
Os 3 fatos sobre a vida de Leonardo Da Vinci, o criador da Mona Lisa, eleitos por National Geographic
"O Homem Vitruviano" é um desenho renascentista de Da Vinci criado por volta de 1490 e inspirado no trabalho do arquiteto romano Vitruvius, do século 1 a.C.
Leonardo da Vinci (1452-1519) foi um artista, arquiteto, engenheiro e cientista italiano considerado “um dos grandes gênios da história” por sua dedicação a diferentes áreas do conhecimento – desde a anatomia até a mecânica, como explica a World History Encyclopedia (plataforma internacional de conhecimento voltada para o ensino de história).
Sendo ele um polímata – ou seja, alguém com grande conhecimento em diversas áreas distintas, algo comum a cientistas antigos – da Vinci se destacou deixou para o mundo um legado que vai de obras de arte impressionantes a escritos sobre biologia, astronomia, entre outros.
Aproveitando a efeméride do dia em que Leonardo Da Vinci nasceu – em 15 de abril de 1452 – National Geographic reuniu fatos essenciais que é preciso saber sobre a biografia do artista que pintou uma das obras mais famosas do mundo – o quadro “Mona Lisa”, bem como outros destaques importantes de sua carreira.
(Vale a pena ler também: Quem foi a real Maria Bonita, a mulher poderosa do cangaço brasileiro?)

O quadro da “Mona Lisa” – que é protegido por uma espessa camada de vidro – é uma das atrações do Museu do Louvre, em Paris, na França.
1. Onde nasceu Leonardo da Vinci: uma desconhecida vila medieval na Itália
Leonardo nasceu foi o filho ilegítimo de Ser Piero, um homem que trabalhava como notário, e Caterina, uma camponesa. Ele nasceu na vila de Vinci, uma vila medieval nas encostas das colinas de Montalbano, a cerca de 35 quilômetros de Florença, a capital da Toscana, no centro-norte da Itália.
Quando criança, Da Vinci se destacava em música e desenho, continua a plataforma histórica. Em 1964, foi enviado como aprendiz para o ateliê do pintor italiano Andrea del Verrocchio, onde artistas como Sandro Botticelli (1445-1510) e Pietro Perugino (1450-1523) também foram aprendizes.
Lá, Leonardo aprendeu as técnicas de desenho e pintura e, ao concluir seus estudos, tornou-se assistente remunerado de Verrocchio.

Mural de Leonardo da Vinci sobre a Última Ceia exposto no antigo convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, também na Itália.
2. Da Vinci estudo tantas disciplinas que é considerado um polímata
Como polímata, Da Vinci investigou diversos assuntos científicos e humanísticos. “Ele estudou arquitetura, engenharia, geometria, perspectiva, mecânica e hidráulica para se satisfazer com a forma como as coisas funcionavam e por que elas apareciam dessa forma ao olho humano”, observa a World History Encyclopedia. Também se dedicou à observação de anatomia, botânica, zoologia e geologia.
Em seus cadernos de anotações, Da Vinci registrava tanto os resultados de suas pesquisas, como ideias para projetos futuros e até mesmo pensamentos mais pessoais, como a data da morte do pai.
As anotações eram geralmente escritas em uma imagem espelhada na direção oposta à escrita normal, talvez para manter o material escondido de olhos curiosos. Ou ainda como uma forma de evitar borrar as anotações enquanto escrevia, já que ele era canhoto, de acordo com um artigo da National Geographic Estados Unidos sobre ele. Também incluía desenhos nas páginas dos cadernos, inclusive o famoso “O Homem Vitruviano”, um famoso esboço seu sobre o corpo humano e sua simetria.
Após a morte de Da Vinci, em 1519, seus manuscritos passaram para as mãos de seu herdeiro, Francesco Melzi – um pintor italiano que foi pupilo do criador da “Mona Lisa”. Ele guardou parte do material e compilou um volume conhecido como “Tratado sobre Pintura” (“Trattato della pittura”).
Muitos dos escritos de Leonardo viajaram por toda a Europa e alguns foram roubados e levados para a França por Napoleão Bonaparte como espólios de guerra no século 18. Atualmente, esses volumes estão espalhados em vários museus e bibliotecas europeus, com exceção do “Codex Leicester”, um de seus manuscritos mais importantes e dedicado a assuntos científicos e técnicos, o qual acabou adquirido pelo magnata do software Bill Gates em 1994, acrescenta o artigo de National Geographic.
Conforme lista a enciclopédia, o artista florentino produziu várias máquinas, incluindo guindastes, pedalinhos com rodas, tanques, canhões, aparelhos de respiração subaquática e engenhocas voadoras.
(Conteúdo relacionado: Qual é a origem do mundo, segundo a mitologia grega?)

Um autorretrato de Leonardo da Vinci atualmente guardado na Biblioteca Reale, na cidade de Turim, na Itália.
3. Estas são as obras mais importantes de Leonardo Da Vinci
Escolher uma obra como a mais importante criada por Leonardo da Vinci é complexo, mas, sem dúvida, três de suas obras mais notáveis são: o quadro “A Última Ceia”, o retrato da “Mona Lisa” e o estudo do corpo humano em “O Homem Vitruviano”.
A obra “A Última Ceia” foi pintada entre 1494 e 1498 e representa, como o nome sugere, a última ceia entre Jesus e seus apóstolos; atualmente ela está em exibição no antigo convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, na Itália.
Já “Mona Lisa” ou “La Gioconda”, como também é conhecida, é uma pintura a óleo a qual ele deixou praticamente pronta entre 1503 e 1506, mas que acabou retocando por anos, até o ano de sua morte, em 1519. Na obra, Leonardo usou uma técnica bastante específica chamada de sfumato.
O retrato é notável pelo sorriso misterioso da mulher, provavelmente um dos fatores que inspiram a maior admiração, explica a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma de conhecimento). Há décadas ela está exposta no Museu do Louvre, em Paris, na França.
Enquanto isso, como ilustração, o “O Homem Vitruviano” representa um estudo das proporções humanas com uma figura ideal em duas posições diferentes. Mostra as pernas desse homem separadas e juntas, dentro de um círculo e um quadrado. O desenho foi provavelmente feito durante a estada de Leonardo em Milão, e há diferentes interpretações do tema, descreve a Gallerie dell'Accademia di Venezia, onde a obra, que tem exibição temporária por causa de sua preservação, está alojada.

O monumento a Leonardo da Vinci na Piazza della Scala em Milão, Itália.
O legado de Leonardo da Vinci
Da Vinci morreu em 2 de maio de 1519, aos 67 anos, em Cloux (atual Clos-Lucé), no departamento de Indre-et-Loire, na França, deixando um grande trabalho para seus contemporâneos e para as gerações posteriores.
As obras e estudos de Leonardo influenciaram outros do Renascimento (um movimento artístico caracterizado pelo estudo da antiguidade clássica grega e latina) “por seu domínio da composição e da luz, pela postura contraposta de suas figuras (ou seja, a assimetria entre as partes superior e inferior do corpo) e pela pura invenção e variedade de suas composições”, diz a enciclopédia histórica.
Além disso, continua a fonte, seus escritos contêm teorias valiosas sobre pintura, diagramas sobre perspectiva e anotações de conhecimento geral. “Leonardo mostrou que a teoria e a prática não podiam e não deviam ser separadas”, conclui a fonte.
“Com sua mente incansável, ele experimentou o mundo como poucos (ou ninguém) jamais haviam feito antes. Sua mente parecia estar sempre funcionando a todo vapor, obcecada com a beleza da natureza e dos seres humanos, mas também com a inovação, usando o mundo natural como inspiração”, conclui a NatGeo norte-americana. As observações do polímata italiano do século 15 são relevantes até hoje.
