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Qual é a origem do Curupira? No Dia do Folclore, saiba mais sobre o mascote da COP30

Celebrado anualmente em 22 de agosto, o Dia do Folclore enaltece as manifestações culturais típicas de um povo. No caso do curupira, ele é tão relevante no cancioneiro brasileiro, que será o mascote da COP30, em Belém, no Pará.

A ilustração oficial da COP30, que acontece no Brasil, traz o curupira como mascote do evento. 

Foto de Divulgação
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 21 de ago. de 2025, 06:05 BRT

Quando alguém fala um dito popular ou repete uma tradição típica regional, esta pessoa está vivenciando o folclore.  No caso do Brasil, o cancioneiro brasileiro de mitos e lendas folclóricos é riquíssimo, tanto que existe o Dia do Folclore, comemorado anualmente em 22 de novembro.

O folclore é um conjunto de lendas, costumesprovérbios que se propaga via oral ou escrita, e integra a maneira como um povo se manifesta, como explica o dicionário “Oxford” ao conceituar a palavra. Além de personagens conhecidos nacionalmente, como o saci pererêa Iara (mãe d’água) e a mula sem cabeça, por exemplo – também existe o folclore regional, dado que o país tem dimensões continentais e muitas influências distintas. 

Ainda assim, a figura do curupira – um menino conhecido também como “protetor da Floresta”, caipora ou “pai do mato” – é uma das mais populares. Tanto que ele tem uma efeméride própria, celebrada em 17 de julho e, por decisão governamental, é um dos símbolos folclóricos presentes na educação fundamental escolar.

Em 1º de julho de 2025o curupira foi anunciado pelo governo federal como sendo o mascote oficial da COP30 – a reunião anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) – que se realiza pela primeira vez no Brasil, na cidade de Belém, no Pará, entre 10 e 21 de novembro.  

floresta amazônica

Aqui, um registro de uma área ainda imaculada da floresta amazônica.

Foto de Craig Cutler

Qual é a origem do Curupira e quando foi mencionado pela primeira vez?  

Nas lendas relacionadas ao curupira, conta-se que ele persegue caçadores e lenhadores que fazem mal à floresta. Mas este “temor” à figura vem da cultura indígena, como conta um artigo sobre o tema original do Instituto Butantan (centro de pesquisa científica São Paulo). 

“Relatos históricos afirmam que o mito do curupira surgiu entre os indígenas brasileiros que tinham verdadeiro pavor de um ser da floresta que punia quem pretendia derrubar árvores ou eliminar animais selvagens”, continua a fonte. 

“Tanto que seu nome vem da junção de ‘curu’ – uma contração do nomecurumim’, que significa menino – e ‘pira’, que significa corpo na língua indígena tupi”, detalha. “O padre jesuíta José de Anchieta, que viveu em São Paulo na época da fundação da cidade, foi o primeiro a relatar a história que ele conheceu pelos próprios indígenas ainda nos anos 1500". 

Ainda segundo a fonte, até hoje existe o hábito, por parte dos indígenas, de “enviar presentes em forma de oferendas para acalmar” o curupira. “O costume pegouaté hoje é comum seringueiros, entre outros extrativistas, oferecerem comida, bebida ou objetos ao curupira quando adentram na floresta”, relata o artigo.

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    capa do livro procura-se o curupira

    Mais uma publicação que reforça a importância deste personagem do folclore brasileiro, inclusive para o público infanto-juvenil. 

    Foto de Divulgação

    Afinal, qual é a cor do cabelo do curupira? 

    A lenda caracteriza o curupira como um menino de tamanho pequeno, de cabelos vermelhos, dentes afiados e pés virados para trás. Seu objetivo é desorientar caçadores", informa o artigo do Instituto Butantan. Para isso, diz o folclore relacionado a ele, o curupira usa “assobios ensurdecedores" e deixa pegadas ao contrário, completa a fonte. 

    O artigo continua explicando que estas características podem mudar de acordo com a região do Brasil. Em alguns lugares, “ele pode ser maior, careca, peludo, ter olhos verdes e dentes azuis”, afirma.

    Já o livro “Procura-se o curupira”, do autor infanto-juvenil Alexandre de Castro Gomes (Editora Cia das Letras), reúne outros fatos sobre o personagem. Entre eles, estaria o “superpoder” de ser capaz de ressuscitar os animais vítimas de caçadores. 

    Na lenda, o “menino de cabelos cor de fogo” também vive na parte mais densa das florestas, sendo “implacável e agressivo” com aqueles que entram na mata para fazer o mal” a seus habitantes. Para isso, o curupira simula os gritos e sons de vozes humanas para atrair os invasores e deixá-los perdidos”, diz um artigo da Cia das Letras sobre o personagem.

    Quem quiser saber mais sobre o curupira e outros ícones folclóricos nacionais pode consultar o “Dicionário do Folclore Brasileiro”, do historiador e folclorista Luís de Câmara Cascudo.

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