Terremotos, tsunamis e mortes: 4 desastres naturais que marcaram o mundo, segundo National Geographic
Nenhum lugar na Terra está imune a um desastre natural. Com a chegada do Dia Internacional da Redução do Risco de Desastres, veja eventos naturais que destroçaram territórios e foram mortais.

O palácio nacional do Haiti teve graves danos após um terremoto de magnitude 7 na escala Richter ter abalado Porto Príncipe, em 12 de janeiro de 2010.
Tsunamis, terremotos e furacões, bem como eventos que podem ocorrer em decorrência destes fenômenos – como incêndios devastadores e enchentes massivas – já ceifaram milhões de vidas ao longo da história da humanidade. Mas com as transformações causadas no planeta por causa das mudanças climáticas, estes desastres naturais têm ganhado magnitudes ainda mais preocupantes.
Por conta disso, desde 1989 a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 13 de outubro o Dia Internacional da Redução do Risco de Desastres. “A data tem o objetivo de promover uma cultura global focada na prevenção e redução do risco e das perdas por desastres”, informa um artigo sobre o tema publicado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do governo do Brasil.
Ainda segundo a fonte, dados estimam que, com as projeções climáticas atuais, o mundo enfrentará cerca de 560 desastres por ano até até 2030. “Mais de 37,6 milhões de pessoas viverão em condições de extrema pobreza devido aos impactos das mudanças climáticas e dos desastres”, afirma.
Diante da chegada desta efeméride, National Geographic separou os quatro desastres naturais mais marcantes da história recente da humanidade – e relembra uma tragédia que impactou também o Brasil. Saiba mais sobre eles.
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Acima, um dos resorts que foram totalmente destruídos pelo tsunami de 2004 na Tailândia. Cenas inéditas e entrevistas exclusivas com sobreviventes dessa tragédia estão na série “Tsunami: Corrida Contra o Tempo”, da NatGeo.
Quatro desastres naturais que marcaram o século 20
Segundo define a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido), “desastre natural é qualquer ocorrência calamitosa gerada pelos efeitos de fenômenos naturais – e não provocados pelo homem –, e que produz grande perda de vidas humanas ou destruição do ambiente natural, propriedade privada ou infraestrutura pública”, diz a fonte.
A fonte também explica que um desastre natural pode ser causado por eventos meteorológicos e climáticos (como inundações, furacões, ciclones, tempestades, nevascas, ondas de calor e secas, por exemplo); por “ocorrências que se originam na superfície da Terra” (como terremotos, deslizamentos e avalanches); e por eventos do próprio planeta, como erupções vulcânicas e terremotos.
“Nenhum lugar na Terra está imune a um desastre natural”, completa a plataforma. Neste sentido, os quatro acontecimentos abaixo entraram para a história:
1. A inundação do rio Yangtze em 1931, na China, é uma das mais mortais em número de vítimas
De acordo com a Britannica, essa enchente de proporções gigantescas matou cerca de 3,7 milhões de pessoas. O rio Yangtze, localizado na região centro-oriental do país, sempre passou por períodos de alagamento, mas em 1931 suas águas alcançaram não só os campos agrícolas da região, como também as cidades de Nanjing e Wuhan. Além dos mortos, acredita-se que 50 milhões foram afetadas.

A foto do cartaz da série "Tsunami: Corrida Contra o Tempo" mostra a força do evento que devastou cidades e atingiu mais de 14 países em 2004 e é retratado na série de NatGeo sobre o desastre.
2. O tsunami no Oceano Índico, em 2004, que atingiu Índia, Indonésia, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia e mais países
Foram mais de 228 mil mortos, segundo estimativas, e outras dezenas de milhares de pessoas desaparecidas em um dos maiores tsunamis registrados na história da humanidade. O evento desastroso ocorreu em 26 de dezembro de 2004 como resultado de um terremoto submarino com magnitude de 9,1 pontos na Escala Richter na região da costa da ilha indonésia de Sumatra.
“Nas sete horas seguintes, um tsunami — uma série de ondas oceânicas imensas — provocado pelo terremoto atingiu o Oceano Índico, devastando áreas costeiras até a África Oriental”, detalha a fonte. Foram 15 países atingidos e ondas de mais de nove metros de altura registradas.


A foto da Nasa mostra uma parte da cidade de Nova Orleans que ficou totalmente alagada com a passagem do furacão Katrina.
Esta imagem da Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos) mostra o furacão Katrina visto do Espaço.
3. O furacão Katrina, em 2005, um fenômeno da natureza que varreu o sudeste dos Estados Unidos
Ainda que parte dos estados norte-americanos estejam acostumados a enfrentar tornados e furacões surgidos, o Katrina foi um dos desastres naturais que mais marcou o país. Com cerca de 1.400 mortes ocorridas em decorrência da chegada deste ciclone tropical, informa a Britannica.
Apesar de ter surgido como uma tempestade tropical em 23 de agosto de 2005, sobre a região das Bahamas, cinco dias depois, na manhã de 28 de agosto, “o Katrina havia se transformado em uma enorme tempestade de categoria 5, com ventos superiores a 257,5 km/h”, detalha a fonte.
O furacão também mudou de rota, avançando sobre as costas dos estados da Louisiana, do Alabama e do oeste da Flórida, onde esse fenômeno da natureza chegou a ter ventos de 273,6 km/h, afirma a Britannica. A cidade de Nova Orleans foi uma das que ficou literalmente debaixo d’água.

Um prédio destruído após o terremoto que destruiu o Haiti em 2010.
4. O terremoto no Haiti, em 2010, praticamente destruiu o país
Com uma estimativa de mortos entre 200 a 316 mil pessoas, o tremor de terra que devastou este pequeno país da América Central em 12 de janeiro de 2010 teve como epicentro os arredores da capital, Porto Príncipe, informa a Britannica. “O terremoto registrou magnitude 7,0 e foi seguido por réplicas que registraram magnitudes de 5,9 e 5,5. Outra réplica de magnitude 5,9 ocorreu em 20 de janeiro”, diz a fonte.
(Leia também: Secas severas, inundações e queimadas: o “caos climático” é nosso novo normal?)
Enchentes no Rio Grande do Sul: o desastre natural que marcou o Brasil
Em 2024, foi a vez do território brasileiro presenciar um desastre de proporções avassaladoras. Com as enchentes no Rio Grande do Sul, que ocorreram entre 26 de abril e a primeira semana de maio no estado, centenas de cidades foram afetadas por um volume de chuvas sem precedentes.
Na época, as precipitações superaram os 100 milímetros, em média, chegaram a até 500 milímetros em alguns casos, como no caso de Porto Alegre, informa um artigo da Agência Brasil (plataforma oficial de notícias do governo brasileiro). Cidades como Canoas, Lajeado e Esteio ficaram praticamente submersas, como contou um artigo da época publicado por National Geographic Brasil.

As enchentes que atingiram mais de 300 cidades no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, no final de abril e começo do mês de maio de 2024, são um dos exemplos mais recentes, na América Latina, de eventos climáticos extremos e seus gigantescos impactos na sociedade.
O massivo volume de água que caiu na região foi resultado da combinação de “baixas pressões, calor e a alta umidade, juntamente com os efeitos do fenômeno El Niño”, como detalhou na época o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão do governo federal de previsão do clima. O fenômeno foi potencializado pelo aquecimento global.
Um ano depois da tragédia, os dados oficiais compilados por entidades governamentais brasileiras indicam que as inundações impactaram 478 das 497 cidades gaúchas e afetaram diretamente cerca 2,4 milhões de habitantes.
O número de vítimas fatais chegou a 184, além de 806 feridos e 25 pessoas até hoje dadas como desaparecidas. Mais de 3 mil animais foram resgatados e outros milhares acabaram morrendo.
