Veja o intrigante buraco azul da Grande Barreira de Coral australiana
Um dos grandes buracos azuis na Grande Barreira de Coral, na Austrália, é um dos únicos pontos onde as espécies ainda estão preservadas, mesmo depois da passagem de um grande ciclone em 2017.
O National Geographic produziu este conteúdo como parte da nossa parceria com a Rolex, formada para promover a exploração e a conservação. As organizações unirão forças para apoiar os exploradores veteranos, encorajar os exploradores emergentes e proteger as maravilhas da Terra.
De todos os nomes dados às formações geológicas, “buracos azuis” tem talvez o nome menos ambíguo possível. Para os pesquisadores marinhos, no entanto, eles são tudo menos isso. As dolinas possuem uma coleção valiosa de informação.
“Devido ao acúmulo de sedimentos ao longo de milhares de anos, os buracos azuis podem ser considerados como cápsulas do tempo para o oceano”, disse o biólogo marinho australiano Johnny Gaskell.
Gaskell recentemente explorou um desses buracos azuis em um local remoto na Grande Barreira de Coral. Lá, ele gravou um vídeo para capturar o que é quase impossível de ser visto de cima.
No centro, o buraco azul tem pouco mais de 30 metros de profundidade. Há uma abundância de vida marinha vivendo nessas águas, como tartarugas e peixes tropicais.
“Dentro das paredes do buraco azul não há movimento, não há nenhuma correnteza”, disse Gaskell. “O que chama atenção são as grandes colônias de corais que cresceram com formatos interessantes, provavelmente devido à falta de correnteza e do movimento das ondas. Essas colônias formam estruturas abstratas que parecem não ter nenhum padrão, crescendo para fora e mudando o curso de modo aleatório”.
De acordo com Gaskell, esses crescimentos dos corais se estendem por somente uma porção do caminho. Quando os mergulhadores desceram para o fundo escuro do buraco azul, encontraram, sobretudo, um sedimento arenoso.
Oásis da vida
As paredes altas que revestem as dolinas tendem a preservar o que fica embaixo do clima prejudicial. Grandes ciclones podem ser particularmente perigosos para os corais, que são destruídos pelas ondas.
Foi depois que o Ciclone Debbie atingiu a Austrália, no final de março do ano passado, que Gaskell começou a procurar por buracos azuis. Ele estava procurando por corais que foram poupados pela tempestade.
Olhando no Google Maps, ele localizou um em um local remoto, quase a 193 quilômetros da ilha mais perto. Embora esse buraco azul específico já tivesse sido identificado anteriormente, a distância dele dificultou o acesso e pouco se sabia sobre ele. Gaskell finalmente conseguiu confirmar que era um buraco azul durante uma expedição de mergulho em setembro, mas só agora ele está divulgando a gravação com o National Geographic.
Do que um buraco azul é feito?
A maioria dos buracos azuis são formados a partir de dolinas ou cavernas que se desenvolvem devagar com o tempo, à medida que as rochas começam a desgastar e a desmoronar. Muitos buracos azuis foram formados durante a última Era Glacial, após os níveis dos oceanos aumentarem e encherem as dolinas existentes com água. O termo buraco azul vem das águas escuras e azul-marinho que caracterizam as formações. Frequentemente, essa água cria um contraste impressionante com o turquesa que existe ao redor.
Gaskell planeja continuar procurando e fazendo pesquisas nos buracos azuis na Grande Barreira de Coral.
“Alguns desses lugares já foram explorados por cientistas no passado, mas devido à remota localização, ainda há partes da Grande Barreira de Coral que continuam um mistério”, ele disse.