Nova espécie de sapo possui garras especiais capazes de perfurar a pele

O anfíbio equatoriano usa parte do corpo para machucar predadores, e até mesmo outros sapos. Outros animais também possuem mãos e pés cheios de truques.

Por Liz Langley
Publicado 15 de jan. de 2019, 20:40 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um adulto da recém-descoberta espécie Hyloscirtus hillisi parece sorrir para a câmera.
Foto de Gustavo Pazmiño, Bioweb Ecuador

Uma espécie de sapo equatoriano recém-descoberta possui uma arma secreta: uma lança na lateral do seu polegar.

Esses anfíbios vivem em árvores e provavelmente usam esse dedo especial para perfurar a pele de predadores ou concorrentes da mesma espécie, afirma Santiago Ron, líder do estudo e biólogo evolucionário da Universidade Católica do Equador.

Ron e colegas descobriram o Hyloscirtus hillisi durante uma expedição de duas semanas na Cordilheira do Condor, uma região remota e pouco estudada dos Andes que também está ameaçada devido a atividades de mineração.

"Caminhamos durante dois dias por uma região íngreme. Então, após muito suor e extremamente cansados, chegamos ao topo, onde encontramos uma floresta anã", contou Alex Achig, biólogo de campo, em uma declaração. "Foi difícil encontrar sapos porque eles se misturavam à paisagem".

A estranha garra extra encontrada nos machos e fêmeas de H. hillisi é provavelmente utilizada como mecanismo de defesa, afirma novo estudo.
Foto de Gustavo Pazmiño, Bioweb Ecuador

Por mais rara que seja, a estrutura, que se parece com uma garra, existe em quatro outras espécies de sapo, observa Ron, cujo estudo foi recentemente publicado na revista científica ZooKeys.

Diversos outros animais possuem mãos e pés autênticos e cheios de truques: Conheça os animais que estão passando por uma revolução digital única.

Gatos polidáctilos

Os gatos normalmente têm cinco dedos na frente e quatro atrás—praticamente um para cada vida—mas felinos com polidactilia, palavra grega que significa "muitos dedos", podem ter seis dedos na pata da frente ou de atrás, ou ambas.

Eles não são uma raça—qualquer gato doméstico pode ser um gato polidáctilo caso possua o gene.

Os felinos polidáctilos mais famosos são provavelmente os gatos de seis dedos da Casa de Hemingway, em Key West, descendentes de um gato de seis dedos dado de presente ao famoso escritor.

Pandas-gigantes e pandas-vermelhos

Os pandas-gigantes e pandas-vermelhos são parentes distantes, mas têm uma interessante característica em comum: Um "polegar" falso.

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    Esse dedo supérfluo é, na verdade, um osso estendido do punho, oculto sob a pele logo após o dedo mínimo, e ajuda a agarrar bambus, principal alimento de ambas as espécies.

    Mas por que a estrutura não evoluiu e se tornou um polegar de verdade?

    Isso poderia ter acontecido, afirma Stephen Phelps, geneticista da Universidade do Texas em Austin, entretanto, no que diz respeito a colher bambu, essas espécies "parecem estar indo muito bem do jeito que estão", diz ele.

    Aie-aie

    Este primata de Madagascar está ameaçado de extinção e possui dedos que lembram uma aranha, com um dedo médio muito longo. Para os insetos, é o dedo da morte.

    Os aies-aies usam o dedo médio para bater em árvores ocas e escutar o barulho provocado pela movimentação de insetos no interior.

    Quando eles ouvem alguma coisa, capturam o inseto com o mesmo dedo estranhamente longo.

    Elefantes

    Os ossos dos dedos dos pés dos elefantes são voltados para cima. Então, se fosse possível enxergar o pé por dentro, acharíamos que o elefante está na ponta dos pés. Imagine paquidermes com sapatilhas de ponta, como bailarinas.

    Também veríamos um "dedo preliminar" de menor tamanho ou sexto "dedo do pé", uma estrutura modificada em todos os quatro pés que apoia os tendões, semelhante ao polegar extra do panda-gigante, diz John Hutchinson, biólogo evolucionário da Royal Veterinary College em Londres.

    O elefante forma seu sexto "dedo do pé" a partir de ossos sesamoides existentes ou, como descrito por Hutchinson, a partir de "material antigo". Isso é "diferente de formar um dedo totalmente do zero, que é muito raro em mamíferos", complementa ele por e-mail.

    Essa adaptação é uma mão na roda: Hutchinson e colegas descobriram que esse dedo oculto ajuda a suportar o peso do animal.

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