
Aranhas mortais: as 5 espécies mais perigosas desses aracnídeos do mundo
Um das aranhas mais famosas por ser perigosa, a aranha viúva-negra (Latrodectus mactans) está presente em muitos lugares do mundo, inclusive na maioria dos países da América Latina.
Algumas podem até parecer inofensivas, mas escondem venenos tão fortes que podem levar um ser humano à morte após sua picada. As espécies de aranhas mais venenosas encontradas na natureza estão em diferentes partes do mundo e é preciso atenção e cuidado para evitá-las. E, no caso de uma picada, é sempre necessário buscar ajuda médica para combater a toxicidade do veneno.
De olho nos perigos que esses animais podem causar, National Geographic listou algumas das espécies de aranha mais mortais existentes no planeta, sendo que em certos casos há famílias inteiras com espécimes ameaçadoras, como explica a Encyclopedia Britannica – plataforma de conhecimento do Reino Unido.
Veja, a seguir, cinco aranhas muito perigosas que podem ser letais:
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As cinco aranhas mais mortais da natureza
Pode não ser tão fácil identificá-las, mas é muito importante ter atenção, saber suas principais características e conhecer quais são as espécies de aranhas que têm venenos tão fortes que podem levar uma pessoa à morte.
Tanto a Britannica, como também o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e até o site do Guinness World Records, criaram listas catalogando algumas das aranhas do planeta que podem ser fatais por sua picada.

A aranha-marrom tem três pares de olhos – o que a distingue de outras espécies de aranhas domésticas.
1. Aranha-marrom ou aranha-violinista (Loxosceles laeta)
A aranha-marrom ou aranha-violinista (Loxosceles laeta) é uma espécie muito encontrada na América do Sul e pertence ao gênero das Loxosceles, sendo que todas as suas espécies são venenosas (como a Loxosceles reclusa, mais comum na América do Norte). É o que afirma o Instituto Butantan (instituição brasileira de pesquisa científica existente desde 1901, e que pertence ao governo do estado de São Paulo).
De coloração marrom, a Loxosceles laeta tem uma mancha escura no formato de violino em seu corpo, por isso também é chamada popularmente de aranha violinista. Além disso, ela é minúscula (sua dimensão costuma estar entre oito e 12 milímetros de comprimento) e também possui seis olhos. Por serem bem pequenas, se escondem facilmente em locais secos e escuros dentro das casas.
Seu veneno tem propriedades necrosantes (que causam a morte do tecido), hemolíticas (que matam os glóbulos vermelhos), vasculíticas e coagulantes – podendo levar a pessoa que recebe sua picada a ter necrose na pele, icterícia, insuficiência renal e até a morte, segundo o Butantan.
(Você pode se interessar: Os 4 dados sobre a perigosa aranha-violinista ou aranha-marrom: seu habitat é a casa das pessoas)

A aranha-armadeira ou aranha-bananeira é grande em relação às outras aranhas venenosas, pode chegar a 4,8 cm, e é muito presente em países da América do Sul, como Brasil, Paraguai, Uruguai e norte da Argentina.
2. Aranha-armadeira ou aranha-bananeira (Phoneutria nigriventer)
Conhecida mundo afora como “aranha brasileira”, a Phoneutria nigriventer também é chamada de aranha-bananeira porque é frequentemente encontrada em folhas de bananeira, como conta a Britannica. Essa espécie tem uma postura de defesa agressiva, na qual levantam as patas dianteiras para o alto quando se sentem ameaçadas.
As Phoneutria nigriventer são muito venenosas para os seres humanos e consideradas uma das mais mortais de todas as aranhas do mundo por alguns estudiosos e pelo livro dos recordes do Guinness.
Elas podem ter até 4,8 centímetros de comprimento, possuem coloração avermelhada, dois olhos grandes frontais e dois de tamanho menor em cada lado da cabeça.
As patas da aranha-armadeira são grossas e peludas, fazendo da espécie, que é muito veloz, um animal temido. Elas são encontradas em vários lugares da América do Sul, como Brasil, Paraguai, Uruguai e norte da Argentina.
É uma espécie que se abriga nos cantos das casas e dos carros. Quando se sentem ameaçadas, atacam e sua picada é bastante dolorida. As fêmeas têm um veneno mais tóxico do que os machos, e uma mordida pode causar aumento da pressão arterial, febre, vômito, sudorese e dificuldades respiratórias, afirma a Britannica.
Em casos extremos, a picada desta aranha pode levar à paralisia, parada cardíaca e morte, se não for tratada.

Acima, um exemplar de uma aranha viúva-negra fêmea (Latrodectus mactans) - a espécie tem esse nome pois a fêmea mata e come o macho após o acasalamento.
3. Aranha viúva-negra (Latrodectus mactans)
A conhecida aranha viúva-negra merece mesmo sua fama temível. Isso porque, segundo o CDC norte-americano, ela é responsável por mais de 2.500 atendimentos anuais somente nos Estados Unidos. É uma espécie que pode ser encontrada neste país, além de partes do Canadá, em quase todos os países da América Latina e na Índia.
O gênero Latrodectus é composto de espécies venenosas que possuem coloração variando entre tons de marrom e vermelho, entre outras. Algumas viúvas-negras têm venenos mais potentes que outras. A espécie Latrodectus mactans costuma ser encontrada em pilhas de madeira, tocas ou entre plantas que servem de suporte para sua teia, conta a fonte inglesa.
As fêmeas são as mais perigosas e costumam ter 2,5 centímetros de comprimento. O macho é raramente visto porque é frequentemente morto e comido pela fêmea após o acasalamento (por conta disso essa aranha é chamada popularmente de “viúva”).
De acordo com o CDC, o veneno da viúva negra é uma neurotoxina que produz dor no local da picada e depois se espalha pelo tórax, abdômen ou por todo o corpo, causando dor muscular intensa e cãibras, náusea e paralisia leve do diafragma, o que dificulta a respiração. É importante buscar rápido atendimento médico para não sofrer consequências sérias, especialmente em crianças pequenas e idosos.
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Originária da Austrália, a aranha-das-costas-vermelhas (Latrodectus hasselti) também está presente em outros países como Nova Zelândia, Belgica e Japão.
4. Aranha-das-costas-vermelhas (Latrodectus hasselti)
Uma outra espécie do gênero Latrodectus, a aranha-das-costas-vermelhas possui também veneno muito perigoso aos humanos, e por ser encontrada dentro das casas, o cuidado deve ser redobrado. Ela é nativa da Austrália, mas já se espalhou por Nova Zelândia, Bélgica e Japão.
Diferente de sua “prima” viúva-negra, as aranhas-de-costas-vermelhas não são agressivas, porém a fêmea dessa espécie morde ao se sentir ameaçada ou para proteger seus ovos. Como explica a Britannica, o veneno da Latrodectus hasselti é uma mistura de neurotoxinas chamada alfa-latrotoxinas, que causa dor, sudorese, batimentos cardíacos acelerados e inchaço dos gânglios linfáticos.
Segundo a Animal Diversity Web (ADW), enciclopédia online mantida pelo Museu de Zoologia da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, a aranha-das-costas-vermelhas tem cerca de 10 milímetros de comprimento.
As fêmeas são tipicamente pretas com uma faixa vermelha na superfície dorsal da parte superior do abdômen e uma mancha vermelha em forma de ampulheta no lado ventral do abdômen.

Considerada uma das aranhas mais venenosas e mortais do mundo, a aranha-teia-de-funil (Atrax robustus) é nativa da Austrália e só é encontrada por lá.
5. Aranha-teia-de-funil (Atrax robustus)
Também considerada uma das aranhas mais venenosas e agressivas do mundo, a aranha-teia-de-funil (Atrax robustus) também é nativa da Austrália e é encontrada somente no país, como explica a ADW. Essa espécie tem presas grandes e sacos de veneno.
Os machos da espécie atingem 25 milímetros de comprimento, enquanto as fêmeas atingem 35 milímetros. A sua cor é um preto-azulado brilhante e conta com pelos finos e aveludados cobrindo o abdômen.
A aranha-teia-de-funil é incrivelmente defensiva e, por isso, pode morder várias vezes em um único ataque. A sua picada em si é muito dolorosa e os sintomas podem surgir rapidamente.
Se a picada não for tratada, pode levar a doenças graves e até mesmo à morte, isso porque segundo o Guinness, o elemento mortal do seu veneno são peptídeos conhecidos como δ-hexatoxinas (da sigla δ-HXTXs), ou delta-hexatoxinas, que podem ser fatais, pois afetam o sistema nervoso fazendo com que os nervos continuem disparando.
