Conheça 5 características da cascavel, uma das cobras mais perigosas do mundo
Uma cascavel ocidental clicada deixando a sua toca.
Extremamente venenosa, a cobra cascavel é temida em todos lugares em que se encontra, sendo que há várias espécies deste tipo de cobra no mundo. Internacionalmente, ela é conhecida como rattlesnake, como explica a Encyclopædia Britannica – plataforma de conhecimento do Reino Unido.
As diversas espécies de cascavéis são encontradas desde o sul do Canadá até o centro da Argentina, segundo a Britannica, mas são mais abundantes e diversificadas nos desertos do sudoeste dos Estados Unidos e no norte do México. Há, porém, uma única espécie encontrada no Brasil e em alguns outros países da América do Sul, que é a Crotalus durissus.
Conheça as principais características da cobra cascavel e o que fazer em caso de picada desta serpente venenosa.
1. A cascavel tem um chocalho na cauda que é inconfundível
Um dos elementos que faz essa cobra ser facilmente identificada é que a cascavel possui na ponta de sua cauda vários anéis que formam um guizo (que se parece um chocalho).
Ao ser agitado pela cascavel, ele produz um som inconfundível e o animal usa esse barulho do chocalho como forma de tentar se proteger de seus predadores ou o movimenta quando está irritado, como explica o Instituto Butantan (instituição brasileira de pesquisa científica e produção de imunobiológicos que pertence ao governo do estado de São Paulo e estuda répteis, anfíbios e outros animais desde desde 1901).
Uma imagem da Crotalus durissus, tipo de cascavel encontrado no Brasil e na América do Sul. De acordo com o Instituto Butantan, ela pode chegar a mais de 1,50 m de comprimento e possui o chocalho no final da cauda. Tem também coloração castanha ou acinzentada ornamentada com linhas formando desenhos em formato de losango.
2. As cascavéis são cobras robustas e possuem diferentes cores
As cobras cascavéis não são as maiores encontradas na natureza e passam longe de ter dimensões tão impressionantes como acontece com a surucucu, a sucuri, a jibóia ou alguns tipos de píton. Porém, elas são robustas e quando adultas as cascavéis podem atingir cerca 2 metros de comprimento, conforme explica a Britannica.
Algumas espécies têm marcas como faixas transversais no corpo, quase como listras, mas a maioria das cascavéis têm manchas que se parecem a losangos e hexágonos (ou losangos escuros em um fundo mais claro), geralmente nas cores cinza ou marrom claro. Somente algumas possuem essas manchas em vários tons de laranja, rosa, vermelho ou verde.
A cascavel encontrada na América do Sul, a Crotalus durissus, tem uma coloração que varia entre o castanho e o acinzentado e é ornamentada com linhas e manchas dorsolaterais em formato de losangos. Suas cores facilitam com que ela se esconda em meio à natureza.
3. A cascavel tem hábitos noturnos
As cascavéis são cobras de hábitos terrestres e noturnos. Elas são do tipo víboras (subfamília Crotalinae da família Viperidae), um grupo que recebeu esse nome devido ao pequeno orifício de detecção de calor entre cada olho e narina, e que ajuda na caça, informa o Butantan.
Essas fossas proporcionam à serpente uma "visão" estereoscópica do calor, permitindo que ela detecte e atinja com precisão um alvo vivo mesmo estando na escuridão total, como explica a Encyclopædia Britannica.
A maioria das espécies de cascavéis são noturnas, escondendo-se durante o dia, mas emergindo à noite ou no pôr do sol para caçar suas presas, sendo que elas costumam se alimentar de pequenos mamíferos, em especial roedores, mas também de aves e lagartos.
No Brasil, as cascavéis se encontram presentes em áreas abertas de todas as regiões do país, especialmente as mais secas, com campos abertos e com vegetação rasteira, como áreas do Cerrado e da Caatinga. Além disso, podem ser encontradas em certos tipos de plantação (como a de café e a de cana-de-açúcar), e em pastagens, como explica o Instituto Butantan.
Uma cascavel no ecossistema da Grande Yellowstone, nos Estados Unidos, e seu chocalho visto em close.
4. Como a cascavel se acasala e se reproduz
As cascavéis têm uma forma muito própria de acasalamento. Conforme explica o Instituto Butantan, os machos disputam a fêmea por meio de um ritual que se assemelha a uma dança, chamada dança-combate. Os machos ficam emparelhados (às vezes entrelaçados) e tentam abaixar a cabeça do seu oponente por meio de movimentos do corpo, enquanto tentam manter a sua própria cabeça mais erguida.
Nessa disputa pela fêmea, os animais não se picam nem se ferem. O macho que conseguir manter a sua cabeça mais elevada do que a do oponente ganha e, assim, tenta cortejar a fêmea. O acasalamento ocorre entre o outono e o inverno, e a fêmea dá à luz entre o final do verão e início do outono, com uma média de 14 filhotes por gestação.
5. A cascavel é extremamente venenosa
As cascavéis não são agressivas e não atacam humanos se não forem provocadas; na verdade, elas são bastante tímidas, segundo a Britannica. No entanto, elas possuem um veneno bastante tóxico e podem ser muito perigosas se incomodadas ou manuseadas. Porque ao se sentirem ameaçadas, elas atacam e picam.
O tipo de veneno da cascavel atinge os músculos e o sistema nervoso. A picada pode causar uma sensação de formigamento, geralmente sem lesão ou inchaço muito evidente. Entre as principais reações, a pessoa pode ter dificuldade de manter os olhos abertos, visão turva ou dupla, dificuldade de fala, dores musculares generalizadas, vômitos, sonolência e urina escura. A picada de uma cascavel é muito dolorosa, e se a cobra tiver mais de 1 metro de comprimento essa mordida pode ser fatal – caso a vítima não receba atendimento médico o mais rápido possível, de acordo com o Instituto Butantan.
As espécies mais perigosas são a cascavel da costa oeste mexicana (Crotalus basiliscus), a cascavel de Mojave (Crotalus scutulatus) e a cascavel sul-americana (Crotalus durissus). É muito importante que a pessoa picada por uma cascavel procure atendimento médico o quanto antes para que receba o tratamento com o soro antiofídico específico (o anticrotálico). No Brasil, a cascavel é responsável por cerca de 10% dos acidentes com cobras anualmente, de acordo com os dados do Butantan.