Veja o incêndio que atingiu templo de quase 5 mil anos no Peru

Um mural de 4 mil anos, o mais antigo já descoberto nas Américas, foi danificado pelo fogo. O incêndio começou depois que a queimada de um campo de cultivo fugiu do controle.

Por Sarah Gibbens
Publicado 14 de nov. de 2017, 16:47 BRST, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Incêndio danificou templo de 5 mil anos no Peru
Entre os objetos atingidos, um mural de 4 mil anos, o mais antigo já descoberto nas Américas.

O que pode ter sido um dos mais antigos murais conhecidos das Américas foi destruído pelo fogo.

A mídia local informa que um incêndio recente danificou um mural de mais de 4 mil anos. O incêndio da noite de domingo se espalhou por um templo de 4 mil anos chamado Ventarrón, no Vale do Lambayeque, no Peru. O fogo desencadeou uma destruição no local.

Diretor do museu Tumbas Reales de Sipán, Walter Alva disse que quase 95& do templo, incluindo o mural e artefatos, foram danificados pelas chamas.

Em publicação na sua página do Facebook, o arqueólogo Ignacio Alva Meneses, filho de Walter, lamentou a destruição do monumento histórico de quase 5 mil anos. Alva Meseses filmou a cena que mostra chamas queimando intensamente os telhados de palha construídos por quem visita e trabalha no local.

Parte do mural de 4 mil anos que decorava o antigo templo da civilização Moche.
Foto de Enrique Jara, cc By-sa 4.0

Canais de notícia locais informaram que o fogo começou como uma queimada controlada em um campo de cultivo, mas fugiu do controle. A empresa de agronegócios Pomalco iniciou o incêndio para queimar um campo de cana-de-açúcar. A prática é uma maneira comum de limpar as culturas antes de uma nova estação de plantio. O ministério da cultura peruana investigará o incêndio e a extensão total do dano em Ventarrón.

Partes do local foram saqueadas no início da década de 1990, mas os criminosos não encontraram a escada que conduzia ao templo. Quando foi desenterrado por arqueólogos em 2007, estava intocado por quase quatro milênios. O lugar fica a quase 20 km do famoso sítio arqueológico de Sipán, um dos principais centros culturais do povo Moche. Eles viviam na costa do norte do peru e prosperaram entre os séculos 1 e 8, aproximadamente. 

A datação por carbono, no entanto, revelou que Ventarrón antecede Sipán em cerca de 2 mil anos. Em entrevista de 2007 para a National Geographic, Alva Meneses afirmou que a datação por carbono provou que o mural de Ventarrón era o mais antigo das Américas.

Vibrantes pigmentos amarelos, vermelhos e azuis pintados em blocos de sedimentos do rio representam um veado apanhado em uma rede, segundo os arqueólogos.

Quando foi descoberto, pesquisadores comentaram que Ventarrón representava o estágio formativo de uma sociedade, à medida que estruturas mais complexas começavam a se formar. Pode ter sido um ponto de intercâmbio entre sociedades que se formaram ao longo da costa e em partes mais internas do Peru. Esqueletos de papagaios e macacos encontrados no local podem ter sido restos de um empreendimento comercial ou de cerimônias.

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