Conheça o parque no Quênia que inspirou o filme ‘O Rei Leão’
Os cenários do filme são reais, selvagens e estão abertos à visitação.
Trilhas de caminhada fazem curvas sinuosas ao redor do desfiladeiro Ol Njorowa, no Parque Nacional Hell's Gate, no Quênia.
O Disney+ estreia no Brasil em 17 de novembro e traz até você Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic, tudo em um só lugar.
Os animadores do filme da Disney O Rei Leão viajaram para um parque com cenários deslumbrantes no Grande Vale do Rift, no Quênia, para entenderem, como diz Mufasa, o ciclo da vida. Quando os visitantes do Parque Nacional Hell’s Gate chegam aos imensos penhascos esculpidos por um lago pré-histórico que dá nome ao parque, eles descobrem que a formação que inspirou a Pedra do Reino é igualmente majestosa.
O fato de não se ver o Simba (que significa leão em suaíli) no parque é uma vantagem exclusiva: a ausência de predadores significa que é possível entrar nas savanas e dar de cara com girafas, zebras, antílopes e javalis enquanto anda a pé — ou ainda melhor, de bicicleta. O Hell’s Gate é um dos únicos lugares da África Oriental em que se pode caminhar pelo parque inteiro. É possível até mesmo fazer um safári de bicicleta — algo totalmente diferente de observar os animais estando em um carro de safári (a Walt Disney Company é acionista majoritária da National Geographic Partners).
Com cerca de 67 quilômetros quadrados, o parque fica localizado no Grande Vale do Rift, uma falha geológica irregular que se estende do Líbano a Moçambique e que divide o continente em dois, distanciando as duas partes alguns milímetros todos os anos. É isso que faz de Hell’s Gate uma maravilha geológica digna de ser visitada: torres de pedra que podem ser escaladas por quem gosta de adrenalina e trilhas com curvas sinuosas ao redor de um desfiladeiro formado por águas antigas e furiosas. Veja como explorar todos esses lugares em Hell’s Gate.
Zebras no Parque Nacional Hell’s Gate, no Quênia.
Pedale em meio a uma manada de zebras
Hell’s Gate é menor e tem menos animais do que outros parques do Quênia, mas não existe nada como andar de bicicleta em meio a uma manada de zebras ou tentar acompanhar o galope de uma girafa. A melhor trilha para bicicletas se estende por 6,5 quilômetros a partir da entrada principal do parque, a entrada Elsa Gate, até a área de piqueniques e a estação da guarda-florestal, próximas à entrada do desfiladeiro Ol Njorowa.
Aventure-se pela estrada de terra nas primeiras horas da manhã ou ao fim da tarde para evitar o intenso clima equatorial; é provável que veja animais o dia todo, como famílias de javalis atravessando a estrada ou manadas de gazelas brincando entre acácias. O parque é ideal para a observação de pássaros, exibindo mais de cem espécies. Mantenha distância do búfalo-d'água; eles são mais perigosos do que aparentam.
Não perca a Torre de Fischer, uma formação rochosa de 25 metros de altura feita de lava vulcânica derretida empurrada através de uma fenda no solo — ou, segundo o folclore local, o local se formou depois de uma garota rebelde ser transformada em pedra após desafiar sua família antes de seu casamento. Esse é um dos diversos locais para fazer escaladas no parque. Entre em contato com a Climb BlueSky, uma academia de escalada em Nairóbi, para mais informações.
Conheça um pouco da história da Terra
Leve um lanchinho — e uma Tusker gelada, a cerveja favorita no Quênia — para saborear na área de piqueniques da estação da guarda-florestal. É importante saber que há muitos macacos-verdes-africanos e babuínos nessa região, e diferentemente de Rafiki (que significa amigo em suaíli), o amigo mandril de Simba, é mais provável que esses macacos roubem sua comida e não lhe ofereçam nenhum sábio conselho.
A partir desse local, é possível contratar um guia para uma caminhada pelo desfiladeiro Ol Njorowa, a área é administrada pela comunidade do povo maasai. A trilha é para quem tem coragem, quem a atravessa tem que cruzar riachos, subir em pedras e escalar rochas, mas a paisagem exuberante vale o esforço.
Em algumas partes, as paredes do desfiladeiro são tão altas e tão próximas umas das outras que quase não deixam a luz entrar. Se o cenário lhe parecer familiar, pode ser porque O Rei Leão não é o único filme em que Hell’s Gate é visto nas telas — Lara Croft: Tomb Raider também foi filmado nesse lugar. Já no fim da trilha, observe os vapores ondulantes dos gêiseres do parque e mergulhe suas mãos nas nascentes borbulhantes que são quentes o suficiente para cozinhar ovos.
O Parque Nacional Hell’s Gate fica próximo de dois vulcões, Longonot e Suswa.
Desfrute de um spa sustentável
O Quênia foi o primeiro país africano a utilizar energia geotérmica e Hell’s Gate está na liderança: os gêiseres e as fontes termais do parque são utilizados para coletar energia geotérmica e fornecer quase metade da energia elétrica do Quênia. Ambientalistas e entusiastas de safáris se preocupam com as ameaças à vida selvagem e à beleza natural. É uma preocupação relevante, mas captar esse tipo de energia é algo notável em um país cuja população duplicou em 25 anos e onde mais de 60% das pessoas ainda vivem sem eletricidade. Visite o recém-construído Olkaria Spa e banhe-se em águas ricas em minerais, produzidas a partir de vapores condensados, para ter uma ideia de como o parque pode combinar turismo e desenvolvimento no futuro.
A área do parque é administrada pela comunidade da região, com caminhadas guiadas oferecidas pelo povo indígena maasai.
Como chegar lá
Hell’s Gate está localizado a cerca de 14 quilômetros da saída da estrada que liga Nairóbi a Naivasha. O trajeto de duas horas de carro a partir de Nairóbi é uma viagem em si, especialmente pela vista espetacular da Estrada de Escarpa do Grande Vale do Rift. Caso esteja preparado para negociar, terá a oportunidade de comprar lembrancinhas do Quênia dos vendedores ao longo do caminho. A estrada foi construída por prisioneiros de guerra italianos durante a Segunda Guerra Mundial e a pequena igreja também construída por eles vale uma visita.
Viagem de fim de semana
Hell’s Gate fica próximo de dois vulcões, Longonot e Suswa, e os dois rendem ótimas caminhadas durante o dia. Também está próximo do Parque Nacional do Lago Nakuru; nele, você poderá avistar os rinocerontes que não viu em Hell’s Gate, e do Lago Naivasha, onde é possível fazer um passeio de barco. Aquelas brilhantes faixas cor-de-rosa na beira do lago? Sim, são bandos de flamingos.
Onde ficar
Hell’s Gate conta com três áreas de acampamento: Endachata, Naiburta e Oldubai, onde você dormirá ouvindo o sinistro som das risadas das hienas e despertar cedo para um safári ao nascer do sol. A maioria dos animais é avistada nas primeiras horas da manhã e o parque estará banhado por uma luz dourada.
Caso esteja à procura de um pouco mais de infraestrutura, aposte no Camp Carnelly, que fica a 15 minutos de carro da entrada do parque. Lá, é possível armar uma barraca nas margens do Lago Naivasha ou se hospedar em uma cabana sob acácias. Independentemente da sua escolha, relaxe no restaurante Lazy Bones, onde é possível tomar um gim-tônica e saborear samosas com recheios criativos. Ao lado, o Fisherman’s Camp oferece acomodações parecidas — e uma excelente pizza feita em forno à lenha.
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