Quem é o ocupante misterioso do antigo sarcófago achado no Egito?
Um caixão de pedra preta fechado descoberto em Alexandria despertou a curiosidade da Internet. Agora já sabemos quem é o dono – e não é Alexandre O Grande.
O sarcófago de granito preto descoberto em uma obra no Egito no começo de julho – achado que chamou a atenção da Internet e levou a inúmeras piadas sobre múmias e maldições – foi aberto no último dia 19.
Comunicado do Ministério de Antiguidades do Egito informa que esqueletos de três adultos estavam no sarcófago. Um deles possui uma ferida de flecha, o que levou os pesquisadores a desconfiarem que pode se tratar de cadáveres de soldados. Os restos mortais serão estudados no Museu Nacional de Alexandria.
Funcionários do Ministério estavam impacientes com as perguntas do mundo todo sobre quando e como o sarcófago seria aberto. Antes da abertura, arqueólogos – que não podiam ser nomeados pois não foram autorizados a falar com a National Geographic, compartilharam suas ideias sobre quem não poderia estar dentro do sarcófago.
A revelação da descoberta em 1 de julho em um jornal do Egito, o Al Ahram, foi bem direta: Um grande sarcófago de pedra – ainda fechado – foi descoberto em uma construção na cidade de Alexandria na costa mediterrânea do Egito. Uma cabeça de homem em alabastro, provavelmente o ocupante do caixão, foi encontrada próxima, e acredita-se que o local do sepultamento seja do Período Ptolemaico (323 – 30 a.C).
Com aproximadamente 3 metros de comprimento e 1,5 metro de largura, é o mais antigo sarcófago já encontrado na cidade, de acordo com um pronunciamento oficial. Isso levou a especulações de que poderia ser o local de repouso de uma pessoa poderosa ou rica – talvez até mesmo Alexandre O Grande, que fundou a cidade com seu nome em 331 a.C.
Apesar de alguns relatos históricos afirmarem que o grande conquistador foi queimado em Alexandria após sua morte em 323 a.C., sua tumba nunca foi encontrada.
Dois arqueólogos que trabalham em Alexandria e tem conhecimento da descoberta conversaram com a National Geographic. Ambos suspeitavam que o sarcófago fosse de uma dinastia de faraós muito antiga, devido em parte ao seu tamanho de proporções anormalmente grandes.
Um dos arqueólogos acreditava que, já que Alexandria não havia ainda sido fundada até o século 4 a.C., o imenso sarcófago poderia ter sido levado até a cidade vazio, vindo de alguma dinastia mais antiga – como Mênfis – e então reutilizado para enterrar alguém anos mais tarde.
O outro arqueólogo acreditava que a sepultura em si pode ser do período Romano, após o Período Ptolemaico, baseado na posição elevada em que se encontrava (o sarcófago foi descoberto a apenas 4,5 metros das ruas da cidade). Esse arqueólogo também nota que o lugar do sepultamento fica fora dos antigos limites de Alexandria, tornando improvável a possibilidade de alguém da realeza egípcia estar enterrado ali.