Saiba o que está provocando alergias nas praias entre os banhistas

Os salva-vidas americanos relataram os primeiros casos de piolhos-do-mar deste ano, que não são piolhos coisa nenhuma.

Por Theresa Machemer
Publicado 3 de jul. de 2018, 14:31 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Enxame de água-viva em forma de dedal (Linuche unguiculata): ela produz larvas que picam e provocam ...
Enxame de água-viva em forma de dedal (Linuche unguiculata): ela produz larvas que picam e provocam uma erupção cutânea que coça muito. Isla Mujeres, Mar do Caribe, no México.
Foto de Luis Javier Sandoval, VW Pics, UIG via Getty Images

As alergias na praia deixam alguns banhistas norte-americanos se coçando.

Na semana passada, salva-vidas em Pensacola, na Flórida, içaram a bandeira roxa para alertar os banhistas para a presença perigosa de vida selvagem na água. Quem nadava ali vinha deixando a praia se sentindo bem, e no dia seguinte descobria que tinha erupções vermelhas na pele e muita coceira. Esse atraso no início dos sintomas confere ao problema seu nome usual: alergia de banhista, ou piolhos-do-mar.

E, embora não tenha havido relatos de casos graves este ano, os sintomas extremos da alergia dos banhistas podem incluir febre, náusea e calafrios, geralmente afetando crianças e pessoas com alergias.

O que são piolhos do mar?

Os chamados piolhos-do-mar que acabaram de aparecer na Flórida não são piolhos – eles parecem larvas da água-viva, provavelmente uma espécie pequena chamada água-viva em forma de dedal (Linuche unguiculata). Elas são translúcidas, quase invisíveis a olho nu quando estão na água, o que as torna difíceis de evitar.

Existe um crustáceo que os biólogos marinhos chamam de piolho-do-mar, mas é um parasita que afeta os peixes, não as pessoas. E os piolhos-do-mar parasitas não devem ser confundidos com piolhos-da-areia, também chamados de pulgas-do-mar – outro crustáceo que vive na areia molhada.

Mar de águas-vivas se forma na areia da praia na Austrália
A população dessas criaturas está aumentando

Os bichinhos com ferrão, encontrados na Flórida, estão em um dos primeiros estágios do ciclo de vida das águas-vivas. As minúsculas larvas não são maiores que uma partícula de pimenta moída e flutuam nas correntes oceânicas até se estabilizarem e se transformarem em pólipos. Então, os pólipos podem gerar medusas maduras – a conhecida medusa em forma de guarda-chuva.

As águas-vivas em forma de dedal vivem nas águas do México e do Caribe, mas suas larvas são levadas nas ondas para o litoral sudeste dos Estados Unidos. O filhote de água-viva flutua todos os anos durante os meses de verão.

Houve casos de erupção de alergias de banhistas no nordeste dos Estados Unidos também. Isso não acontece com tanta frequência, e as larvas de água-viva não são as culpadas. Em vez disso, a causa das erupções são as larvas de anêmona-do-mar, que deslocam-se ao longo da costa nordeste em diferentes épocas do ano, apenas ocasionalmente coincidindo com a temporada de banhistas.

O que causa a erupção?

A erupção é resultado dos filhotes de água-viva ou dos ferrões de anêmona.

As larvas podem ser pequenas, mas não são indefesas. Como medusas e anêmonas maduras, as larvas são cobertas por células que contêm arpões cheios de toxinas, chamados nematocistos, que estão prontos para atacar a pele de quem as ameaça.

Quando as larvas se encontram em uma situação estressante, como ficar presa em uma axila ou sob um biquíni, suas células de disparo de arpão são ativadas. As toxinas do veneno de cada medusa variam por espécie, mas o ingrediente mais comum é aquele que, uma vez na sua pele, pode abrir poros nas células.

Algumas medusas, como a mortal água-viva-caixa, usam toxinas que perfuram a pele, o sangue e as células nervosas. Mas a erupção causada pelas larvas, geralmente, é apenas irritante. As pessoas afetadas pela alergia dos banhistas tendem a não percebê-la imediatamente. A erupção geralmente aparece cerca de 24 horas depois de elas saírem da água.

Como evitar ser picado?

A maneira mais segura de evitar a alergia dos banhistas é ficar fora da água. Mas se você estiver num espírito nadador, há opções para se proteger e aproveitar o dia na praia.

Primeiro, procure a bandeira roxa, que indica a presença perigosa de vida marinha na água. A bandeira pode alertar mais que apenas larvas com ferrões, por isso é melhor respeitar o alerta dos salva-vidas locais e de outras pessoas.

Evite biquínis e roupas extras que possam prender as larvas que picam contra a pele. E, quando você sair da água, não se seque com a toalha, porque isso pode ativar os ferrões – segundo o Serviço de Saúde Pública Regional de Auckland. Finalmente, lave bem tanto o seu corpo quanto suas roupas de banho depois de ter passado tempo na água.

Se você for picado, os anti-histamínicos vendidos sem receita e os cremes de hidrocortisona podem ser usados, de acordo com o Departamento de Saúde da Flórida, juntamente com a loção de calamina, para tratar os sintomas até que eles desapareçam.

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