As melhores aventuras ecológicas em Kaikōura
Encontros com a vida selvagem e amigáveis moradores locais tornam a visita à Costa do Pacífico da Nova Zelândia algo inesquecível.
De frente para a Costa do Pacífico, na Ilha Sul da Nova Zelândia, e a apenas duas horas de carro de Christchurch, a Península Kaikōura oferece vistas divinas por uma parede de montanhas de 2,5 quilômetros que mergulha até o cânion subaquático de Kaikōura, um abismo de quase 1.219 metros de profundidade a pouco menos de 1 km da costa, que faz parte do sistema abissal da Fossa de Kermadec. Durante o inverno, os picos reluzem de neve e a região entre o mar e as montanhas fica densa com a névoa, dando um ar de outro mundo. As vistas dignas de fotos do Instagram não são a única atração de Kaikōura. Suas águas têm abundância de baleias cachalote, orcas, golfinhos-do-crepúsculo, lobos-marinhos da Nova Zelândia e muitas espécies de aves marinhas, tornando a cidade de Kaikōura o local perfeito para iniciar um safári marinho. De fato, a vida selvagem sempre foi o coração da comunidade. Os primeiros colonos europeus de Kaikōura vieram para o local para caçar baleias, em 1842. Hoje, o foco é curtir a vida selvagem – e protegê-la para o encanto dos locais e turistas. “Kaikōura é um lugar mágico para chamar de lar”, diz o líder da comunidade e Gerente do Departamento de Conservação, Brett Cowan. “A vida marinha é a força vital de nossa comunidade. É o que nos aproxima e nos une. Somos gratos por termos esse taonga especial, ou tesouros preciosos, que foi passado adiante pelo nossos ancestrais para que cuidemos hoje.”
Explorar
Há várias formas de experimentar a abundante vida marinha de Kaikōura.
Pelo mar: O encontro entre correntes frias e quentes na Fossa de Kermadec faz com que baleias se aproximem, atraídas pela abundância de alimento. A Whale Watch Kaikōura, que pertence e é operada pelo povo Ngāti Kuri local desde 1987, é especializada em apresentar os visitantes às leviatãs. Outros encontros na água incluem nadar entre os brincalhões bandos de golfinhos-do-crepúsculo selvagens ou andar de caiaque com lobos-marinhos, focas e pinguins. (Lembra do vídeo que viralizou de uma foca dando um tapa em um praticante de caiaque com um polvo? Foi em Kaikōura.)
Pela terra: A passarela Kaikōura Peninsula Walkway foi projetada para que os visitantes não tenham dificuldades para ver e experimentar a vida selvagem. Pode ser enfrentada em seções ou em uma caminhada de três horas. Tendo início no centro da cidade, o caminho passa por penhascos e pela costa do mar, por colônias de aves marinhas (petréis, albatrozes, albatrozes-errantes e albatrozes-real-meridional), colônias de lobos-marinhos e locais importantes para a história Māori. Apropriado para famílias, essa fácil excursão proporciona encontros com tudo o que torna Kaikōura especial.
Pelo ar: Um voo panorâmico de avião é uma ótima maneira de avistar baleias, assim como absorver toda a magnitude da surpreendente paisagem de Kaikōura.
Comer e beber
Frutos do mar é o que não falta nos cardápios da região, e raramente desapontam.
Nin’s Bin, um lugar bastante frequentado na beira da estrada, mantém a simplicidade com um cardápio com apenas dois itens: mexilhões e lagostins. Os lagostins da Nova Zelândia lembram vagamente uma lagosta do Maine, mas sem as enormes garras dianteiras. Jantar nesse restaurante faz parte de uma tradição local. Na verdade, o nome Kaikōura no idioma Māori vem de kai (alimento) e koura (lagostim).
The Pier Hotel, no litoral de Kaikōura, é uma instituição desde 1885 – famosa por seu lagostim e também outras tentações que dão água na boca, como pāua (abalone), pernil de cordeiro de Canterbury e batata e kumara (batata doce) rösti. Dê uma olhada na carta de vinhos da Nova Zelândia, peça uma taça, curta a vista e converse com os moradores locais.
Logo acima da praia Jimmy Armers, o Kaikōura Seafood BBQ é outro antigo favorito, com boa oferta de frutos do mar frescos, como vieiras e lagostins.
Artes e cultura
A verdadeira arte de Kaikōura é a tradição. Os Māori viveram em Kaikōura por mais de 800 anos; o povo Ngāti Kuri, um subgrupo dos Ngāi Tahu, é a maior iwi (tribo) da Ilha Sul. Passe um tempo com a Māori Tours, uma experiência cultural operada por uma família que adora compartilhar as lendas e as histórias da região de Kaikōura
Fyffe House, o que restou da estação baleeira Whaiopuka, de 1842, à beira-mar de Kaikōura, é o prédio mais antigo da cidade. Barbas de baleia formam as estruturas da casa rosa, e um passeio pelo seu interior proporciona uma compreensão das habilidades que os primeiros colonos precisaram ter para coexistir com o ríspido e maravilhoso cenário de Kaikōura.
Para se engajar
Novembro de 2016 lembrou Kaikōura – e a Nova Zelândia – que sua natureza selvagem nunca será domada. Um terremoto de magnitude 7,8 isolou a cidade do resto do país por um tempo. Desde então, Kaikōura, sempre um lugar de força, se recuperou e é ainda mais receptiva com seus visitantes. Uma visita ao Museu de Kaikōura é ideal para aprender sobre o tremor e sobre a jornada de Kaikōura – passado, presente e futuro.
Dica valiosa
Muitos visitantes de Kaikōura ficaram espantados ao saber que Ōhau Point, uma cachoeira e piscina que servia como berçário para jovens lobos-marinhos, foi danificado após o tremor de 2016. Embora a passarela da cachoeira ainda esteja fechada, uma “área segura para parar” foi aberta recentemente, para que os visitantes possam novamente ver esses encantadores filhotes em seu habitat natural. É necessário se manter a pelo menos 20 metros dos lobos-marinhos, mas não perca a oportunidade de ver um dos tesouros de Kaikōura.