Uma superlua “azul” surge acima do Castelo de Monsaraz, na reserva Dark Sky Alqueva, em Portugal. ...

Trilogia lunar rara: uma sequência de três superluas iluminará o fim de 2025. Saiba quando ver

Todas as Luas cheias serão superluas nos próximos meses. Veja com que frequência isso acontece e por quê – e anote no calendário as datas para acompanhá-las no céu.

Uma superlua “azul” surge acima do Castelo de Monsaraz, na reserva Dark Sky Alqueva, em Portugal. Outubro, novembro e dezembro de 2025 trarão uma superlua cada. Saiba por que elas acontecem, quando olhar para cima e como capturar a Lua em seu tamanho e brilho máximos.

Foto de Miguel Claro
Por Andrew Fazekas
Publicado 6 de out. de 2025, 12:03 BRT

Olhe para o céu nos próximos dias e você notará algo incomum: todas as Luas cheias parecerão maiores e mais brilhantes do que o normal. Isso porque os últimos três meses de 2025 trazem uma rara sequência de superluas consecutivas – evento astronômico que acontece quando a fase cheia da lua se alinha com o ponto de sua órbita mais próximo da Terra.

Nos dias 6 de outubro, 5 de novembro e 4 de dezembro, as Luas da “colheita”, do “castor” e do “frio” surgirão como superluas, formando uma sequência de três meses que os observadores do céu raramente têm a oportunidade de ver

Aqui, National Geographic explica o que você precisa saber.

“Não há evidências que relacionem as superluas a terremotos, erupções vulcânicas ou outros desastres.”

O que faz de uma lua normal em uma “superlua”?

A Lua não orbita a Terra em um círculo perfeito — ela segue uma trajetória alongada em forma de ovo. Isso significa que há momentos em cada mês em que a Lua está um pouco mais próxima da Terra, um ponto chamado perigeu, e momentos em que está mais distante, no apogeu. No perigeu, a Lua pode estar a cerca de 356 mil quilômetros de distância, enquanto no apogeu ela pode se afastar para mais de 406 mil quilômetros.

Quando a Lua cheia coincide com o momento do perigeutemos uma superlua — um disco lunar que parece ligeiramente maior e brilha mais intensamente do que o habitual. Em comparação com a Lua cheia mais distante, uma superlua pode parecer até 14% maior e 30% mais brilhante

Em relação a uma Lua cheia média, a diferença é de cerca de 7% maior e 15% mais brilhante. A olho nu, a mudança pode parecer sutil, mas fotos lado a lado revelam o quão impressionante este efeito realmente é.

Por que 2025 terá três superluas consecutivas

Superluas não são raras — normalmente é possível ver algumas a cada ano. O que é incomum é que 2025 terá uma sequência de três Luas cheias consecutivas alinhadas com o perigeu. Isso acontece porque o momento do perigeu muda lentamente em relação às fases lunares, completando um ciclo completo a cada 14 meses lunares. 

Às vezes, esse ciclo significa que apenas uma Lua cheia está próxima o suficiente para ser consideradasuper”. Outras vezes, como em 2025, o alinhamento é perfeito para produzir uma sequência de três superluas em seguidas.

A festa cósmica continua em 2026, pois em 3 de janeiro será a primeira superlua do próximo ano, o que tecnicamente significa que estamos prestes a testemunhar quatro superluas consecutivas.

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    Entre três e cinco superluas podem ocorrer anualmente. Embora o termo “superlua” seja comum, ele não ...

    Entre três e cinco superluas podem ocorrer anualmente. Embora o termo “superlua” seja comum, ele não é uma nomenclatura astronômica oficial.

    Foto de Joel Kowsky Nasa

    Por que as Luas cheias têm tantos nomes diferentes?

    Durante séculos, as Luas cheias receberam nomes que refletem os ritmos sazonais, as estratégias de sobrevivência e as tradições culturais. Muitos dos nomes (em inglês) mais conhecidos hoje em dia foram preservados através de fontes como o “Almanaque do Agricultor” (“Farmer's Almanac”), que se baseou em práticas de nomenclatura europeias e indígenas.

    A “Lua da Colheita” de outubro leva esse nome devido às últimas semanas da temporada agrícola no Hemisfério Norte. Isso porque antes da eletricidade, os agricultores dependiam de sua luz prolongada — que surgia perto do pôr-do-sol por várias noites seguidas — para colher os frutos até tarde da noite.

    A “Lua do Castor” de novembro era considerada pelas comunidades indígenas da América do Norte como a época em que os castores se preparavam para o inverno, reparando suas tocas e construindo represas. Também marcava o momento em que os caçadores partiam antes que os rios congelassem por causa do inverno, ligando a Lua tanto ao comportamento animal quanto à atividade humana.

    A “Lua fria” de dezembro sinaliza a chegada das noites longas e do inverno rigoroso no Hemisfério Norte. Surgindo durante a época festiva, há muito tempo é vista como um farol contra os dias mais escuros do ano.

    (Você pode se interessar por: Os poderes da Lua Cheia – do lobisomem à falta de sono, veja 3 mitos sobre o satélite da Terra)

    Superluas em sequência: o que poderá ser visto no céu noturno?

    diferença de tamanho entre uma Lua cheia comum e uma superlua é sutil, mas o efeito é mais impressionante no nascer da Lua. À medida que o satélite da Terra em sua fase cheia sobe acima do horizonte oriental logo após o pôr-do-sol, ela pode parecer enorme, não apenas porque está no perigeu, mas também graças à ilusão lunar, uma peculiaridade da percepção humana que faz com que os objetos próximos ao horizonte pareçam maiores do que quando estão no alto. 

    Enquadrar a Lua contra árvores, edifícios ou montanhas pode tornar a vista ainda mais dramática para fotógrafos e observadores casuais das estrelas.

    Até mesmo as marés altas podem sentir um ligeiro aumento devido à superlua, subindo alguns centímetros acima do normal

    Apesar das afirmações sensacionalistas, não há evidências que relacionem as superluas a terremotos, erupções vulcânicas ou outros desastres. O único risco para quem observa a Lua é perder a vista devido às nuvens.

    Como observar e fotografar as superluas

    A melhor maneira de apreciar cada uma dessas superluas em suas respectivas datas é simples: saia após o pôr-do-sol e olhe para o leste. Aponte seus binóculos para a Lua e você poderá ver com mais nitidez características lunares como crateras, cadeias de montanhas e até os “mares escuros de lava solidificada do satélite da Terra. 

    Mesmo um telescópio doméstico modesto pode revelar a beleza acidentada da superfície da Lua com detalhes impressionantes. 

    Já para aqueles que desejam capturar o momento com a câmera, o momento certo e a composição são importantes. Planeje fotografar assim que a Lua nascer, quando seu disco dourado paira perto de pontos de referência no horizonte. 

    Usar uma câmera DSLR (Digital Single-Lens Reflex, em inglês, ou Reflex de Lente Única Digital) e uma lente teleobjetiva de 200 mm ou mais pode enquadrar a Lua grande contra um objeto em primeiro planocriando o efeito clássico de superlua sobre o horizonte da cidade”. Enquanto isso, fotos em grande angular com seu smartphone podem mostrar a Lua nascendo sobre paisagens, banhada por tons dramáticos do crepúsculo.

    Embora a Lua possa estar apenas um pouco mais próxima do que o habitual, a maravilha que ela inspira é sempre extraordinária.
     

    Céu limpo! Andrew Fazekas, o Night Sky Guy, é o principal autor do “Stargazer’s Atlas” e da segunda edição do best-seller “The Backyard Guide to the Night Sky”. Siga ele no Instagram em @thenightskyguy.

     

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