FOTOS: Mulheres que lutam pela conservação de espécies símbolos da fauna brasileira

Série de reportagens especiais percorre os biomas do Brasil para mostrar o trabalho incansável de cientistas na linha de frente da conservação da biodiversidade.

Por Paulina Chamorro
fotos de João Marcos Rosa
Publicado 29 de out. de 2019, 20:03 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT

Do topo das árvores gigantes da Amazônia aos vales desérticos da Caatinga, pesquisadoras se destacam pelos estudos e os resultados de seus projetos de conservação de espécies ameaçadas da fauna brasileira. Em um mundo de grandes desafios físicos, logísticos e políticos, as mulheres lideram iniciativas das mais relevantes para a biodiversidade e para as comunidades que vivem dela nas regiões mais remotas deste País.

A série de reportagens Mulheres na Conservação vai mostrar pelo prisma feminino alguns dos mais importantes projetos de conservação do Brasil. Todos liderados por mulheres valentes, persistentes, inteligentes, que dedicaram a vida pela natureza, para os animais, a ciência e o desenvolvimento da conservação no Brasil.

O trabalho dessas pesquisadoras, além dos resultados incontestáveis de recuperação das espécies e de geração de conhecimento para a humanidade, também tem transformado as regiões onde se desenvolvem suas pesquisas.

Após ser capturada por uma armadilha de pesquisa, a anta é examinada por Patrícia e sua ...

Fomos atrás de mulheres que desenvolvem projetos em todos dos biomas brasileiros. Nesse processo de pesquisa e seleção, para nossa sorte e da natureza, descobrimos que são elas as grandes líderes da conservação no mais biodiverso do mundo – o Brasil lidera o ranking de 17 países megadiversos identificados pela Conservação Internacional.

A relevância é tamanha que algumas dessas figuras são o próprio projeto. Além da iniciativa de criar uma linha de estudo, elas desenvolveram técnicas pioneiras no mundo da ciência em benefício da conservação. Ou simplesmente começaram do zero traduzindo para o resto do planeta a linguagem da natureza e que, hoje, esses trabalhos servem de referência global.

Acompanhando o trabalho delas em campo foi comum escutar dos homens da equipe, dos mateiros e de pesquisadores do sexo oposto a seguinte constatação: “só ela aguenta este pique”. Dentre várias características, como a sensibilidade e a persistência para adquirir conhecimento por meio de estudos incessantes, também ouvimos muito outro traço feminino fundamental em campo: a empatia. Não fossem pesquisadoras abrindo o caminho em ambiente árduos, talvez a história da conservação de muitas espécies-chave da biodiversidade brasileira seria outra.

Nas duas primeiras reportagens da série, estivemos com Neiva Guedes, que estuda araras-azuis, e Patrícia Medici, especialista em antas, o maior mamífero terrestre da América do Sul. No coração do Pantanal, tivemos o privilégio de conviver com grandes mulheres brasileiras apaixonadas pelo seu trabalho e, sobretudo, pela oportunidade de viver em meio à natureza.

Para a terceira, mergulhamos no universo de Beatrice Padovani, uma pesquisadora referência em biologia da conservação – tanto dos meros como de todo ambiente marinho costeiro –, que trabalha principalmente nas redondezas da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, em Pernambuco. 

Nossa quarta personagem, a americana abrasileirada Karen Strier, nos levou à Mata Atlântica de Minas Gerais para compreender os desafios de conservar o maior e mais ameaçado macaco das Américas, o muriqui-do-norte.

E terminamos esta primeira temporada acompanhando Flávia Miranda, a pesquisadora que está fazendo novas descobertas sobre o raro e pequeno tamanduaí em uma região brasileira com natureza ainda por ser revelada – o Delta do Parnaíba, entre os estados do Maranhão e do Piauí.

Nas duas primeiras reportagens da série, estivemos com araras-azuis e antas, o maior mamífero terrestre da América do Sul. No coração do Pantanal, tivemos o privilégio de conviver com grandes mulheres brasileiras apaixonadas pelo seu trabalho e, sobretudo, pela oportunidade de viver em meio à natureza.

Ao evidenciar o trabalho e a dedicação dessas profissionais pela natureza do Brasil espera-se manter viva a inspiração às novas gerações de pesquisadoras, biólogas, estudantes, guarda-parques, guias, educadoras, ou qualquer outra profissão que esteja relacionada a conservação.

Metade da força produtiva que move a ciência no Brasil é liderada por mulheres, de acordo com estudos de gênero da The Global Research Landscape. Mesmo assim, ainda é muito importante criar estímulos para novas jovens pesquisadoras. Os desafios são muitos e dar visibilidade a quem está fazendo a diferença pela natureza do Brasil é o primeiro passo para que estas grandes mulheres sirvam de inspiração para outras.

Chegou a hora de espalhar estas boas histórias. E que o nosso álbum fique cada vez maior.

Esta série de reportagens foi parcialmente financiada pela Fundação Toyota do Brasil. Paulina Chamorro é jornalista e João Marcos Rosa, fotógrafo, ambos colaboradores da National Geographic Brasil. Conheça o trabalhos deles no Instagram: @Pauli_Chamorro e @JoaoMarcosRosa.

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