Descubra como a austríaca Maria Antonieta se tornou rainha da França
Reprodução do quadro "Maria Antonieta em vestido de musseline", pintura de Élisabeth Vigée Le Brun, de 1783. Pertence atualmente à Hesse House Foundation, coleção que era do príncipe Ludwig von Hessen und bei Rhein, de Wolfsgarten Castle, na Alemanha.
Maria Antonia Josepha Johanna nasceu em Viena, na Áustria e era uma jovem arquiduquesa austríaca que se tornou uma personagem famosa da história mundial após se tornar rainha consorte da França e, anos mais tarde, morrer na guilhotina durante a Revolução Francesa.
Mas como uma nobre vienense foi coroada rainha da França? Descubra essa história e como sua fama impopular na época acabou fazendo dela uma figura conhecida ao longo dos séculos, se tornando até tema de livros e filmes famosos.
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Retrato de Maria Antonieta pintado pelo artista francês Jean-Baptiste André Gautier-Dagoty em 1775.
Como a austríaca Maria Antonieta se tornou rainha da França
Maria Antonieta era uma arquiduquesa da Áustria e de uma família nobre muito importante, tanto que sua irmã (Maria Carolina) se tornou rainha Nápoles e da Sicília e um de seus irmãos foi coroado João 2º, o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, segundo conta a World History Encyclopedia (plataforma de conhecimento sobre história mundial).
Como já era um costume entre as famílias nobres europeias, os casamentos eram parte das tramas diplomáticas, especialmente em um momento em que as monarquias da França e da Áustria tentavam entrar em acordo e firmar laços na conflitante Europa após a Guerra dos Sete Anos. Foi então que Maria Antonieta se casou com o príncipe Luís Augusto, neto do Rei Luís 15 da França, no dia 16 de maio de 1770, quando tinha somente 14 anos.
De acordo com a Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimento do Reino Unido), desde que chegou à França, Maria Antonieta carregou o estigma de ser uma “representante da Áustria” no país, o que a fez ser bastante impopular logo de cara entre os franceses.
Ainda assim, Maria Antonieta se tornou rainha consorte quando o marido foi empossado como rei Luís 16, em 1774, após a morte do avô. Segundo a Britannica, o papel político de Antonieta durante o reinado de Luís 16 não foi tão importante, nem mesmo em relação à política externa, como esperavam os austríacos.
O casal real passou por vários momentos turbulentos, como a demora de sete anos para que a rainha tivesse o primeiro filho, o que trouxe tentativas de deslegitimar o trono de Luís 16 – por ele não ter um herdeiro – e desconfianças da fidelidade de Maria Antonieta (que sofreu rumores de ser adúltera), conforme explica a enciclopédia de história. Mas por fim, o casal teve quatro crianças.
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Acima, vemos o grandioso e imponente Palácio de Versalhes - que foi residência da família real francesa e onde a rainha Maria Antonieta tinha espaço construído especialmente para ela: o Petit Trianon e um jardim inglês.
As histórias que levaram Maria Antonieta à fama de fútil
Acusada de demorar para gerar um herdeiro ao trono francês por parte da corte, a rainha também chamava a atenção por ter um estilo considerado extravagante para a época. Ela se interessava bastante por artes, jogos e moda. “Antonieta era vista como um símbolo dos gastos excessivos da coroa, o que lhe rendeu o apelido de ‘Madame Déficit’, afirma a World History Encyclopedia.
A rainha gostava de jogar cartas e bilhar no Trianon, seu palácio pessoal, dado a ela por Luís 16 como presente de casamento, e localizado dentro dos domínios do Palácio de Versalhes.
Maria Antonieta também ordenou a criação do Jardim Inglês e a reforma do Trianon – no Palácio de Versalhes – obras que levaram quase dez anos para ficarem prontas, como explica o site oficial do palácio. E, claro, custaram uma fortuna. Os jogos de azar, combinados com suas despesas com vestidos caros e móveis da moda para seus aposentos reais, eram vistos com desaprovação pelo povo, já que a França ia em direção à falência durante seu reinado.
Além disso, soma-se à impopularidade de Maria Antonieta também a inabilidade de Luís 16 como rei, o que levou a França monárquica a sua deterioração política, fazendo o rei tentar acordos internos e externos, os quais fracassaram. Neste momento, a Revolução Francesa já estava em marcha, relata a enciclopédia de história, período que marcou o fim da antiga monarquia francesa e levou Maria Antonieta a ser condenada à morte na guilhotina.
