Veja algumas alternativas ao aperto de mão sugeridas pelos nossos leitores ?
De todo o mundo, nosso público está enviando sugestões de novos cumprimentos em meio à pandemia da Covid-19.
Beijos no ar. Namastê. A saudação vulcana inspirada em Star Trek. O aceno de cabeça dos neozelandeses. E nada de cotovelos. Essas são algumas das sugestões de nossos leitores em todo o mundo para substituir o aperto de mão repleto de germes.
A mudança repentina na tradição, recomendada pelas autoridades de saúde, afetou tudo, desde igrejas em todo o mundo, onde os apertos de mão sempre foram muito comuns, até alguns povos maori da Nova Zelândia que tradicionalmente encostam o nariz um no outro ao se cumprimentarem.
Conforme tentamos evitar esse surto mortal, parece que todos estão tendo dificuldade em manter o decoro social, inclusive questionando uma tradição que remonta à Grécia antiga.
Beijos no ar são a resposta, diz Dave Sharpe, de Toronto, uma das várias pessoas que enviaram e-mails para a National Geographic. Aquele cumprimento com o punho fechado é muito restrito aos ‘vestiários’ e o toque de cotovelos é simplesmente ridículo. Mas soprar um beijo, pelo menos, demonstra carinho e afeição, que são sentimentos bem compreendidos. Mesmo entre amigos do sexo masculino, pode ser legal quebrar aquela resistência antipática que alguns homens parecem ter em relação a mostrar seus sentimentos.”
“SEM TOQUE DE COTOVELOS”, concorda enfaticamente Angie Garcia Johnson. “A recomendação não é cobrir espirros e tosse com a parte interna dos cotovelos?”
Anna Wego, de Auckland, sugere o aceno de cabeça dos neozelandeses: “Acredito que uma pequena inclinação na cabeça (como no passado) seja uma boa alternativa.” Membros da tribo Ngāti Kahungunu do povo maori da Nova Zelândia substituíram a tradicional saudação hongi — basicamente uma pessoa encosta seu nariz do nariz da outra — e agora cada pessoa inclina a cabeça para trás e levanta as sobrancelhas, escreve Margot Macphail.
Diversos leitores preferem a saudação que consiste em separar os dedos e que significa Vida Longa e Próspera, do Sr. Spock, interpretado por Leonard Nimoy em Star Trek. Nesses dias de incerteza, tanto “vida longa” quanto “vida próspera” fazem sentido!
Outros leitores sugerem curvar-se ou manter unidas as palmas das mãos em cumprimento. “Sem tocar, sem contato, mas com demonstração de respeito”, escreve Don Uyeshima. Até mesmo alguns quakers, que consideravam o aperto de mão parte essencial de seus encontros, substituíram-no por uma saudação namastê antes de os encontros serem suspensos, escreveu Karin McAdams, membro do Penn Valley Quaker Meeting, na cidade de Kansas, Missouri.
O leitor Jody Wall prefere algo semelhante. “Uma saudação que gostaria de fazer ao encontrar alguém que conheço”, escreve Wall, “seria colocar minha mão sobre o meu coração.”
O leitor James Henrie recomenda um olá ao estilo norte-americano. Ele imagina uma cena do filme Matar ou morrer, com uma pessoa a certa distância da outra. “Dê uma de cowboy e levante a mão esquerda, direita ou ambas, com os dedos formando uma arma, e aponte para a pessoa, levantando e abaixando lentamente o “cano da arma” para reconhecer sua presença. Isso expressa reconhecimento de maneira não ofensiva”, diz Henrie. “Para mim, esse jeito está bom!”
A leitora Laura Lee Klump pode não gostar de mãos que imitam armas, mas concorda que dispensar o aperto de mão representa bom senso — e um avanço para a humanidade.
“Hoje em dia a coisa mais educada a se fazer seria não apertar a mão de alguém, certo? Em vez disso, seria melhor sorrir, manter certa distância e se comunicar com o coração e não com as mãos”, afirma Klump.