Saci Pererê, Curupira e Boto-cor-de-rosa: no Dia do Folclore Brasileiro, conheça a origem da data e sua importância cultural
Acima, vemos uma representação do Saci Pererê - personagem famoso de uma das lendas mais tradicionais do folclore brasileiro.
O dia 22 de agosto é o Dia do Folclore Brasileiro, uma data criada para valorizar a importância das manifestações folclóricas nacionais em todas as suas formas. Isso porque o folclore no país é muito diverso e rico, com lendas de origens indígenas e africanas que se tornaram tradicionais como as já clássicas fábulas do Saci Pererê, do Curupira, da Iara Mãe-d'Água, da Mula sem cabeça – e até do boto-cor-de-rosa –, entre outras.
Mas o folclore basileiro vai além, abarca curiosos contos criados por escritores, ritmos musicais regionais, vestimentas típicas, artesanatos e ainda festas tradicionais como a própria Festa Junina, o Carnaval, o Bumba Meu Boi, o Círio de Nazaré, o Festival Folclórico de Parintins, e diversas outras manifestações genuínas e nacionais.
Descubra, a seguir, como e por que a data foi instituída, e conheça um pouco mais sobre lendas tradicionais do folclore brasileiro.
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Na imagem, alguns elementos da arte folclórica do Brasil representados em uma exposição no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, no Rio de Janeiro (em 2024): o gibão nordestino (feito de couro e usado antigamente por vaqueiros da região) e a cabeça do Boi-bumbá (outro elemento tradicional do folclore no Norte e Nordeste do país).
Qual é a origem do Dia do Folclore Brasileiro?
“Folclore é o conjunto de conhecimentos, costumes, crenças, contos, mitos, lendas, músicas, danças e festas populares de uma cultura e de uma região”, definiu a jurista e Ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia, em um texto publicado em 2017 no site da Agência Brasil (órgão oficial de informação do governo brasileiro).
O artigo explica também como a palavra “folclore” foi criada e sua relação com a origem da data comemorativa no Brasil. O termo surgiu em 1846 pelo arqueólogo inglês William John Thoms, estudioso da cultura popular, que uniu as palavras “folk”, que em português significa povo, popular, com “lore” (cujo significado é cultura, saber). A palavra folclore foi utilizada pela primeira vez justamente no dia 22 de agosto de 1846 para fazer referência aos costumes de um povo, conta o artigo governamental.
Em reverência a essa data, em 1965 foi instituído o dia 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro com a intenção de relembrar e valorizar todos os aspectos do folclore nacional e sua vital importância para a cultura popular do país.
O Festival Folclórico de Parintins é realizado anualmente na cidade de Parintins, no Amazonas e é reconhecido como um Patrimônio Cultural do Brasil. Na imagem, o Boi Garantido no evento realizado em junho de 2024.
Lendas e mitos: as riquezas do folclore brasileiro
Cantigas de roda, contos, lendas, personagens, poemas, festas, artesanatos… São diversas as crenças e tradições que refletem a mistura cultural de referências indígenas, africanas e europeias passadas de geração para geração e ainda hoje permanecem vivas e influenciam a vida da população brasileira.
Há algumas lendas que se tornaram bem tradicionais ao longo do tempo, ultrapassando barreiras regionais e sendo conhecidas nos quatro cantos do Brasil, como a fábula do Saci Pererê, por exemplo, personagem originário do Sul do país que até ganhou uma efeméride própria.
Outros que estão nesta lista são o Curupira, a Iara Mãe-d'Água e a lenda do boto, que tem origem indígena e é mais comum na região Norte). Não se pode esquecer também das histórias em torno da Mula sem cabeça, figura originária da Península Ibérica, e que chegou ao país pelos colonizadores, conforme explicam trechos do livro “As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro”, de A.S. Franchini.
Já entre os estilos musicais tradicionais que fazem parte do nosso folclore, os mais conhecidos são frevo; maracatu; fandango; baião; jongo; carimbó; samba; congado; dança do coco; lambada; xaxado; catira; ciranda; maculelê e forró. Além, claro, das músicas de capoeira e das quadrilhas juninas, entre várias outras celebrações de festas regionais.
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Diversos intelectuais, escritores e antropólogos se dedicaram ao estudo do folclore brasileiro, inclusive nomes consagrados escreveram livros sobre o tema, como Mário de Andrade, Luís Câmara Cascudo e Renato de Almeida. Desde 1958, o Brasil possui o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular para estudar, preservar e promover o folclore brasileiro. Está vinculado ao Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 2003.
