Os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados

O planeta está aquecendo e não há sinais de que vá parar.

Por Alejandra Borunda
Publicado 14 de fev. de 2019, 17:03 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
As chamas se deslocam pelo Parque Nacional Deepwater em Queensland em 28 de novembro de 2018. ...
As chamas se deslocam pelo Parque Nacional Deepwater em Queensland em 28 de novembro de 2018. Milhares de pessoas foram evacuadas de suas casas no nordeste da Austrália quando os incêndios incontroláveis avançaram por Queensland durante uma onda de calor escaldante.
Foto de Rob Griffith, AFP/Getty Images

De acordo com novorelatórios publicados neste mês, os últimos cinco anos — de 2014 a 2018 — foram os mais quentes já registrados nos 139 anos desde que a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) começou a monitorar o calor global. E 2018 foi o quarto ano mais quente já registrado.

As temperaturas atmosféricas globais estão aumentando constantemente nas últimas décadas, alternando discretamente para mais ou para menos de um ano para outro em função das oscilações climáticas naturais como o El Niño, mas seguem um caminho contínuo de elevação. As temperaturas em terra, de acordo com a agência, estão em média 1,1oC mais quentes do que a média do século 20.

“É um aumento no aquecimento em longo prazo”, afirma Deke Arndt, chefe da filial de monitoramento global dos Centros Nacionais de Informações Ambientais da NOAA, na Carolina do Norte.

O aquecimento climático não acentua simplesmente o calor dos verões e impede que os invernos sejam tão frios quanto costumavam ser: ele também pode causar interrupções em padrões meteorológicos, tornando tempestades mais fortes e chuvas mais intensas. Ele pode alterar quando e onde a neve cai ou os lagos congelam. E pode reprogramar a própria circulação dos oceanos.

"2018 foi um ponto marcante em uma tendência de mais chuvas fortes", conta Arndt.

Contudo o aquecimento contínuo também é um desafio para o homem e seres vivos em todo o mundo. Ondas de calor da Europa à Austrália assolaram o planeta no ano passado, quebrando recordes de temperatura e alimentando incêndios florestais devastadores. As ondas de calor europeias, constataram os cientistas, eram em média cinco vezes mais prováveis em razão das mudanças climáticas causadas pelo homem. Os incêndios florestais que destruíram o oeste dos Estados Unidos também foram intensificados pelas mudanças climáticas, verificaram os cientistas, pois o calor e a aridez extraíram a água da vegetação, deixando-a tão seca e inflamável quanto palha.

As temperaturas crescentes também contribuíram para o histórico cada vez maior de desastres meteorológicos. Em 2018, segundo a NOAA, houve 14 fenômenos meteorológicos e climáticos que custaram aos Estados Unidos centenas de vidas e ao menos US$ 1 bilhão de dólares, totalizando no mínimo 247 mortes e US$ 91 bilhões em danos. Os furacões Florence e Michael, que devastaram as comunidades pelas quais passaram, foram os mais destrutivos, seguidos de perto pelos incêndios florestais do oeste.

A previsão para os próximos anos indica mais do mesmo. O Serviço Nacional de Meteorologia do Reino Unido prevê que 2019 deve ser ainda mais quente do que 2018, ao menos em parte por causa do fenômeno El Niño em desenvolvimento, que quase sempre aumenta as temperaturas globais. No entanto os cientistas destacam que as emissões de gases de efeito estufa são o principal fator de elevação das temperaturas nas últimas décadas e no futuro.

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