se comunicar, de acordo com a enciclopédia. As escritas mais antigas em tâmil datam de 500 a.C. e são encontradas em inscrições e vasos daquele século. 

Trata-se de um idioma que sofreu mutação ao longo do tempo em sua escrita e se originou a partir da escrita Brahmi, um sistema ancestral de todas as escritas indianas, exceto o kharoṣṭhī, que é inspirado no aramaico. A Britannica ainda afirma que o advento da imprensa, criada no século 16, introduziu uma mudança significativa no tamanho e na composição de suas letras. Com relação à fala, a fonologia das palavras levou ao surgimento da diglossia em seu idioma. Isso significa que o tâmil tem uma forma coloquial e um método mais formal de falar e escrever, de acordo com o contexto.

5. Língua avéstica

Por fim, o  idioma avéstico, incorretamente chamada de língua zend (língua iraniana oriental do Avesta, o livro sagrado do zoroastrismo na Pérsia), era uma língua que deixou de ser usada por volta de 400 a.C., de acordo com a Encyclopaedia Britannica. O avéstico evoluiu da escrita Pahlavi tardia que, por sua vez, foi derivada do aramaico. 

Os primeiros registros da avéstica datam de 600 a.C. nos gāthās – como é chamada a literatura clássica zoroastriana – que expressa temas da época, como ética e moral, trabalho e rejeição da violência. A Britannica diz, entretanto, que na época em que a língua avéstica foi escrita, a língua estava morta e era conhecida apenas pelos sacerdotes da época.

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