Os 3 mitos sobre o sono que a medicina tem ajudado a desmascarar
O sono é uma atividade essencial para várias partes do corpo humano. Na imagem, as pessoas dormem profundamente enquanto um compositor conduz uma apresentação de Sleep, na filarmônica de Paris, que tem como objetivo guiar os ouvintes a um descanso rejuvenescedor.
Embora possa parecer um período de inatividade, o sono é muito mais produtivo (e importante) do que você imagina. De fato, o cérebro e o corpo permanecem ativos enquanto descansam, afirma o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame (NINDS, por seu acrônimo em inglês), uma agência oficial dos Estados Unidos.
"O sono afeta quase todos os tipos de tecidos e sistemas do corpo, desde o cérebro, o coração e os pulmões até o metabolismo, a função imunológica, o humor e a resistência a doenças", explica.
Para garantir que esse período da rotina diária seja restaurador e saudável o suficiente, é preciso desmistificar algumas afirmações que podem se tornar grandes inimigas da saúde.
Aqui estão três mitos populares sobre o sono.
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Mito 1: à medida que as pessoas envelhecem, elas precisam dormir menos
A experiência mostra que a quantidade de sono que uma pessoa precisa muda com a idade. Ao nascer, os bebês dormem entre 16 e 18 horas. Crianças e adolescentes precisam, em média, de 9 a 10 horas de descanso por noite. A maioria dos adultos, por outro lado, dorme entre 7 e 9 horas, diz o NINDS.
Entretanto, é comum observar que, muitas vezes, situações pessoais, de trabalho e/ou a ingestão de alguns medicamentos fazem com que algumas pessoas descansem menos do que o recomendado, levando à falsa crença de que os adultos não precisam de tantas horas dormindo.
Mas isso não passa de um mito e a ciência reforça que todos devem descansar o suficiente para melhorar o desempenho cerebral, o bom humor e a saúde – benefícios comprovadamente associados ao sono, como alerta o Institutos Nacionais de Saúde (NIH), principal órgão do governo dos Estados Unidos responsável pela biomedicina e pela saúde pública.
É essencial que as pessoas durmam o suficiente e sem interrupções, pois o cansaço pode fazer com que os indivíduos adormeçam no transporte público, como na imagem em que um homem "dorme enquanto está presente" – uma prática japonesa distinta do cochilo. Aqui, a pessoa dorme em um local não destinado ao sono.
Mito 2: o sono "perdido" pode ser recuperado
Intimamente relacionado ao ponto anterior está o mito de que as horas de descanso perdidas durante a semana podem ser "recuperadas", aponta o NINDS. No entanto, dormir mais nos dias de folga não é suficiente.
Em um estudo publicado em 2019 na revista científica Current Biology, uma equipe de pesquisadores analisou pessoas com descanso insuficiente constante e outras privadas do descanso diário necessário, que usavam os fins de semana para dormir até tarde.
O estudo concluiu que "o sono de recuperação nos fins de semana não é uma estratégia eficaz para evitar a desregulação metabólica associada ao sono insuficiente recorrente".
Os pesquisadores também observaram que a capacidade do corpo de controlar os níveis de açúcar no sangue piorou em ambos os grupos e as pessoas também ganharam peso como resultado desse déficit.
Além disso, o NIH acrescenta que "não dormir o suficiente e com qualidade regularmente aumenta o risco de muitas doenças e distúrbios do sono", que vão desde doenças cardíacas e derrames até demência.
O tempo de sono é uma atividade que varia de acordo com a idade da pessoa e fatores externos. No caso de adultos, seu sono pode ser influenciado pelo uso de medicamentos, e por circunstâncias pessoais ou relacionadas ao trabalho.
Mito 3: ter o número recomendado de horas de sono é suficiente
É provável que, se você estiver se sentindo muito cansado, possa adormecer em qualquer lugar: no transporte público, no sofá ou enquanto assiste a um filme durante o dia. No entanto, a ciência mostrou que não basta apenas dormir a quantidade recomendada de horas: o sono deve ser reparador e ininterrupto e criar o ambiente certo é propício para uma boa noite de sono.
Manter o quarto silencioso, relaxante e em uma temperatura confortável é essencial para um bom descanso, adverte o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a principal organização de serviços orientada por dados e ciência nos Estados Unidos que protege a saúde pública.
Além disso, o CDC sugere outras boas práticas, como ir para a cama e levantar-se no mesmo horário todos os dias; desligar os aparelhos eletrônicos pelo menos 30 minutos antes de dormir; evitar grandes refeições, café e álcool antes de dormir; e fazer exercícios regularmente.