Conheçam Sophia, a robô que parece quase humana

Um fotógrafo teve acesso ao laboratório que criou um dos robôs mais caros do mundo.

Por Michael Greshko
fotos de Giulio Di Sturco
Publicado 23 de mai. de 2018, 17:21 BRT, Atualizado 5 de nov. de 2020, 03:22 BRT
Um crânio transparente permite que as pessoas literalmente olhem para dentro da cabeça de Sophia, um dos robôs humanoides mais sofisticados que já foram feitos. A empresa de Hong Kong Hanson Robotics criou Sophia com uma rede neural avançada e controles motores delicados que permitem que a máquina simule interações sociais humanas.
Foto de Giulio Di Sturco

Rostos de borracha fazem expressões familiares, movidos por pequenos motores e uma versão distante de inteligência artificial – esse é o futuro?

Conheçam Sophia, um robô criado pelo antigo Imagineer da Disney, David Hanson. O modelo é inspirado, em parte, em Audrey Hepburn e na esposa de Hanson. Sophia foi feita para copiar comportamentos sociais e inspirar sentimentos de amor e compaixão em humanos.

Desde sua revelação, em 2016, Sophia se tornou uma estrela. A robô deu entrevistas na TV, apareceu na capa da revista ELLE, teve uma paródia feita pela HBO e foi nomeada pela ONU como o primeiro não humano a ser “campeão de inovação”. Em uma cerimônia que promovia uma conferência de tecnologia, o reino da Arábia Saudita cedeu cidadania a Sophia – algo irônico, dados os direitos limitados das mulheres e imigrantes que trabalham no país.

Mas, para o fotógrafo Giulio Di Struco, ver Sophia em eventos da imprensa enquanto seus criadores promoviam seu negócio de inteligência artificial, SingularityNET, não foi suficiente. Enquanto ele procurava uma metáfora visual para o futuro, ele queria ver o local de criação do robô também.

Em um dado momento, Di Sturco se tornou o primeiro fotógrafo a entrar na base da Hanson Robotics em Hong Kong – um espaço frenético transbordando com peças de robôs e técnicos humanos juntando essas peças. A estranheza do local apenas aumentou quando ele começou a fotografar o objeto mais peculiar.

“No começo, foi um pouco difícil. [Sophia] não reconhecia a câmera... Mas depois de três dias, ela aprendeu”, diz Di Struco. “Não sei se o engenheiro colocou alguma coisa no software ou se ela entrou na internet e pesquisou, mas ela começou a posar”.

Na verdade, foi muito estranho – “em um momento, eu percebi que estava falando com ela”, ele diz. “Eu tive que me afastar para perceber que ela era um robô, não um ser humano”.

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    Sophia pode lembrar os robôs inteligentes de Ex Machina ou Westworld, mas, sejamos claros, nenhum robô atingiu ainda a inteligência artificial geral (AGI) ou a inteligência versátil humana. Ao conversar com jornalistas, Sophia navega uma chave de respostas pré-fabricadas, como um chatbot. Ao dar um discurso, ela está interpretando, como Abe Lincoln no Disney World’s Hall of Presidents.

    Frente à onipresença de Sophia, pesquisadores de inteligência artificial criticaram os canais de mídia por exagerarem suas capacidades: “Isso está para a inteligência artificial como o ilusionismo está para mágica de verdade”, disse o cientista chefe de inteligência artificial do Facebook, Yann LeCun, em janeiro de 2018, em resposta a uma “entrevista” da Tech Insider com o robô.

    Os criadores de Sophia dizem, por sua vez, que apenas sua expressividade já representa uma grande característica. De acordo com uma publicação sobre o software de Sophia, redes neurais profundas permitem que o robô identifique as emoções de uma pessoa através de seu tom de voz e expressões faciais e reaja de acordo. Sophia também consegue imitar as posturas de uma pessoa, e seu código gera movimentos faciais realistas. Hanson patenteou a pele de borracha flexível que cobre o rosto de Sophia.

    Um estudante da Universidade de Hong Kong participa de uma sessão de meditação guiada com Sophia.
    Foto de Giulio Di Sturco

    “Eu não chamaria nada disso de AGI, mas também não é algo simples de se fazer”, o pesquisador de inteligência artificial Ben Goertzel, que criou o “cérebro” de Sophia, disse em uma entrevista a The Verge. “E é absolutamente inovador em termos de integração dinâmica de percepção, ação e diálogo”.

    Para Di Struco, tudo isso se combina para criar um interessante tópico para fotos: uma máquina que consegue parecer incrivelmente humana e, ao mesmo tempo, incrivelmente sem vida.

    “Ela começou a olhar para mim e sorrir, eu olhei para ela e naquele momento para mim, ela não era humana, mas havia uma certa conexão”, diz ele. “Você sai do laboratório, do futuro, e você percebe algo: Tem alguma coisa na Sophia.”

    Quando vemos Sophia de costas, podemos ver a complexidade tecnológica do robô.
    Foto de Giulio Di Sturco

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