O ator William Henry Pratt, mais conhecido por seu nome artístico Boris Karloff, surge caracterizado como ...

Por dentro de "Frankenstein", de Mary Shelley: as 3 curiosidades sobre a história que marcou a ficção científica

Mais de 200 anos após sua publicação, a obra sobre o monstro de Frankenstein é considerada uma das primeiras histórias de ficção científica da história – e segue como ícone cultural.

O ator William Henry Pratt, mais conhecido por seu nome artístico Boris Karloff, surge caracterizado como a criatura de Frankenstein, em filme homônimo do livro lançado em 1931. Ele ainda reviveu o tenebroso personagem em outras duas produções, "A Noiva de Frankenstein", de 1935, e "O Filho de Frankenstein", de 1939. Karloff ficou internacionalmente conhecido por esse papel.  

Foto de Reprodução (CC BY-SA 2.0)
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 2 de set. de 2024, 11:58 BRT

A primeira vez que "Frankenstein" foi publicado, em 1º de janeiro de 1818, o livro não levava a assinatura de ninguém. Sua autora, no entanto, era Mary Shelleyfilha de proeminentes figuras literárias inglesas. Ainda assim, na Londres do século 19 não era comum que editoras de livro publicassem obras de escritores desconhecidos, muito menos se eles fossem mulheres de apenas 20 anos de idade. 

As 500 cópias iniciais de "Frankenstein" logo se esgotaram: o livro foi um sucesso na época, como conta um artigo da Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimento geral baseada no Reino Unido). Mas somente quatro anos depois Mary Shelley conseguiu publicar uma nova tiragem, desta vez com seu nome na capa, detalha a fonte. 

história aterrorizante da criatura feita à base de partes de cadáveres humanos por um médico de nome Victor Frankenstein foi se popularizando com o passar dos anos e é considerada uma das primeiras novelas góticas de ficção científica, detalha a Britannica, e é notável sua influência até hoje em diversos outros livros, filmes e séries. 

Mas existem muitos bastidores relacionados a essa história. A seguir, National Geographic detalha três dados históricos curiosos que estão por trás do surgimento de "Frankenstein".

Na foto, a mansão chamada A Villa Diodati, famosa por ter sido habitada por Lord Byron, Mary Shelley, Percy Shelley, John Polidori e outros amigos durante o verão de 1816. Foi durante essa estadia que a base para as clássicas histórias de terror "Frankenstein" foi escrita por Mary Shelley. A casa era originalmente conhecida como Villa Belle Rive, e Byron mudou seu nome para o da família de seus proprietários.

Foto de Domínio público

1. "Frankenstein" começou a ser escrito durante o chamado "Ano sem verão", em 1816

Quando estava na mansão de Byron, em 1816, Mary Shelley participou de uma espécie de competição estimulada pelo dono da casa, na companhia do poeta Percy B. Shelley, o namorado (e futuro marido) de Mary; o próprio Byron, claro, e seu médico e secretário pessoal chamado John Polidori; além de Claire Clairmont, meia-irmã de Mary.

"Entre histórias de fantasmas, experiências e leituras, o confinamento deu bons resultados: certo dia, Lord Byron propôs que cada membro do grupo escrevesse uma história de terror", conta o artigo "Frankenstein: 1816, o ano em que nasceu o monstro", publicado em National Geographic Portugal.

O resultado desse "retiro" foram dois textos considerados "obras-primas da literatura de fantasia": "O Vampiro", de John Polidori (antecessor de "Drácula", de 1897, escrito por Bram Stoker) e "Frankenstein", de Mary Shelley.

produtividade literária do grupo se deve ao que ficou conhecido como “Ano sem verão”, na Europa, detalha o artigo. Tudo porque devido à erupção do vulcão Tambora, em Sumbawa, na Indonésia, em 10 de abril de 1815, enviou toneladas de poeira de enxofre para a atmosfera, que se espalharam pelo céu de diversos lugares do mundo, carregadas pelos ventos. 

A fumaça poluiu o ar deixou a luz do sol mais fraca em diversas cidades. Segundo a fonte portuguesa, houve até mesmo escassez de alimentos em decorrência da erupção.  

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    Página de título da primeira edição de "Frankenstein", de Mary Shelley.

    Foto de Domínio público
    À direita: Acima:

    Entre os livros que inspiraram Mary Shelley a escrever seu romance havia tanto obras científicas, em especial sobre o corpo humano, quanto filosóficas e literárias. Aqui, uma ilustração que esteve presente na exposição "O Monstro de Frankenstein", na Biblioteca Nacional da Argentina, em Buenos Aires, ocorrida em 2018.

    Foto de Secretaria de Cultura da Argentina (CC BY-SA 2.0)

    2. Frankenstein não é o nome do monstro, mas de seu criador médico, profissão em revolução na época 

    Muita gente associa o nome Frankenstein ao da criatura que vagueia pela história de maneira aterrorizante. Mas a verdade é que o título da obra se refere a Victor Frankenstein, o médico criador do monstro, e um personagem influenciado pelas descobertas médicas e científicas da época que atingiam Mary Shelley

    Além da própria presença de John Polidori, médico e secretário pessoal de Lord Byron, na mansão da Suíça, o grupo também discutia sobre progressos da ciência que pareciam surrealistas. "As experiências científicas envolviam a electricidade, como as de Luigi Galvani, que consistiam em mover as patas de uma rã através de uma descarga eléctrica, assim como as especulações de Erasmus Darwin sobre a possibilidade de ressuscitar matéria morta através de impulsos eléctricos", descreve o artigo de NatGeo Portugal.

    3. Em sua primeira edição, "Frankenstein" tinha outro nome 

    Mary Shelley inicialmente escolheu o título de "Frankenstein ou o moderno Prometeu" para sua obra de fantasia gótica. Esse título refletia uma série de influências que se somaram na mente da escritora na hora de conceber a obra. 

    Entre elas estavam tramas de fantasmas, como "Fantasmagoriana", uma antologia de histórias alemãs de fantasmas traduzidas para o francês em 1812; além de informações sobre descobertas científicas da época, e vários outros textos de suspense ou susto. A Britannica detalha que, cerca de 15 anos depois de publicar "Frankenstein", Mary Shelley encontrou anotações suas sobre este momento. 

    "O que me aterrorizou aterrorizará os outros; e só preciso descrever o espectro que assombrou meu travesseiro da meia-noite’: um monstro, criado por um cientista louco cego pela ambição, que tortura seu criador", disse a escritora sobre a gênese da obra, em 1831, afirma a Britannica.

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