Resgates com corda longa salvam a vida de alpinistas no Himalaia

Quando desastres acontecem no Himalaia, esta equipe de resgate pode ser a diferença entre a vida e a morte.

Por Sarah Gibbens
Publicado 13 de jun. de 2018, 12:43 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Resgates com corda longa salvam a vida de alpinistas no Himalaia

Alpinistas treinam a vida inteira para escalarem o Monte Everest, mas Chhirring Dhenduk Bhote parece que nasceu para isso. Ele foi criado em uma vila no leste do Nepal abrigada entre o Monte Kanchenjunga e o Monte Makalu, o terceiro e o quinto picos mais altos do mundo, respectivamente.

O Monte Everest, com seus 8.848 metros de altitude, é a montanha mais alta do mundo. Situada a oeste do Monte Makalu, é um dos picos do Himalaia onde Bhote já realizou operações de resgate sob as condições mais apavorantes.

Quando alpinistas que sobem a montanha se encontram em perigo, eles chamam as organizações de resgate da região. Escalar o monte é extremamente perigoso, e é comum ocorrerem mortes todos os anos. Subi-lo é tão perigoso que muitos dos alpinistas contratam um seguro especial antes da escalada.

Quando Bhote e sua equipe de socorristas são chamados, eles correm para a ação. Deslocando-se de helicóptero, eles encontram aqueles em perigo. Se não puderem pousar a aeronave no local de maneira segura, eles utilizam uma técnica chamada resgate vertical. Um longo carretel de corda é desenrolado e Bhote desce por ela até as vítimas. Depois, ele as prende no final da corda, estejam elas conscientes ou não. Pendurados a diversos metros abaixo do helicóptero, a vítima e o socorrista são então levados à estação de emergência médica mais próxima.

É um trabalho fisicamente exigente e muito estressante. Mas Bhote está entre os melhores da região, tendo conduzido 21 dos 35 resgates verticais realizados no Himalaia desde 2008. Bhote treinou a técnica na Suíça, mas ele também atribui crédito à sua afinidade natural com as montanhas. E enquanto conta com um alto índice de sucesso, ele e sua equipe nem sempre são capazes de chegar aos alpinistas aflitos a tempo de salvar suas vidas.

"Quando faço o resgate de um corpo, meu coração fica gelado, e fico muito triste", ele disse em um vídeo produzido pelo cineasta DJ Clark. Muitas de suas missões de resgate são para salvar vidas, mas, quando não são, Bhote sente-se na obrigação de ao menos devolver o corpo para a família do alpinista.

Aventura de alto risco

Escalar o Monte Everest é uma façanha extremamente árdua. Bhote sabe disso, já tendo escalado duas vezes. Mas o tempo pode mudar em um instante catastrófico.

O Banco de Dados do Himalaia é dedicado a monitorar a quantidade de mortes que ocorrem no Everest desde 1921. Seis pessoas morreram apenas em 2017, mas sem dúvida o ano mais mortal foi 2014, quando 17 pessoas morreram, a maioria devido a uma avalanche. Outra avalanche em 2015, ocasionada por um terremoto, matou 15.

Avalanches estão entre as razões mais comuns pelas quais pessoas morrem enquanto escalam montanhas como o Everest, mas as causas de morte e de ferimentos podem ser caracterizadas de maneira mais abrangente por desastres imprevisíveis: desmoronamentos, quedas, exposição e doenças. Eventualmente, alguns desaparecem sem deixar rastros.

Trabalho desafiador

Para Clark, encontrar Bhote foi um feliz acaso das circunstâncias. Ano passado, ele estava no Nepal filmando esforços de conservação de elefantes para a National Geographic quando um conhecido em comum o colocou em contato com Bhote. Ainda que Clark já houvesse conhecido outros socorristas treinados na mesma técnica, Bhote lhe pareceu o mais impressionante, devido a sua taxa de sucesso e dedicação.

Para filmar as missões de resgate de Bhote, Clark primeiro precisava de alguém que necessitasse de ajuda. Para Clark, que mora em Hong Kong, a logística parecia insuperável e, por isso, boa parte das filmagens das missões de resgate de Bhote foram registradas por uma câmera presa em seu capacete ou manejada pela sua equipe no helicóptero.

“Ele tem uma verdadeira paixão por fazer do Nepal um lugar seguro para os alpinistas”, disse Clark.

Por enquanto, Bhote pretende continuar conduzindo missões de resgate, e ele e sua equipe esperam abrir sua própria estação de resgate local. Quando tiverem uma equipe maior, ele disse no vídeo de Clark, eles poderão “se deslocar para qualquer lugar”.

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