Além da cultura ou das experiências de vida, as emoções são causadas por gatilhos de situações ...

Como se produzem as emoções humanas?

Uma combinação biológica e cultural faz o ser humano responder ao que acontece no mundo de forma única entre todas as espécies da Terra.

Além da cultura ou das experiências de vida, as emoções são causadas por gatilhos de situações que qualquer ser humano vivenciará ao longo de sua vida. Acima um garotinho chora na mesa de jantar.

Foto de LYNN JOHNSON
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 24 de jun. de 2024, 12:01 BRT

Na psicologia, as emoções humanas costumam estar divididas entre primárias ou secundárias. As primeiras – alegriatristeza, raiva, medosurpresa e nojo – são emoções que todos os seres humanos vão experimentar, independentemente de sua origem, idade ou cultura onde estão inseridos.  

É o que explica Natália Orti, psicóloga e mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), professora da The School of Life brasileira, e especialista na área de autoconhecimento e inteligência emocional, entre outras. 

Em entrevista à National Geographic, ela também indica as emoções secundárias, as quais variam de pessoa para pessoa e sofrem grande influência cultural. Entre estas, se pode citar o ciúmes, o orgulho, a vergonha, a admiração e a culpa.

Mas como essas formas tão amplas de interagir com o mundo se produzem e como ter maior contato com o que cada um está sentindo? 

(Vale a pena ler também: Você sabe quais são as principais emoções humanas?)

Onde nascem as emoções humanas? 

“As emoções são produzidas por uma combinação de fatores, incluindo a nossa biologia, as nossas experiências passadas, o nosso ambiente atual e a nossa interpretação dos acontecimentos”, explica Natália.

“De um ponto de vista biológico, as emoções são geradas por partes do cérebro, como a amígdala e o hipocampo, que processam a informação sensorial e desencadeiam respostas emocionais”, detalha.

(Vale a pena ler também: Veja por que sentir medo pode ser bom)

De acordo com a especialista, "quando evitamos nossas emoções, perdemos a oportunidade de aprender com elas ...

De acordo com a especialista, "quando evitamos nossas emoções, perdemos a oportunidade de aprender com elas e entender o que realmente importa para nós".

Foto de James P. Blair

Por que é importante entrar em contato com as próprias emoções? 

Segundo a psicóloga, entrar em contato com o que se está sentindo é fundamental para conhecer e reconhecer as próprias emoções e ajudar no autoconhecimento. “Praticar a atenção plena ou mindfulness, que envolve prestar atenção aos nossos sentimentospensamentos sem julgá-los, com abertura e curiosidade”, ensina. 

Para ela, “também pode ser útil escrever, como forma de exercitar a introspecção, o encadeamento de ideias, a apuração das percepções, e com isso poder refletir sobre as nossas emoções”, diz a expert. 

“A psicoterapia é outra possibilidade, porque tem a função de proporcionar espaço, relacionamento terapêutico e estratégias que possibilitam tanto a observação e nomeação das emoções, como a compreensão dos fenômenos emocionais dentro do contexto de vida de cada pessoa, proporcionando autoconhecimento, regulação emocional e resolução de problemas”, afirma.

Natália Orti alerta, no entanto, que a dificuldade de “estar aberto” e “conhecendo as próprias emoções” passa por questões culturais e pessoais diversas. “Chamamos de esquiva experiencial todo comportamento que envolve evitar ou tentar se livrar de pensamentos, sentimentos ou sensações internas desconfortáveis”, explica. “Quando evitamos nossas emoções, perdemos a oportunidade de aprender com elas e de entender o que realmente importa para nós. A raiva, por exemplo, pode indicar que nossos limites foram ultrapassados”.

“Embora essa ação possa proporcionar alívio temporário, a longo prazo a esquiva experiencial pode impedir o contato com emoções difíceis e, assim, nos afastar do autoconhecimento e das informações preciosas que as emoções comunicam sobre nós mesmos, nossas necessidades, nosso ambiente, relacionamentos e experiência com a vida em geral”, finaliza.

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