10 fenômenos astronômicos espetaculares para observar em 2021

Este ano promete muitas maravilhas celestes, como encontros planetários, chuvas de meteoros deslumbrantes e um eclipse da chamada Lua de Sangue.

Por Andrew Fazekas
Publicado 6 de jan. de 2021, 07:00 BRT
Uma Lua de Sangue, apelido do evento de eclipse lunar total, sobre o monte Rainier, no ...

Uma Lua de Sangue, apelido do evento de eclipse lunar total, sobre o monte Rainier, no estado americano de Washington.

 

Foto de Kevin Ebi, Alamy Stock Photo

Apesar do ano cheio de lockdowns e isolamento social, o céu estrelado de 2020 nos trouxe consolo e nos encantou com um desfile de fenômenos celestes fascinantes. O calendário astronômico do ano passado estava repleto de fenômenos memoráveis, como o aparecimento surpresa do cometa Neowise, as melhores visualizações de Marte da década, uma Lua azul no Dia das Bruxas e um encontro bastante aguardado de uma proximidade histórica entre Júpiter e Saturno.

Dezenas de fenômenos astronômicos incríveis também ocorrerão ao longo de 2021. Veja nossa seleção de fenômenos celestes previstos que valem a pena marcar em seu calendário deste novo ano.

11 de fevereiro: conjunção de Vênus e Júpiter

 

 

Foto de Ilustração de Andrew Fazekas

Aqueles que acordam cedo serão recompensados com um encontro próximo entre dois dos planetas mais brilhantes em nossos céus: Vênus e Júpiter. Ambos os planetas ficarão bastante visíveis a olho nu e a dupla estará tão próxima no céu que os planetas poderão ser observados juntos por meio de um telescópio comum. Como bônus, o planeta Saturno estará no canto superior direito da dupla.

Procure um bom ponto de observação com visão desobstruída do horizonte a sudeste, já que essa dupla celestial aparecerá próxima à posição do nascer do Sol, e localizá-la será uma questão de esperar o momento exato. O segredo é aguardar os planetas se elevarem o suficiente no céu pela manhã para observá-los pouco antes que a luz do amanhecer ofusque sua visão. A melhor hora para encontrá-los é entre 20 e 30 minutos antes do nascer do Sol. No Hemisfério Sul, será possível ver melhor o fenômeno porque a posição dos planetas estará mais afastada do Sol e, portanto, mais alta no céu.

9 e 10 de março: formação quádrupla

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    Foto de Ilustração de Andrew Fazekas

    Um encontro cósmico impressionante saudará os observadores do céu em todo o mundo quando quatro corpos celestes se aproximarão no céu do sudeste pela manhã. Mercúrio, Júpiter e Saturno surgirão em um alinhamento quase perfeito, enquanto a Lua crescente será o quarto elemento próximo ao trio de planetas. Cada planeta aparecerá como um ponto brilhante, sendo Mercúrio o mais fraco e Júpiter o mais forte — todos facilmente visíveis a olho nu.

    Usando binóculos, observadores poderão localizar os quatro maiores satélites de Júpiter, também será possível distinguir os anéis de Saturno com um telescópio pequeno. Por causa da posição da Terra em relação a Mercúrio e ao Sol, apenas metade do disco do planeta mais próximo do Sol ficará iluminada para nós. Como resultado, Mercúrio parecerá uma versão em miniatura de uma Lua crescente a partir da visão do telescópio.

    26 de maio: eclipse lunar total de Lua de Sangue

    No oeste da América do Norte, oeste da América do Sul, Austrália e sudeste da Ásia, será possível testemunhar o avermelhamento da Lua durante um eclipse lunar total. Esse fenômeno astronômico surpreendente acontece quando o Sol, a Terra e a Lua ficam em um alinhamento exato no qual a sombra do nosso planeta cobre totalmente a Lua.

    Durante o eclipse total, a luz solar, que brilha através da camada de atmosfera coberta de poeira da Terra, se curva, ou passa por refração, em direção à parte vermelha do espectro e é lançada sobre a superfície da Lua. Como resultado, a Lua passa do cinza-escuro durante a fase parcial do eclipse para cor de laranja-avermelhada durante a fase de eclipse total. A cor exata da Lua pode variar conforme a quantidade de poeira na atmosfera da Terra.

    Esse eclipse lunar total ocorrerá no ponto mais próximo entre a Terra e a Lua na órbita oval lunar – fenômeno ocasionalmente denominado Super Lua – assim, o disco lunar também estará maior e mais brilhante do que uma Lua cheia comum. O eclipse parcial iniciará às 06h44 no fuso horário de Brasília, quando o primeiro sinal de sombra da Terra começará a cobrir a Lua. O eclipse total, quando a Lua parece ficar vermelha, começará às 8h11 e terminará às 8h25.

    10 de junho: eclipse solar com “anel de fogo”

    Em uma faixa estreita que inicia no norte do Canadá, passa por parte da Groenlândia e se estende até a Rússia, será possível observar um eclipse com “anel de fogo” ao nascer do Sol. Também conhecido como eclipse solar anular, o fenômeno impressionante ocorre quando a Lua, o Sol e a Terra se alinham de modo que o disco lunar fica pequeno demais para cobrir o Sol inteiro, deixando um anel de luz ao redor da silhueta lunar escura. O eclipse total começa às 9h49 no fuso horário universal UT no norte do Canadá e termina na Rússia às 11h33 UT.

    Embora para muitos seja difícil estar na faixa onde será visível o anel de fogo, milhões de pessoas estarão bem posicionados para testemunhar seu eclipse solar parcial e, assim, grandes áreas da Ásia, Europa e América do Norte poderão ver parte do Sol coberto pela Lua. Se for observar o eclipse anular ou parcial, lembre-se de nunca olhar diretamente para o Sol sem proteção adequada para os olhos, como óculos com filtros especiais para visualização de eclipses.

    12 de julho: conjunção entre Vênus e Marte

     

     

    Foto de Ilustração de Andrew Fazekas

    Após o pôr do Sol, esses dois planetas brilhantes parecerão se tocar no céu. A dupla será acompanhada por uma Lua crescente, criando o cenário ideal para uma bela foto.

    Assim como a grande conjunção entre Júpiter e Saturno em dezembro de 2020, Marte e Vênus estarão tão próximos que poderão ser observados por um telescópio comum ao mesmo tempo. Vênus será mais fácil de identificar por sua semelhança com uma estrela e brilho inconfundível. Marte estará muito mais fraco e, por isso, poderá ser ofuscado a princípio pelo brilho de Vênus. Contudo, depois que seus olhos se acostumarem, ficará mais fácil observar ambos a olho nu, separados por um espaço igual à largura de uma Lua cheia.

    12 e 13 de agosto: picos da chuva de meteoros Perseidas

     

     

    Foto de Ilustração de Andrew Fazekas

    Em meados de agosto de todos os anos, a Terra atravessa uma nuvem de detritos irradiados pelo cometa Swift-Tuttle, produzindo uma enxurrada de estrelas cadentes nos céus enquanto pequenos meteoros queimam na atmosfera superior. É a chuva de meteoros Perseidas, que pode produzir até 60 estrelas cadentes por hora em um ano normal.

    Mas este ano promete ser especialmente bom para observar as Perseidas, já que o pico da chuva coincidirá com um céu escuro sem Lua. A Lua crescente côncava vai se pôr no início da noite, proporcionando excelentes condições de visualização mais tarde. O Hemisfério Norte será favorecido, pois os meteoros sempre parecem irradiar da constelação de Perseu (da qual deriva seu nome), que fica perto do horizonte nessa época do ano para aqueles que estão em latitudes ao sul.

    Para assistir melhor a esse espetáculo de luzes celestiais, procure um local com o mínimo de poluição luminosa possível. Mesmo em um parque ou local não tão distante dos centros urbanos, será possível observar dezenas de estrelas cadentes a cada hora se não houver nuvens.

    18 de agosto: conjunção entre Marte e Mercúrio

     

     

    Foto de Ilustração de Andrew Fazekas

    Um encontro próximo ocorrerá entre o planeta mais próximo do Sol, o pequeno Mercúrio, e o quarto planeta em distância do Sol, o avermelhado Marte. Essa conjunção chamativa será um pouco difícil de visualizar devido à sua proximidade com o Sol poente e, por isso, será necessária uma linha de visão desobstruída do horizonte oeste. Mercúrio ficará mais brilhante do que Marte, pois será mais iluminado pelo Sol. Se visualizar a conjunção por meio de um telescópio, esses dois planetas aparecerão tão próximos que ambos poderão ser observados juntos com uma boa lente de aumento, proporcionando imagens detalhadas dos dois planetas juntos.

    8 de outubro: chuva de meteoros Draconídeas

     

     

    Foto de Ilustração de Andrew Fazekas

    As Draconídeas brilharão nos céus do noroeste após o anoitecer lançando entre 10 e 15 estrelas cadentes por hora. Essa chuva de meteoros é proveniente de um fluxo de partículas do tamanho de grãos de areia espalhadas pela órbita do cometa 21P / Giacobini-Zinner. Com uma Lua fina demais para ofuscar, o céu relativamente escuro ajudará os observadores a aproveitar esses lampejos de detritos do cometa.

    Como a maioria das demais chuvas de meteoros, as Draconídeas recebem o nome da constelação da qual parecem irradiar – nesse caso, a constelação de Draco ou do dragão. As Draconídeas são mais bem visualizadas entre o anoitecer e a meia-noite, quando as estrelas cadentes surgem mais altas no céu. No pico da chuva, Draco estará quase no zênite por volta da meia-noite em todo o Hemisfério Norte. As estrelas cadentes do dragão são bastante fáceis de identificar, pois estão entre as mais lentas de todas as chuvas anuais.

    19 de novembro: eclipse lunar parcial

    O último eclipse lunar do ano saudará observadores na América do Norte, América do Sul, Austrália e regiões da Europa e Ásia. Embora tecnicamente seja um eclipse parcial, até 95% da Lua cheia ficará dentro da sombra escura da Terra. Em seu auge, deve se parecer brevemente com um eclipse total, o que significa que o disco lunar pode mostrar tons de laranja ou vermelho. O eclipse começará às 4h18 no fuso horário da Costa Leste dos Estados Unidos e a sombra da Terra cobrirá a maior parte da superfície visível da Lua às 6h02 nesse fuso horário.

    4 de dezembro: eclipse solar total

    Viajantes destemidos em busca de altas aventuras de observação de eclipses terão sua chance no fim de 2021, quando um eclipse solar total ocorrerá na Antártida. Até lá, um eclipse parcial solar ficará visível em regiões do Chile, Argentina, África do Sul, Namíbia e Austrália. Os observadores que utilizarem óculos com filtro especial para visualização de eclipses nessas regiões poderão ver uma redução do Sol com o escurecimento parcial do disco solar devido à cobertura da Lua.

    Alguns navios de cruzeiros e companhias aéreas terão destinos diretos aos locais do eclipse total, onde todo o disco solar será coberto pela Lua, escurecendo drasticamente o ambiente ao redor por alguns preciosos minutos. Aqueles que viajarem para a região mais ao sul do mundo terão a oportunidade de observar o Sol em um eclipse próximo ao horizonte nas primeiras horas da manhã, com icebergs e tundra gelada abaixo: uma ótima maneira de terminar o ano.

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