Quantas línguas indígenas são faladas na América Latina?
O Brasil é o país da região com maior número de idiomas nativos, seguido pelo México e pela Colômbia.
Mulheres e crianças da etnia asheninka se reúnem num remoto assentamento de Nueva Bella, no Peru.
No mundo, existem 8324 idiomas (falados ou em língua de sinais), dos quais cerca de 7 mil ainda estão em uso. Desses, quase 6700 são línguas indígenas, conforme indicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Na América Latina, os idiomas mais comuns são o espanhol e o português, mas existem muitas outras línguas igualmente ricas e valiosas. De acordo com o Banco Mundial, na região existem 560 línguas indígenas. Os cinco países com o maior número de idiomas nativos são: Brasil (186), México (67), Colômbia (65), Peru (47) e Venezuela (37).
As línguas indígenas estão em risco de desaparecer
O Plano de Ação Global da Década Internacional das Línguas Indígenas da Unesco (IDIL 2022-2032) afirma que "as línguas, com suas complexas implicações para a identidade, a diversidade cultural, a espiritualidade, a comunicação, a integração social, a educação e o desenvolvimento, têm uma importância crucial para as pessoas e o planeta".
O documento da Unesco destaca que a língua é um componente fundamental dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, sendo essencial para a realização do desenvolvimento sustentável, da boa governança, da paz e da reconciliação. No entanto, adverte o Plano, elas estão desaparecendo a um ritmo alarmante.
De acordo com o Banco Mundial, uma em cada cinco comunidades indígenas perdeu sua língua materna nas últimas décadas. Por exemplo, nas ilhas do Caribe, quase todas desapareceram.
O organismo indica que 26% delas estão em risco de desaparecer, enquanto a Unesco considera que esse percentual ultrapassa os 40%.
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Conforme o Plano de Ação Global, o desaparecimento progressivo das línguas indígenas "está relacionado, na prática, com a discriminação estrutural a que foram submetidas, com a situação de vulnerabilidade de seus falantes e sinalizadores, cujo uso real de suas próprias línguas no dia a dia depende de suas realidades socioculturais, econômicas, políticas, ambientais e demográficas".