Enxame sísmico faz supervulcão de Yellowstone tremer

Centenas de terremotos têm abalado o famoso vulcão nos últimos dias, mas essa atividade sísmica é comum na região.

Por Elaina Zachos
Publicado 22 de fev. de 2018, 19:29 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Mais de um terço do Parque Nacional de Yellowstone fica dentro da caldeira de um vulcão ativo.
Foto de Michael Nichols, National Geographic Creative

Algo está abalando o supervulcão embaixo do Parque Nacional de Yellowstone.

Graças a um recente enxame sísmico, o vulcão de Yellowstone sofreu com mais de 200 terremotos desde 8 de fevereiro, além de inúmeros tremores menores. O maior terremoto atingiu uma magnitude relativamente baixa – 2,9 – e todos foram registrados cerca de oito km abaixo da superfície. Terremotos maiores abalaram a região no passado, alguns tão destrutivos quanto o Terremoto de Hebgen Lake e outros que causaram poucos danos.

Com essa nova série de tremores, cientistas dizem que não há motivo para se preocupar. Os termos "supervulcão" e "enxame sísmico" podem parecer terríveis na superfície, mas no Parque Nacional de Yellowstone, essas características geológicas são relativamente inofensivas.

Aqui, examinamos mais de perto o que está acontecendo sob o solo.

O que é um enxame sísmico?

Um enxame sísmico ocorre quando uma única área registra um aumento no número de terremotos durante um curto período de tempo sem uma causa "principal". Os enxames podem ser resultado de estresse ao longo das falhas sísmicas, que podem ser causadas por forças tectônicas em larga escala ou por acumulação de pressão devido a mudanças no magma, água ou gás sob a superfície da Terra.

O monte Semeru, visto com uma nuvem de fuligem, é o mais alto vulcão na ilha indonésia de Java e está em constante erupção desde 1967. Ele fica sobre a parte sul da caldeira Tengger, que também contem os vulcões menores monte Bruno e monte Batok (ambos podem ser vistos ao fundo), além de vários outros.
Foto de John Stanmeyer, National Geographic

A área onde esse enxame está ocorrendo – cerca de 8 quilômetros ao nordeste da entrada oeste de Yellowstone, Montana – sofre pressão das duas forças, já que Yellowstone é propenso à atividade sísmica. Por isso os enxames sísmicos são frequentes na região, representando mais da metade da atividade sísmica do parque. Porém, esses enxames ainda não provocaram erupções vulcânicas.

No ano passado, um enxame dez vezes maior do que o atual fez a região tremer, gerando cerca de 2.400 terremotos entre junho e setembro de 2017. O enxame deste ano poderia ser apenas uma continuação do enxame do ano passado, uma vez que a atividade sísmica na área pode ser esporádica, mas contínua.

O que é um supervulcão?

Um supervulcão é exatamente o que o nome sugere: um vulcão enorme capaz de entrar em erupção com consequências globais devastadoras. Um enorme bolsão de magma se esconde sob o supervulcão de Yellowstone, que entrou em erupção violenta há mais de 630 mil anos. Essa erupção fez tremer a região, jogando cinzas e rochas na atmosfera e criando a depressão vulcânica que cobre a maior parte do parque nacional hoje.

Por mais aterrorizante que possa parecer, o supervulcão de Yellowstone não entrará em erupção tão cedo. Ele está dormente há dezenas de séculos, e a erupção mais recente ocorreu cerca de 70 mil anos atrás.

"Não é um perigo iminente", disse o técnico vulcanólogo Guillaume Girard à National Geographic em 2012. "Todos os estudos concluíram que não há magma pronta para entrar em erupção em um futuro próximo."

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    Ainda assim, não há como saber quando o supervulcão realmente vai explodir. O Serviço Geológico dos EUA estima que a probabilidade de outra explosão seja de cerca de 1 em 730 MIL, semelhante à chance de uma colisão de asteroide.

    Quando entrar em erupção, o supervulcão de Yellowstone provavelmente irá explodir em uma das três zonas de falhas paralelas que atravessam todo o parque de norte a noroeste. Saber isso ajuda os cientistas a saber quais partes do parque devem ser monitoradas para futuras erupções.

    "O maior risco em Yellowstone são os grandes terremotos", disse o sismólogo Jamie Farrell à National Geographic em 2013.

    Ainda assim, enxames sísmicos e supervulcões.... Nós devemos nos preocupar?

    Resumindo? Não.

    "Embora possa parecer preocupante, a atividade sísmica atual é relativamente fraca e na verdade representa uma oportunidade para aprender mais sobre Yellowstone", escrevem os pesquisadores Michael Poland e Farrell em uma coluna no Yellowstone Volcano Observatory. "Os períodos de mudança permitem que os cientistas desenvolvam, testem e refinem seus modelos do sistema vulcânico de Yellowstone."

    Os enxames sísmicos são comuns em Yellowstone, e não há nada com que se preocupar. Dos 1 mil a 3 mil terremotos que ocorrem a cada ano em Yellowstone, a maioria não é sequer sentida. O maior enxame registrado ocorreu em 1985, quando mais de 3 mil terremotos atingiram a área ao longo de três meses.

    Vale ressaltar que Yellowstone é um dos vulcões mais monitorados do mundo, sendo cuidadosamente estudado por pesquisadores diligentes armados com uma série de dados obtidos com sensores e satélites. A tarefa deles é procurar mudanças geológicas na área.

    E o atual enxame sísmico que vem atingindo o supervulcão de Yellowstone?

    "Ele está lentamente terminando, embora essas coisas aumentem e diminuam, então é um pouco difícil dizer quando está chegando ao fim”, disse Poland a Newsweek. "Yellowstone é um local propício para enxames."

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