Mergulho sob a Antártida revela um mundo colorido e vibrante

Reportagem especial oferece uma rara perspectiva de um universo habitado por pinguins, focas e muitos animais exóticos.

Por Laurent Ballesta

Assim que chegamos, de manhã, caminhando a partir da estação francesa Dumont d’Urville, tivemos de romper a fina camada de gelo que se formara sobre o buraco aberto no dia anterior. O orifício atravessa os 3 metros de espessura da placa de gelo. É largo o bastante para a passagem de uma pessoa; lá embaixo está o mar. Nunca tinha mergulhado através de uma abertura tão estreita. Sou o primeiro a descer.

Vou me espremendo e descendo pelo buraco. Assim que mergulho livremente na água gelada, olho para trás e vejo uma cena desoladora: o buraco já estava se fechando de novo. 

Na face inferior da camada de gelo marinho, há uma espessa mescla de cristais flutuantes, nesse momento agitados pela minha descida. Esses cristais agora estão convergindo para o buraco como se fosse um ralo de cabeça para baixo. No momento em que enfio um dos braços no mingau gélido, ele já penetrou cerca de 1 metro no buraco. Agarrado à corda de segurança, vou içando a mim mesmo centímetro após centímetro, mas a certa altura não tenho como passar os ombros. De repente, sinto um golpe agudo na cabeça que me deixa atordoado: Cédric Gentil, um dos meus companheiros de mergulho, está tentando me arrancar dali e, sem querer, bateu com a pá no meu crânio. Por fim, alguém agarra a minha mão e me puxa para fora. Bem, chega de mergulho por hoje – vale lembrar, porém, que ele é apenas um de uma série de 32. 

Vim para cá com outro fotógrafo, Vincent Munier, a convite do cineasta Luc Jacquet, que está preparando uma sequência do seu premiado documentário A Marcha dos Pinguins. Enquanto Jacquet filma os pinguins-imperadores e Munier os fotografa, a minha equipe vai documentar a fauna sob o gelo marinho. Durante o inverno, nessa região antártica, a camada de gelo avança até 100 quilômetros mar adentro, mas aqui chegamos em outubro de 2015, no início da primavera. Durante 36 dias, à medida que o gelo for se rompendo e recuando até poucos quilômetros da costa, vamos mergulhar através dele, chegando por vezes a profundidades de até 70 metros.

 

Confira a reportagem completa: DEBAIXO DO FRIO AZUL, Uma rara perspectiva da fauna submersa revela um mundo colorido e vibrante, habitado por pinguins, focas e muitos animais raros e exóticos, na edição de julho de 2017 da revista National Geographic Brasil.

Publicada por  ContentStuff.

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