
Os 4 dados sobre a perigosa aranha-violinista ou aranha-marrom: seu habitat é a casa das pessoas
A Loxosceles laeta ou aranha-violinista – que no Brasil também é conhecida como aranha-marrom – pode ser encontrada nas casas das pessoas escondida em armários, roupas pouco usadas, frestas e lugares escuros e de pouco movimento.
Conhecida popularmente como “aranha marrom” ou “aranha-violino” e ainda como aranha-violinista mesmo, a Loxosceles laeta (como se chama cientificamente) se destaca entre os aracnídeos por conquistar a América do Sul com seu pequeno tamanho, já que é a mais difundida na região, de acordo com a Pontificia Universidad Católica de Chile em seu site.
Seu tamanho é minúsculo e, por isso, pode passar despercebido a olhares desatentos. No entanto, os efeitos de sua picada não são tão sutis como sua envergadura. Devido ao alto poder patogênico de seu veneno, ela é considerada perigosa à saúde humana, como explica o Instituto Butantan (instituição governamental de São Paulo que realiza pesquisas desde 1901).
A Loxosceles laeta pertence ao gênero Loxosceles, um grupo de aranhas da família Sicariidae encontrado em diferentes partes do mundo, especialmente em zonas temperadas e tropicais, que atrai a atenção dos especialistas devido ao efeito de sua picada no corpo humano.
Conheça melhor a aranha-violinista, em quatro dados curiosos:
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A aranha-violinista tem três pares de olhos – o que a distingue de outras espécies de aranhas domésticas.
1. A aranha-violinista tem seis olhos
Essa espécie de aranha tem seis olhos de cor esbranquiçada ou escura dispostos em três pares que seguem um padrão na forma de “V”: um par na frente e, na sequência, um de cada lado, como explica a universidade chilena em seu site.
A característica serve para diferenciar esta espécie de outras aranhas domésticas, já que a maioria delas têm oito olhos dispostos em duas linhas de quatro, como informa o Sistema de Informação sobre Biodiversidade (SIB) da Administração de Parques Nacionais da Argentina. No entanto, de acordo com a organização, é necessária uma lupa para ver esse detalhe, pois o tamanho diminuto do aracnídeo dificulta a observação.
2. A teia da aranha-violinista é bastante pegajosa
Se há uma qualidade das aranhas que o mundo conhece muito bem é sua capacidade de criar teias. No caso da Loxosceles laeta, sua teia é considerada muito especial.
Tanto é assim que observar sua trabalhosa tecelagem é um dos sinais para reconhecê-las e diferenciá-las de outras espécies. De acordo com a descrição do SIB, a aranha violinista cria uma teia irregular, pegajosa e que se assemelha a fios de algodão.
Ela geralmente faz suas teias em locais escuros e secos, e em cantos altos da casa, pois é um animal solitário e, de certa forma, sedentário, explicam as fontes. Por esse motivo, a aranha-marrom é comumente encontrada atrás de quadros, espelhos e móveis, além de fendas das paredes e em roupas guardadas por muito tempo.
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A Loxosceles laeta é caracterizado por seu tamanho pequeno: a fêmea pode atingir 45 milímetros com as pernas estendidas.
3. O tamanho minúsculo da aranha-violinista
A Loxosceles laeta é um aracnídeo bem pequeno: o corpo da fêmea tem entre oito e 12 milímetros de comprimento, atingindo até 45 mm com as pernas estendidas. O macho tem tamanho semelhante, embora seu corpo e pernas sejam mais finos.
Visualmente, essa aranha se distingue pela cor marrom, com o cefalotórax mais claro que o abdômen e uma mancha escura no formato de um violino. São essas qualidades que dão nome a esse pequeno ser vivo.
4. O veneno da aranha violinista é perigoso, mas ela só ataca ao se sentir ameaçada
De acordo com a Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Chile, o veneno da aranha Loxosceles laeta é proteico e termolábil (ou seja, facilmente alterado pela ação do calor). “Ele tem propriedades necrosantes (que causam a morte do tecido), hemolíticas (que matam os glóbulos vermelhos), vasculíticas e coagulantes”.
Conforme explica a instituição chilena, “o veneno causa graves distúrbios vasculares na pele de quem é picado, com áreas de vasoconstrição e áreas de hemorragia, levando rapidamente à isquemia local (falta de sangue) e à formação de uma placa gangrenosa", afirma a fonte chilena.
Já o Butantan comenta que por conta dos danos vasculares, em até 24 horas pode surgir uma lesão arroxeada e dolorida no local da picada, e que tende a progredir para uma necrose em até três dias. Essa evolução vai depender da quantidade de veneno que foi injetada na vítima.
Em alguns casos, porém, o envenenamento pode causar anemia e icterícia, e os de maior gravidade podem levar até à insuficiência renal e à morte. De acordo com a fonte chilena, as picadas ocorrem durante todo o ano, mas são mais frequentes na primavera e no verão.
É importante observar que essa aranha só pica em autodefesa e geralmente ocorre isso depois de comprimi-la acidentalmente contra a pele enquanto uma pessoa está dormindo ou vestindo roupas que, eventualmente, abrigam o aracnídeo.
Algumas medidas preventivas para evitar as picadas da aranha-marrom são manter a organização da casa; sempre limpar e passar aspirador de pó atrás e embaixo de móveis e quadros; fechar aberturas nas paredes; se tiver que entrar em locais sujos ou fechados há muito tempo com cuidado, acendendo uma lanterna e fazendo barulho para alertar a aranha e dar tempo para que ela se afaste; separar as camas das paredes; e verificar e sacudir roupas e sapatos antes de colocá-los.
Além disso, quem suspeitar que foi picado deve agir rapidamente e buscar um auxílio médico o mais rapidamente possível.
Saiba mais sobre o universo dos insetos e aracnídeos na série da NatGeo “Uma Verdadeira Vida de Inseto”
Outra aranha que chama a atenção é destaque na 2ª temporada da série documental produzida pela National Geographic “Uma Verdadeira Vida de Inseto”. O programa estreia dia 15 de janeiro, exclusivamente no streaming do Disney+, e entre seus episódios faz um raio-X sobre a aranha-pavão (Maratus volans), do gênero Maratus, nativa da Austrália.
A nova temporada da série, que é narrada pela premiada atriz Awkwafina, leva o público a cinco novas e emocionantes viagens ao redor do mundo para conhecer de perto os insetos e suas histórias comoventes, incluindo um olhar sobre o comportamento da bela aranha-pavão, retratando como o macho faz uma dança especial para conquistar uma fêmea.
Confira essa produção que traz um olhar real sobre esses pequenos animais tão essenciais ao ecossistema do planeta.
