Do mangue à mesa – a pesca artesanal de caranguejos no Pará
Nas Reservas Extrativistas paraenses, pescadores seguem uma série de regras para preservar as populações do crustáceo e garantir a produção a longo prazo.

O pescador Seu Miguel Francisco de Assis Silva busca caranguejos no mangue de Fernandes Belo, na Resex Gurupi-Piriá, no Pará. Na técnica conhecida como braceamento, coletores enfiam as mãos em tocas que chegam a 2 m de profundidade.
Caranguejo-uçá (Ucides cordatus) na Resex Caeté-Taperaçu. A presença da espécie é um bioindicador da saúde dos manguezais. Para manter os estoques, os caranguejos capturados devem ser coletados fora do período de defeso, ser machos e ter carapaça maior que 7 cm e estar íntegros.
O pescador Reginaldo da Silva carrega a produção do dia em 'cambadas', na comunidade de Tamatateua, na Resex Caeté-Taperaçu, Pará.
Os caranguejos são tradicionalmente acondicionados em sacos de malha que impedem fugas, mas podem causar mortalidade de parcela significativa. Alguns pescadores já utilizam a basqueta, uma caixa plástica retornável que reduz a perda de indivíduos.
Comerciante vende caranguejo-açu em feira livre na cidade de Bragança (PA). Depois de pagar entre R$ 0,35 a R$ 1 por unidade de caranguejo, atravessadores os revendem a um preço quatro vezes maior em centros comerciais.
Limpo e cozido, cada caranguejo gera cerca de 33 g de carne – rica em ácidos graxos e ômega 3. A carne das patas do caranguejo é também fonte de vitaminas A e C e de minerais como cálcio, fósforo, ferro e zinco, sendo importante componente nutricional da alimentação regional.
