Os 3 fatos que você não sabia sobre o Rio Negro

Um dos afluentes mais importantes do Rio Amazonas – e da Amazônia como um todo –, o Rio Negro tem características únicas, como sua cor e a acidez de suas águas.

O sol se põe sobre o Rio Negro, uma das mais belas paisagens da Amazônia brasileira.

Foto de Dr. GONZALO GIRIBET
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 1 de nov. de 2023, 08:00 BRT

Considerado o maior e mais importante afluente da margem esquerda do Rio Amazonas, o Rio Negro percorre quase 2.250 quilômetros até desaguar no mar, como explica a Encyclopedia Britannica (plataforma de ensino do Reino Unido que reúne artigos sobre os mais variados temas). 

Apesar de ser bastante associado ao lado brasileiro da Amazônia – já que de seus mais de 2 mil quilômetros, 1.370km estão em território do Brasil – o Negro nasce na Colômbia, onde é chamado de rio Guainia, e também banha partes da Venezuela, informa a Britannica  

Já em solo brasileiro, quando o curso d’água chega na altura da cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, o Rio Negro se une ao Rio Solimões e dessa junção de águas surge o Rio Amazonas, considerado o maior rio do mundo

Descubra outras características únicas do Rio Negro: 

Por que as águas do Rio Negro são escuras?

De acordo com a Britannica, a cor preta tão característica das águas do Rio Negro – e responsável por dar nome ao afluente – é causada pela decomposição de matéria orgânica em suas margens e igarapés, e pelo baixo teor de lodo e lama que carregam.

A bióloga Vivian Karina Zeidemann detalha, no segundo capítulo do livro “Florestas do Rio Negro” (Ed. Companhia das Letras), de 2001, que foi somente no início da década de 1980 que se descobriu o mistério por trás da cor das águas do rio. Ela também explica que, além do tom escuro e translúcido, o Negro tem elevada acidez em suas águas (com pH entre 3,8 e 4,9), resultado das grandes quantidades de substâncias orgânicas dissolvidas no rio e “provenientes da drenagem de solos arenosos cobertos por vegetação conhecida como campina, campinarana ou caatingas amazônicas”.

Essa acidez, por sua vez, ajuda a manter os insetos afastados das regiões ribeirinhas, conta a bióloga em seu texto. 

A diferença no tom das águas dos rios amazônicos pode ser vista de forma bastante impressionante quando o Rio Negro encontra o Rio Solimões, que tem cor amarelo-amarronzada, num evento natural chamado “encontro das águas” e que ocorre próximo à cidade de Manaus.

Qual é o volume de água do Rio Negro?  

Em outubro de 2023, o Rio Negro chegou a seu volume mais baixo em 121 anos.

Foto de Alex Pazuello Secom

O Rio Negro é um dos afluentes mais volumosos da Bacia Amazônica e um dos maiores do mundo, como indica a bióloga Vivian Karina Zeidemann no livro “Florestas do Rio Negro” (compilado de 15 textos de autores sobre a região do Rio Negro). Ela aponta que Negro é responsável por cerca de 15% da água do Rio Amazonas e e que a variação anual do volume de suas águas se dá entre 9 a 12 metros, dependendo da época do ano.

No que se refere a seu nível, o recorde de cheia já registrado no Rio Negro foi de 30,02 metros, marcado em 16 de junho de 2021. Já em outubro de 2023, no entanto, o rio registrou seu índice histórico mais baixo desde as medições feitas a partir de 1902, como informa a Agência Brasil. 

Com a Amazônia enfrentando sua pior seca em 121 anos, o Rio Negro chegou a baixar a um nível de 12,7 metros, detalha a agência. A estiagem de 2023 na região amazônica tem sido atribuída a efeitos do El Niño e das mudanças climáticas, segundo especialistas.   

O Rio Negro tem até praias

Quando o assunto é praia, o Negro e sua bacia são tãos vastos que algumas de suas planícias aluviais, formadas durante os meses em que o volume de água do rio está baixo, podem chegar a ter faixas de areia de até 20 quilômetros de comprimento. 

Essas faixas, que aparecem em especial na área do médio Rio Negro, são as chamadas praias, e podem ficar expostas de quatro a sete meses por ano, dependendo da temporada de chuvas e do nível da estiagem. Os dados são da bióloga Vivian Karina Zeidemann no livro “Florestas do Rio Negro”.

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