Por que o tubarão-da-Groenlândia é um dos animais mais velhos do mundo? Veja o que diz a ciência

A longevidade do tubarão-da-Groenlândia impressiona. A espécie vive em águas profundas no Atlântico Norte e pode passar dos 300 anos de vida.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 3 de set. de 2024, 20:02 BRT
A imagem em close de um tubarão-da-Groenlândia tirada na borda de um bloco de gelo no ...

A imagem em close de um tubarão-da-Groenlândia tirada na borda de um bloco de gelo no estreito de Admiralty Inlet, no território de Nunavut, no Canadá.

Foto de Hemming1952/iNaturalist (CC BY-SA 4.0)

Ao nadar pelas águas geladas do Oceano Atlântico Norte e do Ártico, o tubarão-da-Groenlândia, também conhecido popularmente como tubarão-boreal ou cação-do-norte, não se preocupa com o tempo, pois é um animal de vida incrivelmente longa. seu tempo de existência é suficiente para ver passar diversas gerações de seres humanos.

Somniosus microcephalus, como o tubarão-da-Groenlândia é conhecido cientificamente, pode viver centenas de anos. Para saber mais sobre este singular animal, National Geographic listou fatos sobre sua longevidade.

(Você pode se interessar: Que animal é o boto-cor-de-rosa? Veja 4 fatos sobre essa espécie típica da Amazônia)

Os tubarões-da-Groenlândia podem viver quantos anos?

Cientistas descobriram que os tubarões-da-Groenlândia estão entre os animais mais longevos e mais velhos do mundo usando um método de medição de datação por carbono para estimar a idade desses animais. A datação de carbono usa um instrumento chamado  radioisótopo para encontrar a ocorrência natural de moléculas de carbono-14 nos materiais – que podem ser árvores, ossos ou dentes, por exemplo – e desta forma determinar a idade do espécime, explica a Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimentos gerais baseada no Reino Unido).

Segundo o Serviço Oceanográfico Nacional (da sigla NOAA), que é a agência costeira e oceânica dos Estados Unidos, um estudo analisou vários espécimes e determinou que o maior tubarão encontrado nessa pesquisa – uma fêmea de 5 metros de comprimento – tinha entre 272 e 512 anos de idade

“Mesmo na extremidade inferior da faixa etária desse animal, uma vida útil de 272 anos torna o tubarão-da-Groenlândia o animal vertebrado de vida mais longa”, reconhece a entidade do governo dos Estados Unidos.

Com uma vida útil em média de 400 anos, esse ser marinho vive o dobro da idade do animal terrestre mais longevo, que é a tartaruga gigante, acrescenta um artigo da National Geographic norte-americana.

Na foto, uma pessoa caminha pela Ilha Beechy, em Lancaster Sound, no território de Nunavut, no Canadá. Segundo explica a Enciclopédia Britannica, Nunavut é vasto território norte que se estende pela maior parte do Ártico canadense. Abrange as terras tradicionais dos inuítes, os povos indígenas do Ártico canadense (conhecidos como esquimós nos Estados Unidos). É nessa região erma e bastante fria que o tubarão-da-Groenlândia costuma navegar em águas profundas. 

Foto de Renan Ozturk

Por que o tubarão-da-Groenlândia é um animal que vive tantos anos?

O Serviço Oceanográfico Nacional dos Estados Unidos está investigando argumentos científicos que poderiam explicar a longevidade do tubarão-da-Groenlândia (o Somniosus microcephalus). De acordo com a agência, essa espécie de tubarão tem um metabolismo muito lento e uma boa adaptação às águas profundas e frias em que vive, o que poderia explicar sua idade avançada.

Além de seu envelhecimento ocorrer vagarosamente, seu metabolismo lerdo também se demonstra em seu crescimento – que acontece de forma mais lenta – e em seus movimentos parcimoniosos, já que ele se move a uma velocidade máxima inferior a 2,9 Km/h.

(Sobre tubarões, veja também: O que come e onde vive o tubarão-baleia, esse gigante dos oceanos?

Quantos anos tem o tubarão-da-Groenlândia mais longevo?

vertebrado mais antigo do mundo conhecido atualmente é um tubarão-da-Groenlândia que se estima ter nascido em 1505, o que indica que, se as estimativas estiverem corretas, ele teria 519 anos de idade.  

Isso está de acordo com um artigo da National Geographic da Espanha que relata o reencontro com essa criatura, ocorrido em janeiro de 2024 na costa de Belize, no Caribe.

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