Tecnologia inovadora mantém frutas frescas por mais tempo
Cientistas criaram uma barreira invisível e comestível para atrasar a deterioração graças à redução da perda de umidade e da oxidação.
Esta reportagem está na edição de novembro da revista National Geographic.
Toda a fruta e toda a hortaliça respira. Mesmo depois de colhidas de uma árvore ou de um arbusto, elas continuam a respirar, amadurecendo aos poucos, até que começam a se desintegrar. Só então se instalam os micro-organismos que causam o seu apodrecimento. A refrigeração pode apenas atrasar esse processo.
Agora, cientistas estão convencidos de que encontraram uma maneira de fazer com que banana, abacate e outros frutos frescos durem até o dobro do tempo normal, exatamente por meio do adiamento desse processo de maturação. A Apeel, uma empresa da Califórnia, aperfeiçoou um método para extrair os lipídios de vários produtos agrícolas populares e transformá-los em pó. Dissolvidos na água e aplicados a frutos ou hortaliças, eles formam uma camada protetora comestível, que retém a umidade do fruto e impede a entrada de micro-organismos.
Os agricultores têm a opção de usar uma versão da fórmula nas plantações ou os distribuidores podem enxaguar com ela os produtos no momento da embalagem, ampliando o prazo de validade da fruta em dias ou até mesmo semanas.
Dar aos consumidores mais tempo para desfrutar dos produtos frescos é um dos objetivos. Mas a grande meta da Apeel é combater o desperdício e diminuir a quantidade de caminhões e navios refrigerados que se deslocam entre as áreas de produção e as de consumo para entregar alimentos em boas condições. “Dá para imaginar um mundo em que os produtos frescos vão estar sempre disponíveis, independentemente da estação”, diz James Rogers, presidente da Apeel.