Qual foi a causa da queda do Império Romano?
Busto de Trajano, que governou desde 98 DC. até 117 DC, expandindo o Império Romano até os seus limites mais distantes.
A Roma Antiga é considerada uma das potências imperiais mais bem-sucedidas da história da humanidade, como explica a Encyclopaedia Britannica, plataforma online de ensino do Reino Unido.
Ao longo dos séculos, o império romano cresceu de uma pequena cidade às margens do rio Tibre (no centro da atual Itália) até chegar a um vasto império que chegou a abranger parte da atual Inglaterra, toda a Europa continental a oeste do rio Reno e ao sul do rio Danúbio, além da maior parte da Ásia a oeste do rio Eufrates, sem esquecer do norte da África e das ilhas do Mar Mediterrâneo.
Fundada em 753 a.C., a cidade de Roma passou por eventos que levaram ao surgimento da república em 509 a.C., ao estabelecimento do Império (em 27 a.C.) e ao seu eclipse final como Império Ocidental no século 5 d.C.
Qual foi a última era de ouro do Império Romano
Mapa do Império Romano.
Segundo a Britannica, o Império Romano durou de 27 a.C. a 476 d.C. e se estabeleceu como a civilização com a mais ampla estrutura sociopolítica do Ocidente no auge de seu esplendor.
Esse período da história romana foi marcado por tempos de paz, mas também por muitos conflitos, guerra e pilhagem, os quais levaram o Império a se dividir em duas partes até que uma delas caiu com a morte de seu último imperador.
Entre 98 d.C. e 180 d.C., os romanos viram um boom em sua administração política e militar durante o breve governo de dois anos do político Marcus Cocceius Nerva, um membro muito antigo do senado. Ele foi um dos indivíduos conhecidos como os "cinco bons imperadores" e que formavam o grupo com Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio.
Esses líderes comandaram a Roma Imperial nesse período de prosperidade visto como uma “era de ouro”. De acordo com a enciclopédia, na época os romanos testemunharam uma expansão e consolidação consideráveis. Mas todas as mudanças que ocorreram durante essa era, embora benéficas, trouxeram consigo os males de uma centralização excessiva de poder.
A queda final do Império Romano
Até hoje não há um consenso preciso sobre os motivos que levaram à queda do Império Romano, explica a Enciclopédia Mundial de História, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo melhorar o ensino de história em todo o mundo.
Entre outras coisas, o artigo publicado em 2018 menciona que o cristianismo desempenhou um papel fundamental na ruína romana, pois a nova religião (estabelecida no século 4 d.C.) minou os costumes sociais do império proporcionados pelo paganismo.
Já a Encyclopaedia Britannica afirma que o século seguinte aos cinco bons imperadores foi marcado por conflitos e má administração, os quais viram o surgimento de uma série de imperadores que governaram fazendo mau uso das forças armadas, da riqueza e do poder restabelecidos pela “era de ouro” do Império Romano.
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Os visigodos saquearam Roma e confrontaram mulheres e crianças assustadas.
A Muralha de Adriano, construída pelos romanos, separou a Grã-Bretanha dos bárbaros ao norte.
O ponto alto que distingue essa série de imperadores é o de Teodósio I, o último imperador a governar o Império antes de ele ser dividido. De acordo com a Encyclopaedia of History, o Império Romano era imenso territorialmente, o que causou instabilidade política para seus governantes.
Roma acabou sendo dividida em Império Oriental e Império Ocidental por volta da morte de Teodósio, em 395 d.C. As facções de ambos os lados tinham seus próprios interesses e perspectivas diferentes, o que resultou no enfraquecimento de um lado do império em comparação ao outro.
O lado Ocidental sofreu com as repetidas invasões e a fuga dos camponeses para as cidades, enquanto o Império Oriental, se manteve mais próspero por ser onde as especiarias e outras exportações praticamente garantiam riqueza e estabilidade locais.
Em 410 d.C., a parte ocidental do império romano sofreu uma série de saques, feitos em Roma pelos visigodos, uma nação errante de povos germânicos, como conta a Britannica. Essa série de atos ilegais foi agravada pela deposição do último imperador romano, Rômulo Augusto, pelas mãos de um senhor da guerra germânico chamado Odoacer.
De acordo com a Britannica, Rômulo era um usurpador e um traidor não reconhecido como governante legítimo pelo imperador oriental. Sua morte, no entanto, é considerada o fim de uma era na história da civilização romana.
Por outro lado, a região oriental do Império Romano, que era mais rica e forte, continuou como o Império Bizantino durante a Idade Média.