O racismo no Brasil é debatido em Explorer Investigation

A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. Novo episódio da série acompanha polícia do Ceará em uma operação em favela e entrevista juiz federal Roberto Barroso.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 3 de out. de 2018, 16:04 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
A população negra no Brasil constitui 71% das pessoas assassinadas, e 78,9% dos 10% com maior probabilidade de serem vítimas de assassinato.

Enquanto o número de assassinatos de cidadãos brancos no Brasil diminuiu nos últimos anos, as estatísticas mostram que a morte de negros, especialmente homens jovens, aumentou. De todas as vítimas de homicídio, 92% são homens, 53% têm entre 15 e 19 anos, e três em cada quatro são negros ou mestiços. Este é o tema do novo episódio da série Explorer Investigation, que estreia na sexta-feira (5/10). Parceria da National Geographic com a Vice, Racismo que mata estará disponível no Youtube, Nat Geo App e Fox App.

Em 14 de março de 2018, o assassinato da ativista e vereadora Marielle Franco, defensora de minorias e de políticas públicas mais inclusivas, colocou estes itens no centro da cena política e conseguiu chamar a atenção para o que acontece hoje no Brasil.

Explorer Investigation e o racismo que mata no Brasil
Mais de 22 mil jovens negros morrem por ano no Brasil. Saiba mais no episódio "Racismo que mata", da série Explorer Investigation.

Neste episódio de Explorador Investigation, o repórter Wellington Amorim procura entender o que as condições de vida das pessoas que vivem este problema e os múltiplos fatores envolvidos na morte de jovens negros nas periferias, além da falta de acesso a educação e saúde, fatores que se tornam parte do processo e que pode até mesmo ser entendido como violência institucional.

Em Fortaleza, capital do Ceará e uma das cidades mais violentas do Brasil, Wellington acompanha a patrulha policial em uma favela para discutir abordagens policiais e a percepção negativa que os moradores têm da polícia. Pesquisas mostram que este número chega a quase 60% dos residentes das favelas.

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    Além disso, Wellington entrevista o deputado estadual Renato Roseno, abordando as condições socioeconômicas dessas pessoas e as possíveis soluções. Ele também conversa com jovens da região que perderam amigos nas mãos da violência, e um jovem que, após ser preso por um ano, relata sua experiência na prisão e as consequências do sistema prisional sobre os jovens e suas perspectivas.

    Em São Paulo, Wellington conversa com membros do MNU, o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, um grupo que promove a igualdade social e racial, a luta da comunidade negra e os desafios que se apresentam para alcançar uma sociedade mais inclusiva. Em Brasília, o juiz do Supremo Tribunal Federal José Roberto Barroso também analisa o fenômeno da violência no Brasil e examina as causas pelas quais ela atinge predominantemente a população negra.

    O episódio também examina o lado humano de uma estatística que indica que, de 2016 a 2017, o número de mortes causadas pela polícia brasileira aumentou em 26%, dentre os quais 76% correspondiam à população negra. Com esse objetivo, Wellington conhece as Mães de Curió, um grupo de mães que lutam pelo esclarecimento e condenação do assassinato de 11 jovens às mãos da Polícia do Estado do Ceará em 2015.

    Finalmente, em busca de esperança em uma realidade tão dura, Wellington se aproxima de Alexandre, um professor de surf com um projeto dedicado à inclusão social e ajudando jovens locais e vulneráveis ​​a desenvolver suas habilidades e a evitar uma vida no crime organizado.

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    • Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016, com mais de 46 mil votos, em sua primeira corrida eleitoral. Na Câmara, ela e outras três pessoas estavam monitorando as intervenções federais na segurança pública do estado.
    • Oito das dez forças policiais que mais matam no país estão nas regiões Norte e Nordeste.
    • As cotas raciais foram implementadas pela primeira vez no país pela Universidade de Brasília (UnB), em 2003. Desde sua implementação, quadruplicaram as chances de negros se formarem. A porcentagem de pardos e negros que concluíram a graduação cresceu em 7,1% de 2000 a 2017.
    • Em junho de 2003, a decisão tomada pela Universidade de Brasília (UnB) de adotar o sistema de cotas raciais em seu processo de seleção abriu caminho para uma mudança no paradigma de acesso à universidade, antes fortemente baseado na meritocracia.
    • A chance de ter um diploma de graduação aumentou quase quatro vezes para a população negra nas últimas décadas no Brasil. Depois de mais de 15 anos desde as primeiras experiências de ações afirmativas no ensino superior, o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017.
    • Embora os atletas estejam se pronunciando mais regularmente para denunciar o racismo nos esportes, 2017 teve pelo menos 36 casos de ofensas racistas durante os jogos de futebol, 11 a mais do que no ano anterior.

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