11 fenômenos astronômicos imperdíveis de 2023

No próximo ano, alinhamentos planetários, chuvas de meteoros em perfeita sincronia e dois eclipses solares encantarão observadores de estrelas em todo o mundo.

Em 10 de junho de 2021, Sol nasce atrás do horizonte durante eclipse solar parcial em Toronto, Canadá.

Foto de Mark Blinch Getty Images
Por Andrew Fazekas
Publicado 5 de dez. de 2022, 10:11 BRT

O céu noturno em 2023 apresentará fenômenos celestiais incríveis para o deleite de observadores de estrelas. Diversos planetas com brilho bastante forte terão encontros fascinantes uns com os outros e também passarão por alguns dos aglomerados estelares mais espetaculares do céu. 

As condições para a visualização de algumas das chuvas de meteoros mais ativas serão quase perfeitas. E, sem dúvida, o destaque mais esperado será o eclipse solar de “anel de fogo” em outubro, que ficará visível em regiões das Américas do Sul e do Norte.

Confira alguns fenômenos deslumbrantes que poderão ser observados no céu para marcar no calendário.

23 de janeiro: Lua crescente encontrará o planeta dos anéis e a deusa do amor

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Foto de Illustration by Andrew Fazekas

Cerca de uma hora após o pôr do Sol, em 23 de janeiro, observe o brilho deslumbrante da Lua crescente bastante fina surgir no céu a sudoeste. Logo abaixo estarão dois planetas brilhantes: Vênus e Saturno. Os planetas estarão posicionados a apenas um grau de distância – aproximadamente igual à largura de um dedo indicador com o braço esticado – permitindo que observadores com binóculos e até mesmo lunetas observem os dois simultaneamente. Vênus estará com o brilho extremamente forte, ofuscando facilmente Saturno. Observe-os rapidamente antes que a dupla celestial mergulhe abaixo do horizonte.

22 de fevereiro: encontro da Lua e Júpiter, com Vênus nas proximidades

Em 22 de fevereiro, assim que o Sol abaixar no horizonte a sudoeste, procure a Lua crescente aproximando-se do rei dos planetas: Júpiter. O brilhante Vênus estará posicionado um pouco abaixo no céu, disputando atenção. 

Observadores das regiões mais ao sul da América do Sul poderão até mesmo observar a Lua passar na frente de Júpiter por um breve período, fenômeno denominado ocultação lunar. Para o restante do mundo, os dois corpos celestes ainda oferecerão um espetáculo impressionante, pois aparentarão ficar com apenas um grau de distância.

1o de março: os dois planetas mais brilhantes unirão forças

Durante os dois primeiros meses do ano, se você acompanhar Vênus e Júpiter, os dois planetas mais brilhantes, notará uma aproximação gradual no céu a sudoeste. Na noite de 1o de março, esses planetas ficarão próximos um do outro, passando a meio grau de distância – perto o suficiente para observar os discos de ambos claramente no mesmo campo de visão, até mesmo com a menor das lunetas.

11 de abril: Vênus ficará próximo às Sete Irmãs, e Mercúrio fará uma aparição

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Foto de Illustration by Andrew Fazekas

Uma hora após o pôr do Sol de 11 de abril, procure uma combinação perfeita de duas joias celestiais: Vênus e o aglomerado estelar das Plêiades. Vênus estará fácil de identificar a olho nu devido ao brilho semelhante ao de uma estrela no alto do céu a sudoeste. 

O uso de binóculos revelará o agrupamento compacto de estrelas perto do planeta. As nove mais brilhantes do grupo foram batizadas em homenagem às Sete Irmãs da mitologia grega, juntamente com seus pais. Em um local escuro e desobstruído, longe da poluição luminosa, será possível identificar o aglomerado deslumbrante (que, aliás, inclui cerca de três mil estrelas) a olho nu. Vênus estará a apenas cerca de 160 milhões de quilômetros da Terra nessa ocasião, mas as Plêiades ficam a cerca de 4,2 quatrilhões de quilômetros de distância.

Como mais um desafio de observação na mesma noite, entusiastas do céu poderão buscar o primeiro planeta do Sistema Solar perto do horizonte a oeste, cerca de meia hora após o pôr do Sol. Mercúrio alcançará o ponto mais alto no céu nessa mesma data, oferecendo a melhor visão do ano desse planeta. Binóculos podem ajudar a avistar esse pontinho tênue devido ao brilho do pôr do Sol.

20 de abril: eclipse solar híbrido agraciará regiões da Oceania

Os sortudos observadores do céu em uma pequena extensão do Oriente poderão testemunhar um raro eclipse solar híbrido. Em algumas regiões, será total e, em outras, anular. Em um eclipse anular, também conhecido como eclipse de anel de fogo, um anel de luz solar envolve a Lua ao passar diante do Sol.

estreito trajeto do eclipse máximo passará pela costa de Ningaloo, no oeste da Austrália, onde será total, estendendo-se posteriormente pela província de Papua Ocidental, na Indonésia, e atravessará as ilhas da Micronésia, onde o eclipse será anular. 

O eclipse terminará no Oceano Pacífico a cerca de três mil quilômetros a leste do Arquipélago do Havaí. Uma pequena população estará em locais onde será possível ver o eclipse total ou anular, mas um eclipse parcial do Sol ficará visível em uma região muito maior, cobrindo toda a Indonésia, Austrália e Papua Nova Guiné, bem como diversas outras regiões no oeste do Pacífico.

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Foto de Illustration by Andrew Fazekas

Os observadores de meteoros terão um deleite na noite de 22 de abril e nas primeiras horas da manhã de 23 de abril, pois as condições do céu devem ser quase perfeitas para ver o pico da chuva de meteoros Líridas. 

As melhores vistas são esperadas em 23 de abril nas primeiras horas da madrugada. A Lua crescente vai se pôr cedo na noite anterior, deixando céus escuros o suficiente para que observadores vislumbrem até mesmo as estrelas cadentes mais fracas.

A chuva de meteoros parecerá irradiar perto da estrela brilhante Vega e sua constelação de Lyra, que lhe confere o nome. Longe das luzes da cidade, até 20 estrelas cadentes por hora ficarão visíveis. 

As Líridas podem produzir riscos luminosos e impressionantemente rápidos no céu noturno, com explosões surpreendentes de atividade em raras ocasiões. Haverá uma explosão nesse próximo ano? A única maneira de saber é ir ao ar livre e olhar para o céu!

22 e 23 de maio: trio de planetas próximos

Assim que o Sol se puser em 22 de maio, aproveite o encontro incrível entre Lua, Marte e Vênus, três dos corpos celestes vizinhos mais próximos e brilhantes. O trio brilhante ficará próximo no céu a oeste, em uma disposição de arco. 

Em 23 de maio, observe a Lua crescente deslizar entre Vênus e Marte. Uma inspeção mais detalhada com binóculos revelará que a Lua também estará acompanhada pelas estrelas brilhantes Castor e Pollux, da constelação de Gêmeos.

Se perder a conjunção, outra oportunidade surgirá um mês depois, quando nos dias 21 e 22 de junho, haverá uma aparição semelhante desses corpos celestes.

2 de junho: Marte vibrará no Aglomerado da Colmeia

Na noite de 2 de junho, Marte deslizará em frente ao belo aglomerado de estrelas denominado Beehive ou Aglomerado da Colmeia. Para não perder o fenômeno, aguarde cerca de uma hora após o pôr do Sol até que o céu escureça e procure o brilho forte de Vênus para guiar você até o ponto avermelhado mais escuro por perto, que será Marte. 

Se apontar um binóculo ou um telescópio para o planeta vermelho, logo notará que ele estará próximo de um grupo concentrado de estrelas. O Aglomerado da Colmeia é um conjunto de cerca de mil estrelas jovens posicionadas a cerca de 600 anos-luz da Terra, localizadas na constelação de Câncer, o caranguejo.

12 e 13 de agosto: dias propícios para a chuva de meteoros Perseidas

Considerada uma das chuvas de meteoros anuais mais espetaculares, as Perseidas produzem regularmente até 60 estrelas cadentes por hora. Todo mês de agosto, a Terra atravessa uma nuvem de pequenos detritos deixados por um cometa, produzindo uma enxurrada de estrelas cadentes à medida que pequenos meteoros queimam na atmosfera. 

Esse próximo ano promete oferecer uma visão bastante privilegiada, já que o pico da chuva na noite de 12 de agosto e nas horas seguintes antes do amanhecer coincidirá com o brilho tênue da Lua crescente.

Não serão necessários binóculos ou telescópios para esses fogos de artifício. Os meteoros atravessam grandes faixas do céu, o que significa que observar a olho nu oferecerá uma oportunidade maior para avistar a passagem de estrelas cadentes. 

Tente encontrar um ponto de observação com o mínimo possível de poluição luminosa, mas, até mesmo em um quintal comum afastado do centro da cidade ou em um parque sem iluminação, devem ficar visíveis ao menos entre 10 e 30 estrelas cadentes por hora.

14 de outubro: anel de fogo 

Em 14 de outubro, espectadores afortunados ao longo de uma faixa estreita que atravessa as Américas poderão observar um eclipse solar de anel de fogo. A trajetória onde será visível passará de Oregon até Nevada, Utah, Novo México e Texas, todos nos Estados Unidos, cruzará o Golfo do México e depois alcançará regiões da América Central, Colômbia e Brasil.

Embora muitas pessoas não estejam na faixa onde ficará visível o anel de fogo, milhões estarão bem posicionados para testemunhar um eclipse solar parcial. O eclipse começará no centro de Oregon às 9h13, no fuso horário do Pacífico, e terminará ao pôr do Sol no Brasil.

13 e 14 de dezembro: Geminídeos criam joias no céu

À medida que o ano chegar ao fim, observadores do céu podem esperar um dos espetáculos mais regulares da natureza: a chuva de meteoros Geminídeos. Apesar de não serem tão famosos quanto suas primas Perseidas, os astrônomos estimam que devem ficar visíveis até 120 meteoros por hora durante a noite entre 13 e 14 de dezembro, tornando essa uma das chuvas mais ativas do ano. 

E como a Lua quase nova estará totalmente fora do céu noturno, espectadores poderão enxergar estrelas cadentes com o brilho ainda mais tênue, tornando essa possivelmente a melhor chuva de meteoros do ano.

Os Geminídeos também costumam persistir um pouco mais do que outras chuvas de meteoros, deixando belos traços longos com duração de um ou dois segundos. O radiante da chuva – o ponto no céu de onde os meteoros parecem se originar – é a constelação que lhe confere o nome: Gêmeos, que se eleva acima do horizonte a leste após as 21h, no horário local de qualquer região do planeta.

Céu limpo à frente!

Andrew Fazekas, conhecido como o Homem do Céu Noturno, é o autor principal do  Stargazer’s Atlas  (“Atlas do Observador de Estrelas”, em tradução livre), da National Geographic, e da segunda edição mais vendida de The Backyard Guide to the Night Sky (“Guia Prático do Céu Noturno”, em tradução livre). Siga-o no TwitterFacebookInstagramYouTube.

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