Neste país, redes sociais são usadas para suavizar passado brutal

As Filipinas concentram alguns dos usuários mais ativos em redes sociais no mundo. Nas últimas eleições, as plataformas foram utilizadas como arma de desinformação para eleger o filho de um ex-ditador à presidência.

Tela projeta vídeo mostrando apoiadores de Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr., candidato à presidência e filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, durante comício de campanha em Tarlac, nas Filipinas. De acordo com organizações de checagem de fatos e analistas políticos, Marcos Jr. se beneficiou mais de publicações de desinformação on-line do que qualquer outro candidato nesta eleição.

Foto de Hannah Reyes Morales, National Geographic
Por CORINNE REDFERN
Publicado 12 de mai. de 2022, 17:48 BRT

May Rodriguez nunca imaginou que as Filipinas processariam a dor causada por uma década e meia de ditadura fingindo que o fato não ocorreu. Afinal, diz ela, ainda que a memória coletiva de seu povo esteja esvanecendo, evidências da violência e corrupção generalizadas que prevaleceram durante o regime de Ferdinand Marcos estão amplamente disponíveis na internet – se alguém se importar o suficiente para acessá-las.

Aos 68 Rodriguez se recorda nitidamente da vida em Manila, capital do país, entre 1972 e 1986, quando Marcos impôs a lei marcial sete anos após ser eleito presidente. “Ao sairmos pela manhã, nossos pais não sabiam se voltaríamos em segurança à tarde”, prossegue ela. “Foi um pesadelo ao qual não desejo voltar.”

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Emaranhado de cabos elétricos, linhas telefônicas e infraestrutura da rede em Manila. A infraestrutura precária das Filipinas criou um país em que conteúdos falsos prosperam em plataformas digitais — fazendo com que críticos chamassem a nação de ‘paciente zero’ no que se tornou uma guerra global contra a verdade.

Foto de Hannah Reyes Morales

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    Jornais e recortes de revistas de cinco décadas atrás durante “festa de digitalização” no arquivo Bantayog ...
    À esquerda: No alto:

    May Rodriguez (à direita), ativista filipina e sobrevivente do regime de Marcos, no arquivo Bantayog ng mga Bayani na cidade de Quezon, Filipinas, onde ajuda a digitalizar e enviar artigos de jornais e documentos históricos datados entre as décadas de 1970 e 1980. Atualmente, durante a campanha do filho de Marcos, Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr., para retornar ao palácio presidencial, Rodriguez revela que vive sob medo devido à ameaça de seu país retornar a um passado autocrático. “Sei que estou do lado da história e da verdade, mas é assustador.”

    À direita: Acima:

    Jornais e recortes de revistas de cinco décadas atrás durante “festa de digitalização” no arquivo Bantayog ng mga Bayani na cidade de Quezon. Os artigos narram o sofrimento de milhares de filipinos submetidos à tirania e tortura sob o regime de Ferdinand Marcos.

    fotos de Hannah Reyes Morales, National Geographic

    Nos últimos anos, ela começou a reunir um arquivo digital de notícias de quase cinco décadas atrás, digitalizando meticulosamente artigos antigos que narram o sofrimento de dezenas de milhares de filipinos, muitos dos quais foram amigos íntimos de Rodriguez, e enviando-os a um servidor público.

    Mas ao desconectar do arquivo e entrar em sua conta atual do Facebook, Rodriguez se depara com uma versão surpreendentemente diferente dos fatos: uma em que conhecidos argumentam não ter havido corrupção ou abuso sob o regime de Marcos, enquanto estranhos compartilham notícias falsas alegando que a própria experiência vivida por Rodriguez é mentira. “É tão difícil compreender isso”, desabafa ela sobre o recente aumento de popularidade do ex-ditador. “Não é possível entender a origem de tudo isso. Como podem acreditar nisso? Estou com medo porque não há uma reação contrária.”

    O objetivo desse revisionismo histórico é evidente: 34 anos após 2 milhões de manifestantes tomarem as ruas de Manila para forçar Marcos a sair do poder, uma máquina de desinformação multimilionária agora reapresenta estrategicamente a família Marcos como a salvadora do país, reescrevendo o passado da nação em uma tentativa de reinstalar o filho do ex-ditador, Ferdinand “Bongbong” Marcos Jr., de 64 anos, no palácio presidencial.

    Para horror dos adversários do candidato, parece estar funcionando. Em 9 de maio, Marcos Jr. venceu a eleição para presidente das Filipinas, impulsionado por uma campanha agressiva que nega evidências de crimes da família, prevalecendo sobre candidatos rivais como a atual vice-presidente Leni Robredo por meio de ataques on-line e notícias falsas, como um vídeo de sexo manipulado que difama a filha mais velha de Robredo.

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        Máquina de venda automática para utilizar computadores em bairro de Manila, onde filipinos de baixa renda pagam um peso (menos de dois centavos de dólar norte-americano) por alguns minutos de acesso à internet.

        Foto de Hannah Reyes Morales
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        À esquerda: No alto:

        Presidente Rodrigo Duterte discursa na televisão enquanto aluna faz a lição de casa em um tablet. À medida que as aulas passaram a ser ministradas on-line durante a pandemia de covid-19, as crianças filipinas passaram a ficar muito mais tempo na internet, permitindo a continuação do ensino e expondo-as a conteúdo não regulamentado e falso.

        À direita: Acima:

        Crianças jogando videogames em computadores com venda automática de internet em Manila. Dos 67 milhões de filipinos atualmente registrados para votar, mais de um terço não havia nascido quando Ferdinand Marcos esteve no poder.

        fotos de Hannah Reyes Morales

        Uma verdade cada vez mais irrefutável é que a desinformação está disseminada nas Filipinas. Nesse país, sob os emaranhados de cabos suspensos e em cibercafés à beira-mar repletos de areia, os filipinos passam em média 11 horas utilizando a internet todos os dias, o que faz do país um dos mais ativos nas redes sociais no mundo. De acordo com dados do próprio Facebook, todo maior de 13 anos nas Filipinas tem uma conta na rede social (embora se saiba quantas contas sejam falsas ou duplicadas). Com um arquipélago de mais de 7 mil ilhas – e com mais de 10 milhões de filipinos trabalhando no exterior – as redes sociais conectaram um país dividido, com infraestrutura precária, e ofereceram uma plataforma em que todos poderiam ser ouvidos.

        Mas a mesma tecnologia também permitiu que políticos manipulassem eleitores e provocassem violência off-line, aparentemente sem repercussões. Em 2016, menos de um ano após o Facebook lançar seu programa Free Basics (serviços básicos grátis, em tradução livre), que permitia que qualquer um nas Filipinas com um smartphone se conectasse a serviços básicos de internet gratuitamente, Rodrigo Duterte, até então alguém de fora da política, manipulou a plataforma para ganhar a eleição presidencial recrutando um exército de trolls para atacar e assediar qualquer um contrário a ele. Essa violência logo se consumou na vida real: nos últimos seis anos, a chamada “guerra às drogas” de Duterte causou mais de 12 mil execuções extrajudiciais de civis, incluindo 122 crianças, ao passo que sua repressão à imprensa livre provocou uma onda de assassinatos de ativistas e críticos do governo com a sanção do Estado. Jornalistas, incluindo a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Maria Ressa, de repente passaram a enfrentar processos judiciais por informar os fatos. Meios de comunicação locais começaram a chamar o país de 'paciente zero' na guerra contra a verdade.

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          A ABS-CBN é a maior rede de notícias das Filipinas e um dos raros novos canais gratuitos aos filipinos. Mas depois que Duterte acusou falsamente a rede de não pagar impostos, seu governo de repente encerrou sua transmissão em maio de 2020, interrompendo os programas de televisão e rádio da estação e eliminando a principal fonte de informações de milhões de filipinos. Desde então, a rede passou a oferecer muitos de seus programas on-line.

          Foto de Hannah Reyes Morales
          Multidões vestidas de rosa na cidade de Pasig acenam e aplaudem em apoio em comício de ...

          Multidões vestidas de rosa na cidade de Pasig acenam e aplaudem em apoio em comício de Leni Robredo, candidata à presidência e atual vice-presidente. Como parte de sua campanha, Robredo levantou a necessidade de coibir a veiculação de conteúdos falsos em plataformas digitais. Pesquisas indicam que há mais notícias falsas sobre Robredo do que qualquer outro candidato.

          Foto de Hannah Reyes Morales, National Geographic

          “Nove de maio de 2016 foi a data em que comecei a considerar as desvantagens da internet, a mesma data das eleições nas Filipinas”, conta Katie Harbath, ex-diretora de políticas públicas do Facebook, responsável por coordenar as políticas eleitorais da plataforma em todo o mundo até o ano passado. Ela admite que não tinha percebido a gravidade da situação à época. Tampouco compreendeu a dimensão da violência que acompanhava a campanha de desinformação de Duterte. “E só aumentou desde então em outros locais, mas as Filipinas foram um dos primeiros países em que de fato se começou a observar o uso de redes sociais como arma dessa maneira.”

          Agora, enquanto Sara, filha de Duterte, faz campanha ao lado de Marcos Jr. para se tornar vice-presidente do país, o Facebook (recentemente renomeado como Meta) está mais preparado: desenvolveu uma 'sala de guerra' exclusiva para as eleições nas Filipinas com meses de antecedência – fechou centenas de páginas e contas dedicadas à desinformação política e segue colaborando com grupos locais de checagem de fatos para conter a disseminação das fake news. “Claro que não é possível esperar 100% de perfeição”, observa Harbath. “Acredito que estejam bastante preparados, e vamos ver o que ocorrerá de fato.”

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            Equipe de checagem de fatos da Vera Files, uma das parceiras oficiais de checagem de fatos do Facebook, em seu escritório em Manila. Os membros da equipe fazem parte da linha de frente contra a desinformação, mas admitem que enfrentam dificuldades para acompanhar sua disseminação. “As mentiras se proliferam mais rápido do que a verdade”, afirma Chin Samson (à esquerda).

            Foto de Hannah Reyes Morales

            Influência das redes sociais

            Quem tenta combater a desinformação nas Filipinas diz entender por que milhões de usuários de redes sociais foram convencidos pela última onda de propaganda política do país. Apesar das frequentes promessas de reformar o ensino nas Filipinas, a verba destinada à educação ainda é mínima – uma falta que muitos acreditam ser intencional e que contribui com a disseminação da desinformação. “Os políticos de nosso país relevam deliberadamente a educação porque não querem que a população seja instruída”, afirma Danilo Acosta Lumabas, professor de estudos sociais em Manila que lançou seu próprio canal no YouTube no ano passado para refutar as notícias falsas que seus alunos compartilharem on-line. “Eles têm medo de filipinos instruídos.”

            Por ora, as campanhas presidenciais deste ano estão mais inteligentes e brilhantes do que nunca. Os perfis em branco, robôs e “fábricas de trolls de apoiadores anônimos responsáveis pela vitória de Duterte em 2016 parecem ter perdido popularidade – por serem óbvios demais para seus críticos e fáceis para as plataformas fecharem. Em seu lugar, surgiram comunidades dos chamados 'microinfluenciadores' – indivíduos reais e identificáveis, recrutados em todas as ilhas e remunerados para fazer publicações. Em conjunto com publicações testadas e comprovadas no Facebook, surgiram coreografias de danças e músicas populares no TikTok, enquanto profissionais de relações públicas da multibilionária indústria de publicidade das Filipinas atuam nas horas vagas como estrategistas políticos, dirigindo vlogs no YouTube e criando conteúdo original concebido especificamente para serem compartilhados por seus espectadores.

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              À esquerda: No alto:

              A despeito da popularidade crescente das redes sociais, o rádio ainda é uma das principais fontes de notícias nas Filipinas, e muitos dependem de estações regionais para obter informações em seu dialeto ou língua local. No entanto algumas emissoras também têm contribuído para a proliferação da desinformação, sobretudo durante a campanha eleitoral.

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              Um dos inúmeros memoriais para Chad Booc, professor voluntário de 27 anos que passou os últimos sete anos exigindo educação gratuita para crianças indígenas. Booc, que há muito tempo era alvo de notícias falsas e campanhas de difamação nas redes sociais, foi morto em 23 de fevereiro, juntamente com outras quatro pessoas que o acompanhavam. Após os assassinatos, as Forças Armadas das Filipinas publicaram uma declaração alegando que os cinco eram membros de um grupo terrorista comunista da região. “Quero que Chad seja lembrado como músico, dançarino, professor, um bom amigo e um bom filho”, lamenta Micah, sua amiga e colega. “Ele não era terrorista.”

              fotos de Hannah Reyes Morales, National Geographic

              “Essas mensagens são veiculadas de forma extremamente eficiente”, afirma Ellen Tordesillas, jornalista e cofundadora da Vera Files, organização de checagem de fatos – uma das muitas iniciativas da imprensa local – que, com a colaboração de trabalhadores filipinos no exterior, quadrinistas e padres católicos, incentiva eleitores a refletirem antes de repassar (ou retuitar) algo que leram on-line. Mas as notícias falsas de diversos campos políticos são disseminadas tão rápido que os verificadores de fatos mal conseguem acompanhá-las. Até mesmo comentários de improviso como o de Marcos Jr. em entrevista de rádio, alegando ser fácil reproduzir uma determinada espécie de peixe, podem levar dias para serem refutados pela equipe de Tordesillas. Segundo ela, os apoiadores de Marcos espalham novas falsidades incessantemente e apresentam alegações extremamente equivocadas como se fosse um fato confirmado.

              “Como combater a disposição das pessoas em acreditar nessas mentiras sem prova alguma?”, indaga May Rodríguez. “Quando alguém acredita nisso, tudo bem – é simplesmente um louco. Mas quando não é um caso isolado, é preocupante.”

              Quando ameaças virtuais se concretizam

              Rodriguez tem motivos para temer a situação. A recente onda de desinformação pode não ser exclusiva das Filipinas, mas defensores de direitos humanos afirmam que o arquipélago já testemunhou algumas de suas consequências mais violentas. Ameaças feitas on-line raramente ficam por aí, como podem comprovar as flores colocadas delicadamente sobre os túmulos de dezenas de ativistas e jornalistas filipinos. Na maioria das vezes, as mortes das vítimas foram antecedidas por “red-tagging” – termo em referência à prática de autoridades do Estado de divulgarem de má-fé uma lista restrita pública indicando seus críticos como comunistas ou terroristas e incitarem ataques on-line e off-line.

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                Torre de telefonia celular em província próxima a Manila. Embora a internet das Filipinas esteja entre as mais lentas e dispendiosas do mundo, os filipinos estão entre os maiores usuários das redes sociais.

                Foto de Hannah Reyes Morales

                O regime de Marcos introduziu a prática de red-tagging em 1969, mas ativistas de direitos humanos e críticos do governo afirmam que Duterte foi além. Agora, enquanto as famílias Duterte e Marcos cooperam para vencer as próximas eleições, muitos temem o acirramento da prática nas redes sociais – e o aumento concomitante no número de mortes. Nos últimos seis anos, mais de 421 ativistas filipinos foram mortos por se manifestarem contra o governo de Duterte, ao passo que centenas de outros escaparam de atentados por pouco. Com a reputação das vítimas manchada on-line, poucas mortes são investigadas e os assassinos raramente são responsabilizados.

                Uma das últimas vítimas da máquina de desinformação foi Chad Booc. Um professor voluntário que passou os últimos sete anos exigindo que as autoridades fornecessem educação gratuita às crianças indígenas do país, Booc há muito era alvo de notícias falsas no Facebook e campanhas de difamação on-line endossadas pelo Estado. Em dezembro de 2021, ele alertou amigos de que suspeitava que poderia ser preso nos próximos meses, enviando mensagens de texto com instruções sobre como proceder por precaução.

                Mas nenhum de seus amigos esperava o que sucedeu. Pouco depois das 21h30 de 23 de fevereiro, Booc foi morto ao retornar de viagem à cidade de Davao, na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, após visitar uma vila remota em uma província próxima. A autópsia indicou diversos tiros de arma de fogo como causa da morte. Quatro outros que acompanhavam Booc também foram mortos, dos quais ao menos dois dos corpos apresentavam possíveis sinais de tortura, segundo grupos de direitos humanos. Após os assassinatos, as Forças Armadas das Filipinas publicaram uma declaração no Facebook alegando que os cinco eram membros de um grupo terrorista comunista local – uma afirmação que até o Partido Comunista das Filipinas parece negar.

                Os mais próximos de Booc estavam tão habituados a ler informações falsas sobre seu amigo on-lineque inicialmente acreditaram que a notícia da morte também fosse falsa. Seu assassinato deixou aterrorizados outros educadores e ativistas em todo o país. “Quando decidimos nos tornar professores, sabíamos que custaria nossas vidas”, conta Micah, amiga íntima e colega de Booc, de 23 anos, que já foi detida sob a mira de uma arma pelas Forças Armadas das Filipinas e recebe regularmente ameaças de morte pelo Twitter e Facebook. Ela pediu para seu sobrenome não ser revelado por medo de represálias.

                As mensagens que lotam sua caixa de entrada são tão violentas – com descrições tão detalhadas de como os ataques serão realizados – que Micah foi diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático e sofre de ataques de pânico frequentes. “Há momentos em que não posso sair sozinha, pois sou seguida”, revela ela. “É muito assustador.”

                As tentativas de Micah de denunciar as mensagens com ameaças aos sites de redes sociais não tiveram êxito. As contas dos remetentes quase sempre permanecem ativas. “Respondem: ‘você deveria denunciar isso às autoridades!’ Mas como posso denunciar às autoridades se são as próprias autoridades que me assediam?”, indaga ela. “Atualmente há uma cultura de impunidade nas Filipinas.”

                Geela Garcia contribuiu com a divulgação desta matéria em Manila.

                Hannah Reyes Morales é filipina, fotógrafa e exploradora da National Geographic, e seu trabalho se concentra em como a memória histórica e os eventos atuais moldam a vida cotidiana. 

                Corinne Redfern é uma jornalista investigativa residente na Itália, que publica matérias sobre direitos humanos e questões de gênero na Europa e na Ásia.

                Geela Garcia é jornalista multimídia residente em Manila e publica matérias sobre mulheres, soberania alimentar e natureza.

                Centro Nobel da Paz contribuiu com fotos adicionais.

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