Arara-azul-de-lear
A ave foi muito capturada para criação doméstica e sofreu com a derrubada de árvores, mas tem sido alvo de bem sucedidos esforços de conservação.
- Nome comum: Arara-azul-de-lear
- Nome científico: Anodorhynchus leari
- Tipo: ave
- Dieta: onívoro
- Tempo de vida médio na natureza: 50 anos
- Tamanho: 75 cm
- Peso: 940 g
- Status de ameaça: em perigo
- Tendência populacional: aumentando
A arara-azul-de-lear é uma ave endêmica de uma região da Caatinga Nordeste da Bahia. É um pouco menor do que a arara-azul-grande e possui uma cauda longa e bico poderoso. A coloração do corpo alterna tons de azul: esverdeado na cabeça e pescoço, desbotado na barriga, e cobalto na parte superior das asas e cauda. Tem, ainda, manchas amarelas bastante características próximas ao bico. A espécie foi descrita em meados do século 19 por Lucien Bonaparte, sobrinho de Napoleão, a partir de desenhos e de uma pele. No entanto, a sua localização na natureza só se deu na década de 1970, quando passou a ser observada na Caatinga. Vive ao redor das cidades de Jeremoabo, Canudos, Paulo Afonso, Santa Brígida, Glória, Rodelas, Euclides da Cunha, Monte Santo, Campo Formoso e Santo Sé.
No entanto, os locais utilizados para fazer ninhos são bastante específicos: grandes paredões de arenito cheios de fendas por onde elas entram. Dois destes paredões são conhecidos, um em Canudos e outro em Jeremoaba. De manhãzinha, com o raiar do sol, disparam a gralhar e voam a distâncias de até 60 km para as áreas onde se alimentam. E a arara-azul-de-lear é uma comilona. Gosta de baraúnas, pinhões, umbus, mucunãs e até milhos-verdes, mas seu alimento preferido são coquinhos de licuri, produzidos por uma palmeira típica da Caatinga. Por dia, uma só arara é capaz de consumir até 350 destes cocos. E, enquanto o grupo se alimenta, sempre tem uma ave de sentinela, para garantir o retorno são e salvo para casa no fim do dia.
Por conta da sua beleza, a arara-azul-de-lear foi muito capturada para criação doméstica. A espécie também sofreu com a derrubada das suas principais fontes alimentícias. As últimas estimativas dão conta de um total de pouco mais de 1,2 mil indivíduos na natureza, 228 adultos em idade reprodutiva. Mas ações de conservação tocadas pelo governo brasileiro fazem com que este número esteja em ascendente.