Como Paris quer acabar com o cheiro de xixi

A cidade das luzes quer acabar com o problema da urina em vias públicas.

Por Daniel Stone
Publicado 2 de nov. de 2017, 18:41 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
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Projetado para ser facilmente localizável mas sem se destacar, o mictório público pode acabar com um costume secular.
Foto de FALTAZI
Esta reportagem está na edição de novembro da revista National Geographic.

Além da culinária requintada e da moda elegante, há outro aspecto tradicional de Paris que é bem menos agradável para moradores e turistas. Desde antes da época de Napoleão, no princípio do século 19, a Cidade Luz vem combatendo a malcheirosa praga dos pipis sauvages, a prática de urinar em locais públicos. Embora muito difundida, trata-se de algo ilegal. Mas isso não parece ter evitado os jorros de urina que escorrem por  ruas e postes e regam vasos de plantas.

O que a prefeitura pode fazer? Bem, tentar transformar esses delitos menores em algo similar a um serviço público. No início deste ano, com a ajuda da agência de design Faltazi, as autoridades parisienses resolveram testar a instalação de mictórios públicos. Batizado de Uritrottoir (“mictório de calçada”), o receptáculo é preenchido com palha ou serragem tratadas a fim de neutralizar o odor. Quando chega ao seu limite, depois de cerca de 200 xixis, um sensor alerta para que se esvazie o conteúdo, que é então levado a um ponto de compostagem, tornando-se insumo de plantas. “Apenas de flores”, diz Laurent Lebot, um dos criadores do Uritrottoir. “Nunca de frutos ou hortaliças.” A Faltazi está testando dois modelos numa das estações ferroviárias de  Paris, a Gare de Lyon. Restam dúvidas: as pessoas vão de fato usar o mictório? Se funcionar para os homens, seria possível projetar um modelo feminino discreto?

Não são equipamentos baratos: cada um custa uns 5 000 dólares, fora a manutenção. E podem estimular mais pipis públicos, e não menos. Mas, e se o resultado for espargir pelas ruas parisienses um aroma apenas de pão fresco, e não o odor acre de urina? Mais oui. Aí sim.

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