As zebras albinas e douradas existem na vida real: elas são raras e pouco conhecidas

A escassa presença desses animais no meio ambiente e as dificuldades para estudá-los criam mistérios a seu redor. De olho no Dia Internacional da Zebra, em 31 de janeiro, descubra estes exemplares fora do comum.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 29 de jan. de 2025, 07:02 BRT
Não se sabe exatamente se o albinismo prejudica as zebras, mas os pesquisadores observaram que esses ...

Não se sabe exatamente se o albinismo prejudica as zebras, mas os pesquisadores observaram que esses indivíduos se integrem normalmente ao rebanho.

Foto de Michelle Callahan (CC BY 2.0)

À primeira vista, o que mais chama a atenção em uma zebra é seu padrão de listras pretas e brancas. Essa qualidade de sua pelagem é fantástica, pois pode ajudá-las a se reconhecerem umas às outras. Isso porque cada animal possui um padrão de listras único e irrepetível, diz a African Wildlife Foundation (da sigla AWF em inglês), uma organização internacional de conservação da vida selvagem africana. 

Ao longo do tempo, no entanto, especialistas vêm se surpreendendo com avistamentos de zebras albinas e até douradas. Mas pouco se sabe sobre a condição que faz com que algumas zebras tenham uma tonalidade diferente e as consequências que a pelagem distinta pode ter para esses animais.

Uma família de zebras permanece junta durante uma migração no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. Como ...

Uma família de zebras permanece junta durante uma migração no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. Como a AWF destaca, esse animal africano nasce com listras marrons que se tornam pretas com a idade. 

Foto de CHARLIE HAMILTON JAMES

O mundo sabe pouco sobre as zebras albinas

Não é comum ver zebras com albinismo na natureza. É uma condição rara, por isso pouco ou quase nada se sabe sobre ela, observa Greg Barsh, geneticista do HudsonAlpha Institute for Biotechnology (uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos dedicada ao estudo de biotecnologia e pesquisa genômica). 

A afirmação foi feita em um artigo de National Geographic de 2019, que relata a descoberta de uma zebra dourada pelo fotógrafo franco-italiano Sergio Pitamitz.

De acordo com esse texto, o impressionante animal clicado pelas lentes de Pitamitz em 2019 no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia, era notável por ter cores muito mais claras do que suas companheiras. No mesmo artigo, Barsh sugere que a zebra pode ter albinismo parcial.

Essa condição, o albinismo parcialsignifica que o animal tem menos melanina (um pigmento natural presente na peledo que outros indivíduos da mesma espécie. Como resultado, em vez de serem pretassuas listras são mais pálidas.

Ainda de acordo com o texto da NatGeo, é provável que a variante genética responsável pelo albinismo parcial seja amplamente distribuída pelo mundo.

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    A zebra Zoe, um animal com amelanismo que nasceu e viveu no Havaí: ela tinha tinha listras douradas e olhos azuis.

    Foto de jschroe (CC BY 2.0)

    Por outro lado, uma pesquisa que realizou análises genéticas em 140 zebras das planícies (Equus quagga), incluindo sete indivíduos com padrões de pelagem incomuns, revela que populações menores e isoladas têm menor diversidade genética

    O estudo, publicado em 2020 na revista científica Molecular Ecology, conclui que as zebras com listras anormais tinham maior probabilidade de nascer nos grupos isolados estudados. Assim, as mutações genéticas que causam diferentes pelagens nessa espécie podem ser uma consequência de sua baixa diversidade genética.

    (Animais e história: Como os lobos se transformaram em cachorros? Fósseis antigos trazem pistas intrigantes)

    Zoe, a zebra dourada que conquistou o mundo, tinha o chamado “amelanismo”

    Uma das zebras douradas” mais famosas foi Zoeum equídeo que nasceu no Havaí e passou sua vida no Three Ring Ranch, um santuário de animais exóticos sem fins lucrativos fundado em 1998 na ilha havaiana e credenciado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

    De acordo com um artigo no site do santuário, Zoe tinha “amelanismo” (ou amelanose), uma anormalidade que se distingue pela falta de pigmento na pele conhecido como melanina, como explica um artigo de 2022 publicado no periódico científico Latin American Journal of Herpetology.

    Zoe morreu em 2017, aos 19 anos de idade, no mesmo local onde vivia com sua mãe e irmã (que não compartilhavam sua condição).

    Um rebanho de zebras gruda nos gnus para evitar predadores na Reserva Nacional Masai Mara, no ...

    Um rebanho de zebras gruda nos gnus para evitar predadores na Reserva Nacional Masai Mara, no Quênia.

    Foto de CHARLIE HAMILTON JAMES

    Possuir um padrão de listras mais claras pode prejudicar as zebras?

    Apesar de identificar esses indivíduos, não está claro para os especialistas se a falta de listras pretas é prejudicial para eles, explica o artigo de NatGeo. No caso de Zoe, ela não tinha problemas de saúde, com exceção da visão noturna ruim, relatou o santuário, . 

    Ainda segundo a reportagem de NatGeo, acredita-se que animais com essa condição podem sobreviver na naturezasão aceitos pelos membros do rebanho. No caso da zebra albina que Pitamitz fotografou, por exemplo, ela foi encontrada com outros espécimes.

    Além disso, continua a fonte, “na natureza há outros tipos de zebras com coloração diferente (como as zebras malhadas e os indivíduos que parecem ter mais listras ou manchas pretas) que também se adaptam bem ao rebanho”. Eles são recebidos com comportamento normal por seus companheiros.

    Embora a aceitação social das zebras albinas não seja um problema, elas podem sofrer danos em sua autoproteção por causa das cores fora do comum. Enquanto isso, o mundo continua se maravilhando com as imagens de zebras de pelagem quase dourada

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