O que a OMS diz sobre a exposição excessiva à radiação do corpo humano

O uso médico da radiação representa 98% da dose recebida pela população, sendo que a principal exposição vem de fontes artificiais.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 29 de mar. de 2023, 17:55 BRT

Um guarda da Usina Nuclear de Chernobyl, quando explodiu, sofre de envelhecimento da pele e perda de peso, 40 anos de idade nesta foto, ainda tem o tecido de 65 ano de idade.

Foto de Gerd Ludwig

O solo, a água, o ar e até nossos corpos produzem diferentes formas de radiação, então, de alguma forma, todas as pessoas estão expostas a este tipo de energia diariamente, como informa a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

O rádon, por exemplo, que é um gás natural que emana das rochas e da terra, é considerado uma das principais fontes de radiação de origem natural. Mesmo a medicina utiliza os efeitos da radiação para estudar e examinar pacientes que necessitam de algum diagnóstico particular e a fonte mais comum de radiação artificial são as máquinas de raios-X utilizadas em radioterapia. 

Entretanto, quando a exposição à radiação é excessiva, o corpo humano pode sofrer consequências. Descubra quais são elas.

O que é radiação e como ela é medida?

Segundo a OMS, a radiação é um tipo de energia liberada pelos átomos sob a forma de ondas eletromagnéticas ou partículas que podem vir em duas formas: 

  1. Radiação ionizante: produzida por átomos que possuem excesso de energia e que, quando liberada espontaneamente na forma de raios gama ou raios-X, produz radioatividade. 
  2. Radiação não-ionizante: refere-se à radiação existente em campos elétricos e magnéticos de baixa energia, tais como ondas de rádio, microondas, raios ultravioleta ou luz visível. 

Esta energia é medida de duas maneiras: pela dose de radiação recebida (expressa em uma unidade chamada gray (Gy)); e seu potencial de causar danos aos tecidos e órgãos humanos, que é calculado usando uma unidade chamada sievert (Sv) ou millisievert (mSv).

A partir desta medida, a dose determinada para a Síndrome Aguda da Radiação (ARS, na sigla em inglês), que é uma doença causada pela exposição à radiação, é de aproximadamente 1 Sv (ou 1000 mSv), o que equivale a uma alta taxa de radiação. 

De acordo com a OMS, a exposição média anual à radiação de todas as fontes entre a população mundial é de 3 millisieverts por ano, per capita. Como efeito de comparação, as vítimas do acidente nuclear de Chernobyl, por exemplo, foram expostas a até 16 Sv, ou seja, 16 vezes a mais da quantidade que causa a Síndrome. 

Entretanto, o risco da radiação afetar a saúde das pessoas depende de vários fatores, incluindo o tipo de radiação, a duração e o modo de exposição e as características da pessoa exposta. 

Este menino, no departamento de oncologia do hospital infantil de Chelyabinsk, era apenas diagnosticada com leucemia, cujo aumento das taxas foi atribuído a 3 acidentes graves em instalações nucleares na região vizinha do rio Techa

Foto de Gerd Ludwig

O que a radiação excessiva faz às pessoas?

Quando uma pessoa é exposta a altos níveis de radiação, os tecidos e órgãos do corpo podem ser danificados. Quanto maior a dose de radiação recebida, maior o risco para o corpo e mais efeitos relacionados à Síndrome Aguda da Radiação podem ocorrer. Eles são: 

  • Náuseas e vômitos
  • Erupções cutâneas e queimaduras (avermelhamento da pele)
  • Queda de cabelo
  • Morte

Nas palavras da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), é considerado um alto nível de exposição a partir de 75 radianos (0,75 Gy) em um curto espaço de minutos ou horas. Isto equivale a receber 18 mil radiografias de tórax de corpo inteiro em menos de uma hora. 

Se a radiação for baixa, o corpo pode reparar os resultados dessa exposição durante um período prolongado de tempo, como é o caso da exposição aos raios-X para diagnósticos médicos. Entretanto, a exposição prolongada a esses níveis de radiação, adverte a OMS, pode aumentar o risco de câncer.  

(Você pode estar interessado em: Por que a camada de ozônio está sendo destruída?)

Como se descontaminar da radiação

Quando ocorre um acidente radiológico ou nuclear, as primeiras pessoas a atenderem a crise, como profissionais de resgate e médicos, são as mais propensas a serem expostas a altos níveis de radiação e a apresentarem efeitos relacionados à Síndrome Aguda da Radiação (ARS). É por isso que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos,(CDC) recomenda a remoção de material radioativo da seguinte forma: 

  • Retirar roupas que tenham tido contato externo com radiação. Esta ação pode descontaminar a pessoa de até 90% do material radioativo;
  • Consumir água engarrafada, evitando, assim, o contato com água da torneira se esta estiver contaminada. Entretanto, qualquer material radioativo na água será diluído a níveis baixos e a água pode ser usada para lavar a pele, o cabelo e as roupas;
  • Lavar o corpo com sabão e água morna sem esfregar ou arranhar a pele;
  • Usar shampoo para limpar o cabelo, sem aplicar condicionador. O condicionador faz com que o material radioativo fique aderido aos fios;
  • Vestir-se com roupas limpas que não tiveram qualquer contato com a radiação. 

Se uma pessoa estiver em uma área afetada, a OMS também recomenda ficar dentro de casa, com janelas e portas fechadas para que as paredes e o telhado possam proteger a pessoa de quedas d’água (como chuvas e tempestades) e demais partículas de radiação externas.

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