Fóssil de 319 milhões de anos revela cérebro de vertebrado mais antigo já encontrado

Pesquisadores descobriram estruturas neurais em um fóssil de peixe primitivo encontrado há 100 anos na Inglaterra.

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 1 de fev. de 2023, 13:00 BRT

Fóssil do peixe Coccocephalus wildi ao lado de uma moeda de um centavo de dólar (19 mm de diâmetro), para referência de tamanho.

Foto de Universidade de Michigan

crânio de um peixe fossilizado de 319 milhões de anos revelou o mais antigo e bem preservado cérebro de um vertebrado já encontrado. A descoberta, descrita em um estudo publicado hoje na revista científica Nature, pode revelar mais sobre a evolução inicial do sistema nervoso do principal grupo de peixes vivos atualmente. As informações foram adiantadas pela Agência Bori, serviço brasileiro de curadoria e divulgação de artigos científico para a imprensa. 

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a partir da tomografia computadorizada de um fóssil encontrado há 100 anos em uma mina de carvão na Inglaterra. 

O exame de imagem revelou tecidos moles do cérebro e nervos cranianos do Coccocephalus wildi, um peixe primitivo com nadadeiras raiadas de cerca de 20 centímetros. 

As estruturas, de acordo com os pesquisadores do estudo, podem revelar os primórdios da evolução de peixes com nadadeiras raiadas – que contam com uma espinha dorsal e barbatanas sustentadas por hastes ósseas chamadas raios. Esses animais fazem parte dos actinopterígeos, classe de peixes que reúne o maior número de espécies entre todos os vertebrados vivos hoje. 

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Cérebro fossilizado: uma descoberta rara

De acordo com o brasileiro Rodrigo Figueroa, aluno de doutorado da Universidade de Michigan e principal autor do estudo, a descoberta também fornece informações sobre a preservação de partes moles em fósseis de animais com coluna vertebral. 

“Com a ampla disponibilidade de técnicas de imagem modernas, eu não ficaria surpreso se descobrisse que cérebros fósseis e outras partes moles são muito mais comuns do que pensávamos anteriormente,” disse Figueroa em comunicado divulgado pela Agência Bori.

Segundo ele, a maioria dos fósseis de animais em coleções de museus foi formada a partir de partes duras do corpo, como ossos, dentes e conchas. Nesse, em especial, os pesquisadores acreditam que os tecidos moles do cérebro e os nervos cranianos do animal foram substituídos durante o processo de fossilização por um mineral denso que preservou, com detalhes, sua estrutura tridimensional. 

“A partir de agora, nosso grupo de pesquisa e outros colaboradores vão olhar para os fósseis de crânios de peixes com uma perspectiva nova e diferente”, afirmou Figueroa.

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