Onça-pintada é registrada pela primeira vez em 57 anos no Parque Nacional de Brasília
O animal, que está ameaçado de extinção, foi gravado por uma armadilha fotográfica colocada dentro da reserva.
Desde a criação do Parque Nacional de Brasília, em 1961, não existiam registros visuais que comprovassem a existência de onças-pintadas dentro do local. Há muitas imagens que mostram o animal na Floresta Amazônica, por exemplo, mas, fora dela, a espécie parece estar escassa.
Em outubro de 2017, entretanto, uma equipe de seis biólogos da instituição “Brasília é o Bicho” capturou com uma câmera de vídeo a primeira imagem do felino dentro das dependências do parque, provando que a onça-pintada continua viva na região, mesmo que quase ameaçada de extinção.
O vídeo, publicado na página do Facebook da instituição, mostra uma onça-pintada macho caminhando por uma das trilhas da reserva. A gravação foi feita a partir de uma das seis armadilhas fotográficas dispostas pelo grupo dentro do perímetro do parque. A instalação das câmeras faz parte de um projeto que teve início em 2015 e terminou em 2017, e que buscava justamente registrar mamíferos de médio e grande porte no lugar.
“Esse tipo de informação é muito importante, não só para nós do meio acadêmico, mas também para o público em geral, porque é um meio de educação ambiental”, explica Pedro Guilherme Rodrigues, um dos biólogos participantes do projeto. “Dessa forma, as pessoas sabem o quão importante é preservar o habitat desses animais, já que só assim eles continuam vivos.”
Pegadas e fezes
Segundo Rodrigues, existiam provas indiretas da presença da onça no parque, como pegadas e fezes, mas nenhuma imagem ainda havia sido feita. “Foi uma vitória muito grande para nós, já que estávamos trabalhando nisso há 4 anos. ”
Leonardo Mohr, analista ambiental e agente de fiscalização do Parque Nacional, afirma que medidas como essa vêm para comprovar a necessidade da criação e manutenção de espaços que preservem a biodiversidade natural. “É preciso existir um mosaico de unidades e corredores para garantir uma população extensa desses animais e plantas. Aqui temos uma fiscalização 24 horas por dia, porque mesmo sendo um parque nacional, ainda existem pessoas que vem aqui e tentam caçar. ”
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