Será que todas as aranhas fazem teias? Veja este e outros mitos desvendados sobre as aranhas
O registro de uma aranha-caranguejeira (Dolichothele diamantinensis) feita em Minas Gerais, Brasil. A espécie está entre a das maiores aranhas do planeta.
São mais de 50 mil espécies de aranhas catalogadas no mundo até o momento, mas os cientistas garantem: ainda tem muitas mais para serem descobertas. Um dos animais invertebrados mais conhecidos das pessoas por ser encontrado em praticamente todos os lugares do planeta – à exceção da Antártida – a aranha possui certos mitos que a rodeiam.
Mas muitas dessas informações não passam de dados incorretos que acabaram caindo no senso comum e precisam ser desmistificados.
As aranhas são caracterizadas por possuírem oito patas e um corpo dividido em duas partes (ao invés de três, como ocorre com outros invertebrados), explica a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido).
Será que o que você sabe sobre as aranhas é mito ou verdade?
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Um registro de uma aranha-prateada-das-nuvens, como é popularmente conhecida a Chrysometa tenuipes, feito pela bióloga canadense Nadine Dupérré eno Equador.
Aranhas são insetos? Mito: elas são aracnídeos
Esta é uma dúvida comum relacionada às aranhas. É verdade que elas são animais invertebrados, tal como os insetos, mas ao contrário deles, as aranhas pertencem ao grupo dos aracnídeos, algo bem distinto, explica o Animal Diversity Web – um banco de dados online sobre a história natural de animais mantida pelo Museu de Zoologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Os aracnídeos pertencem à grande classe dos artrópodes, e respondem pela maioria das 60 mil espécies descritas e conhecidas dentro desta classificação, diz o ADW. As aranhas respondem por mais de 50 mil espécies dentro deste grupo e pertencem à ordem Araneae.
Aracnídeo é sinônimo de aranha? Mito: este grupo também contempla outros animais
Outro erro popular quando se trata das aranhas é pensar que o termo aracnídeo é somente uma maneira mais rebuscada de se referir a elas. Na realidade, as aranhas não são os únicos aracnídeos, o que significa que a palavra não deve ser usada como sinônimo para elas.
O grupo dos aracnídeos é bem maior, como explica um artigo do Museu Burke de História Natural e Cultura – instituição da Universidade de Washington em Seattle, nos Estados Unidos. “Existem 11 ordens de aracnídeos. E entre eles estão escorpiões, ácaros e carrapatos”, diz. A maioria desses invertebrados é terrestre. Já o ADW completa a informação dizendo que são cerca de 1.200 espécies de escorpiões e mais de 48 mil espécies de ácaros e carrapatos.
Além deles, estão invertebrados menos conhecidos como os chamados colhedores ou opiliões (cerca de 5 mil espécies); os pseudoescorpiões (2 mil espécies), conhecidos assim porque parecem com escorpiões, mas não possuem o ferrão; os solpugídeos ou “aranhas-sol” (900 espécies); os escorpiões-chicote (100 espécies); e os palpígrados (60 espécies), animal que também lembra um escorpião, mas costuma viver em cavernas, completa o ADW.
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Uma foto em close de uma aranha colorida no Chile encontrada no Parque Nacional da Patagônia.
Todas as aranhas fazem teias? Mito: certas aranhas não caçam assim
Como o artigo do Museu Burke destaca, nem todas as espécies de aranha produzem a estrutura em forma de rede que chamamos de teia.
“Uma teia não é apenas qualquer coisa que uma aranha faz com seda; é uma estrutura feita para capturar presas", explica. “Mas apenas cerca de metade das espécies conhecidas de aranhas caçam suas presas por meio de teias”, diz a fonte do museu.
No caso das espécies que usam a teia, elas costumam prender especialmente os insetos voadores com bastante eficácia, afirma a Britannica. Depois disso, “muitas aranhas injetam veneno em suas presas para matá-las rapidamente, enquanto outras primeiro usam envoltórios de seda para imobilizar suas vítimas”, completa a enciclopédia.
Segundo a fonte, outras espécies de aranha buscam suas vítimas “de maneira mais ativa”, o que significa dizer que vão atrás do alimento. Entre elas estão membros das famílias das aranhas-lobo, aranhas-saltadoras, aranhas-terrestres, aranhas-saco, aranhas-lince, para citar algumas, diz o artigo do museu.
A seda produzida pelas aranhas também pode servir para proteger os ovos ou filhotes pequenos, como nesta foto de uma aranha-teia-funil (Atrax robustus), considerada uma das mais perigosas do mundo.
Também existe outro tipo de aranhas que tampouco constrói teias: “elas ficam esperando que as presas cheguem até elas", detalha a fonte, tal como fazem as aranhas armadeira e caranguejeira. Neste caso, os animais destas espécies usam de órgãos sensoriais para sentir a proximidade das presas, continua o artigo.
“As aranhas caçadoras usam sua seda para a linha de arrasto (o fio único que todas as aranhas deixam para trás quando andam), para o saco de ovos e, em algumas espécies, para criar um refúgio (uma pequena ‘casa’ de seda onde a aranha descansa), mas não fazem teias verdadeiras”, completa a fonte do museu estadunidense.
