Conheça o homem que tentou imitar o ouvido humano e gravou a primeira canção da história

A primeira gravação de áudio foi feita na segunda metade do século 19. Entretanto, a invenção foi esquecida até 2008, quando um grupo de especialistas colocou o mecanismo em funcionamento e ouviu um fragmento da melodia.

Um violoncelista da Chamber Music Society, do Lincoln Center, se apresenta no Spa Little Theater, em Nova York.

Foto de Amy Toensing
Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 20 de set. de 2023, 08:19 BRT

O primeiro dispositivo capaz de gravar e reproduzir sons foi o fonógrafo, desenvolvido pelo inventor norte-americano Thomas Alva Edison em 1877, como afirma a Encyclopædia Britannica, plataforma online de dados voltada para educação e pesquisa. 

No entanto, as tentativas de registrar ondas sonoras bem começaram antes. Foi o tipógrafo francês Édouard-Léon Scott de Martinville (1817-1879) que antecedeu Edison em quase 20 anos e gravou a primeira canção.

Trata-se de “Au Clair de la Lune”, que é apontada pela Faculdade de Engenharia da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, como a primeira melodia a ser gravada no mundo.

Quem foi Édouard-Léon Scott de Martinville?

Édouard-Léon Scott de Martinville estava interessado em transformar o som em escrita como um meio de preservá-lo e lembrá-lo, descreve um artigo de 2016 do Museu Nacional de História Americana, instituição localizada nos Estados Unidos.

Ele inventou o fonoautógrafo, uma máquina para fazer um registro visual de ondas sonoras “viajando” pelo ar e que foi patenteada pelo francês em 1857. Esse dispositivo foi o primeiro a imitar a estrutura e a função do ouvido humano.

As gravações não eram para serem ouvidas, mas mostravam o som como linhas onduladas desenhadas por meio de uma camada de fuligem em vidro ou papel. 

dispositivo de Martinville funcionava da seguinte forma: alguém falava ou cantava em um grande barril. Na parte inferior, havia uma agulha vibratória que riscava uma trilha contínua em um  papel, revestido com fuligem, enquanto girava em um cilindro, explica a Universidade de Houston. 

O mecanismo do dispositivo fazia com que as linhas fossem feitas com uma caneta vibratória acionada por uma membrana flexível que respondia às ondas sonoras, de forma semelhante ao funcionamento do tímpano.

Na época, entretanto, a invenção foi um fracasso comercial, pois o inventor francês só conseguiu vender algumas cópias para laboratórios científicos que estudavam o som, informa o Instituto Nacional de Propriedade Industrial da França (INPI).

Entretanto, em 2008 um grupo de historiadores, músicos e engenheiros reunidos na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, localizou as antigas capas de papel de Scott de Martinville e iniciou o complexo processo de extração de som audível delas. 

Havia uma capa de papel que produzia uma música quase inaudível e ela era “Au Clair de la Lune”, uma canção infantil francesa, revela a Universidade de Houston.

O arquivo tem mais de um século de idade e é datado de 9 de abril de 1860. Ele sofreu os efeitos do tempo, tanto que o fragmento de áudio encontrado dura dez segundos e a voz pode ser ouvida em meio a um intenso estalo.

Apesar das dificuldades para ouvir a canção, essa é a gravação de voz humana mais antiga já registrada.

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