A Leptophis mystacinus – nome científico da chamada cobra de "bigode" – é uma espécie de ...

Uma cobra de “bigode”? Assim é a nova espécie descoberta no Cerrado brasileiro

A identificação da nova espécie também traz pistas de como a biodiversidade das serpentes ainda é um mistério para os seres humanos.

A Leptophis mystacinus – nome científico da chamada cobra de "bigode" – é uma espécie de cobra-papagaio, como explica um dos estudiosos responsáveis por sua descoberta. Essas serpentes têm esse nome por causa de sua coloração vibrante e por viverem em árvores. 

Foto de Leandro Alves da Silva / Divulgação UFMS
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 30 de jun. de 2025, 14:01 BRT

nova espécie de cobra descoberta em 2025 no Cerrado brasileiro reforça como a biodiversidade de um dos biomas mais importantes do país ainda guarda muitos segredos. Conhecida “cobra de bigode”, a Leptophis mystacinus foi identificada por pesquisadores do Laboratório de Biogeografia e História Natural de Anfíbios e Répteis do Inbio (Instituto de Biociências), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Em um artigo da própria UFMS, o biólogo Diego Santana –  coautor do estudo sobre a descoberta, professor do Inbio e coordenador do Instituto Mapinguari (entidade não-governamental que atua na defesa, preservação e conservação do meio ambiente da Amazônia) – explica que a Leptophis mystacinus é uma espécie de cobras-papagaio, ou seja, um réptil que possui hábitos diurnos e arborícolas

"Inicialmente pensamos que era uma espécie já catalogada, mas ao examinar seu DNA e morfologia, percebemos que era algo novo”, disse Santana para o site especializado Mongabay.com (uma plataforma norte-americana sem fins lucrativos de notícias sobre conservação e ciência ambiental).

Isso significa que elas fazem das árvores o seu habitat e estão adaptadas para se locomover, se abrigar e caçar nas copas e nos troncos. É aí que elas encontram seu alimento – na maioria das vezes pequenos vertebrados, como lagartos e pequenos pássaros. 

A foto mais próxima mostra a linha negra que corta a parte da cabeça da cobra, ...

A foto mais próxima mostra a linha negra que corta a parte da cabeça da cobra, e que faz parecer que ela está usando um "bigode" – daí a popularidade da descoberta. 

Foto de Leandro Alves da Silva / Divulgação UFMS
A Leptophis mystacinus é endêmica do Cerrado brasileiro e, por isso mesmo, fica ameaçada com a ...

A Leptophis mystacinus é endêmica do Cerrado brasileiro e, por isso mesmo, fica ameaçada com a destruição desse bioma. 

Foto de Leandro Alves da Silva / Divulgação UFMS

Por que essa nova espécie de cobra parece ter um “bigode”? 

Segundo o professor Diego Santana, entre as características que mais diferenciam a Leptophis mystacinus  das demais cobras-papagaio está esse “bigode”: “Ela tem uma faixa preta que atravessa os olhos e se prolonga pelo corpo, o que não acontece em outras espécies”, diz ele no artigo da universidade. 

Ela também apresenta duas faixas verdes dorsolaterais separadas por uma linha vertebral amarelada, continua explicando o texto, ainda que mantenha a coloração de padrão vibrante, que é típica das cobras-papagaio. 

O próprio nome dado ao réptil faz referência a esse detalhe de sua aparência, já que Leptophis mystacinus vem do grego mystax, que significa bigode, explica o site estadunidense. A nova espécie de cobra mede até 86 centímetrosnão é venenosa.  

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    Foto de Joédson Alves Agência Brasil

    Uma cobra típica do Cerrado

    O professor coautor da descoberta também afirma que a cobra de bigode” depende de formações florestais específicas”, que estão ameaçadas pela devastação do Cerrado, diz a fonte especializada em meio ambiente, que explica ainda não haver estimativas populacionais para a espécie.

    Outras cobras-papagaio, por sua vez, costumam viver em todo o território da Amazônia. As serpentes dessa região fazem parte da espécie Corallus batesii, e são bem maiores que a Leptophis mystacinus

    As cobras-papagaio da Amazônia têm mais proximidade em tamanho com a de suas primas famosas” – a jiboia e a sucuri – explica um outro artigo de National Geographic Brasil dedicado a esse tipo de serpente. 

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