Desembarque nas ilhas onde a maior parte das estátuas gregas foi feita

Duas das ilhas Cíclades são famosas por seu mármore – mas outros tesouros foram recentemente descobertos na pequena Despotikó.

Por Lane Nieset
Publicado 19 de nov. de 2018, 11:04 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Paros e Delos são duas das principais ilhas Cíclades, conhecidas por suas esculturas de mármore e ...
Paros e Delos são duas das principais ilhas Cíclades, conhecidas por suas esculturas de mármore e conexão sagrada com Apolo – mas outros tesouros foram descobertos recentemente na vizinha Despotikó.
Foto de Rainer Hackenberg, Visum, Redux

Quando um pastor – o único residente da ilha de 7 km² de Despotikó –  viu uma moeda bizantina no curral de suas cabras em 2010, foi como encontrar um tesouro. Mas a moeda era apenas a primeira das riquezas esperando para serem encontradas.

Considerada o local de nascimento dos deuses Apolo e Artemis, o antigo porto de Delos é protegido pelas ilhas Cíclades, ou Ilhas Circulares. No mar Egeu, entre Atenas e Creta, essa “ilha sagrada” era uma parada para marinheiros e peregrinos prestarem suas homenagens ao templo de Apolo.

Um pequeno barco de pesca na praia de Despotikó, uma ilha inabitada a sudoeste de Antiparos, local de grande importância arqueológica.
Foto de Sérgio Pitamitz, Nat Geo Image Collection

Ao sul de Delos está a ilha de Paros. Seu mármore branco e quase transparente lhe deu a fama de “a melhor e mais próspera das Cíclades”, diz o historiador grego Epiphoros.

Arqueólogos estimam que 80% das antiguidades gregas, incluindo a Vitória de Samotrácia e a Vênus de Milo, foram esculpidas do mármore encontrado em Paros. Um recurso valioso, o mármore foi usado tanto para as famosas estátuas quanto para o comércio.

Na ilha vizinha e praticamente inabitada de Despotikó, arqueólogos encontraram recentemente mais um sublime santuário grego. Após o retorno seguro dos marinheiros, os cidadãos de Paros construíam pequenas capelas de mármore e faziam oferendas de mel, vinho e bezerros para os deuses. “Esses santuários eram importantes para os marinheiros e capitães, pois serviam como faróis ao longo da rota de comércio”, explicou Christina Fokianou, guia residente em Paros. “Despotikó foi provavelmente o segundo santuário mais importante das Cíclades depois de Delos em termos de poder e força”, ela disse.

Despotikó era realmente importante – por seu poder, sua força e, talvez, seu tesouro arqueológico. Depois que seu único habitante encontrou a moeda bizantina em 2010, arqueólogos descobriram mais de 6 mil peças arquitetônicas nas paredes do curral. O pastor nem imaginava que as paredes de seu curral foram construídas a partir de um sítio arqueológico.

O arqueólogo e diretor de escavação de Despotikó, Dr. Yannos Kourayos, escavou 85 peças de estátuas e mais de 200 peças de cerâmica com a inscrição “Apolo” nelas. Entretanto, descobrir a peça “obra-prima” deu mais trabalho. Arqueólogos encontraram sete colunas de mármore de Paros com quase 4 metros de altura, formando um dos 22 templos de Apolo nas Cíclades.

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    Vestígios de esculturas na Casa de Cleópatra e Dioscoridis, Patrimônio Mundial da UNESCO em Delos, uma das mais importantes ilhas Cíclades na Antiguidade.
    Foto de Angelo Cavalli, Robert Harding/Nat Geo Image Collection

    O povo de Paros dominou o santuário de Apolo em Delos na metade do século 6 a.C, antes de construírem um santuário em Despotikó – que Kourayos acredita ser maior que o de Delos. “Paros era muito poderosa na época e tinha o dinheiro necessário para construir esse santuário tão longe da cidade”, explica Kourayos. Eles queriam ter o controle do Mar Egeu.

    Kourayos e sua equipe estão atualmente no meticuloso processo de reconstrução do santuário, transportando pedaços de mármore Naxian em balsas, já que a mineração do mármore de Paros é proibida hoje em dia. “Estas pedreiras de mármore com mais de 100 metros de profundidade são sítios arqueológicos e considerados monumentos”, diz Kourayos. “São obras de arte”.

    Para os gregos, essas pedreiras são um monumento nacional tanto quanto o templo da Acrópoles.  E, quanto ao pastor em Despotikó, ele tem sorte de ter visto a moeda bizantina.

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